Secret | Ron Weasley

01."É Ron, uma sereia invisível."

   Ryder andava rapidamente pelos corredores. Tinha passado pela sala de Snape para pegar sua poção de acônito, o professor tinha o ajudado desde sua entrada na escola, e o menino o agradecia fielmente.

   Ele tinha a permissão de Dumbledore, para entrar no banheiro dos monitores, e ali passaria mais uma noite em claro, nadando sem o perigo de alguém o ver. Essas transformações precisam acontecer no máximo 1 uma vez por semana, principalmente na sua idade, ainda não era totalmente formado.

   Smith tira suas roupas, as dobrando longe da grande banheira, sem o risco de molha-las, e deixou a poção em cima das vestimentas. A tomaria de manhã para que não ocorresse um alvoroço com sua voz, que, sem a poção de acônito, pode levar os rapazes a loucura. Igual em Durmstrang.

   Ryder estava completando seu terceiro ano na escola norueguesa, seus pais cometeram o erro de não avisar o diretor e enviavam a poção por uma coruja. Não queriam problemas e dor de cabeça com perguntas. Só que, um dia, a coruja não apareceu e Smith não sabia a potência do seu poder.

   Ele falou no meio de um treino de quadribol e só percebeu o erro quando todos do time o encaravam. Em seus olhos apareceram leves corações nas pupilas. Largaram suas vassouras e tentaram agarrar Ryder.

   Nunca tinha corrido tanto. E só parou quando se jogou na sala do diretor com um time inteiro de quadribol na sua cola. Seus pais o tiraram dali rapidamente e o colocaram em Hogwarts, onde deixaram bem claro do que seu filho era capaz para Dumbledore.

   Ryder se lembrava disso todas as vezes que entrava na água. As mãos agarrando seu uniforme, o rasgando, aqueles olhos hipnotizados, tudo aquilo o assustava em seus pesadelos. O menino olha para a banheira entrando aos poucos, logo sentindo seus pés formigarem e se transformarem em uma bela cauda negra como seus cabelos. Tinha puxado isso de sua mãe, desde o sangue até os cabelos negros como carvão.

   Seus dentes se chocam quando sente seu pescoço abrir, mostrando suas guelras. Nada muito doloroso, comparado aos lobisomens.

   Outra coisa que chamava atenção para si, são seus olhos, violetas brilhantes e vivos. Muitos perguntavam sobre, mas Ryder tinha desculpas prontas.

"São lentes." Para os primeiranistas.
" É magia." Secundaristas.
" Uma poção que deu errado." Terceiranistas.
Quanto mais velho, mais difícil de mentir. Às vezes apenas ignorava ou mudava de assunto.

   Ryder está sentado na borda, apenas olhando a água cobrindo a ponta da sua cauda. Respirando fundo, se lembra dos seus amigos que deixou em Durmstrang, era um menino feliz lá, sem saber sobre o próprio poder. Agora ele apenas era um corvino quieto que sempre evitava as pessoas e, principalmente, falar.

- Doces! - Alguém entra no lugar com seus braços cheios de guloseimas, mas tudo foi parar no chão quando viu aqueles olhos violetas. - Puta merda... - Ryder pula rapidamente na água, indo diretamente para o fundo. - E-espera!

   Antes que o menino estranho fizesse algo, Ryder já estava no fundo das águas. Ele se fixou no canto olhando para cima, confirmando que aquele estranho não pularia. E por certos segundos não percebeu algo ao seu lado, ou alguém.
   Os dois se assustam, o sereio nada para longe enquanto o garoto voltava para superfície.

•

- Eu não estou brincando! - Ron Weasley fala para seus amigos.

- Seu trabalho é vigiar os corredores e não comer doces. - Hermione Granger diz enquanto comia algumas torradas.

- Não! - O ruivo olha para Harry que nega com a cabeça. - Vamos! Eu o vi, um menino com rabo de sereia!

- Certo Weasley, o que você fez depois de mergulhar? - Simas Finnigan pergunta com um sorriso no final, ninguém acreditava em Ron.

- Eu o vi no fundo, e ele também e voltei para superfície. - Fala pegando mais bolinhos.

- Uma sereia na escola? - Neville coça sua bochecha.
- Isso é impossível. - Dino Thomas fala tendo a concordância de Simas.
- Obrigado! - Hermione fala.

- Bom, se vocês não acreditam em mim. - Ele pega mais alguns bolinhos. - Com licença! - Se levanta da mesa saindo do grande salão. - Idiotas... - Falava para si mesmo.

   Ron Weasley poderia não ser o mais corajoso do seu trio, mas tinha uma teimosia nada invejável. Ele estava decidido a voltar ao banheiro hoje à noite e levaria todos eles.

•

- Isso é uma perda de tempo. - Dino fala.

- Vocês irão ver. - O ruivo fala. O grupo falava sobre como poderiam se encrencar feio se pegassem eles ali, mesmo que Hermione e Ron fossem monitores. - Senhoras e senhores, aqui temos o- o que? - Não tinha nada ali nem ninguém.

- É Ron, uma sereia invisível. - Simas ri. Todos saem deixando apenas o ruivo lá, ele olhava incrédulo para a banheira vazia. Ele aperta seus punhos com raiva, um menino com cabelos pretos, olhos claros e cauda preta como seus cabelos. Ele tinha marcado aquele menino.

   Ryder agradecia por não precisar se transformar todos os dias, sabia que aquele garoto de cabelos de fogo voltaria, mas não sabia que ele estava tão determinado. O menino de cabelos pretos está em seu dormitório estudando mais um livro sobre sereias, as lendas que o povo conta, tudo que podiam imaginar, ele sabia.

   E agora, treinava, para poder parar de tomar acônito e conseguir viver normalmente, como os outros bruxos, não queria esperar até seu aniversário de 18, que não estava tão longe.

   A família Smith não era grande como os Malfoy's, mas eles mesmos se escondiam, tentavam no máximo se esconder debaixo do guarda-chuva. Quando Ryder Smith nasceu, foi uma alegria para seus pais, mas também mais uma preocupação. Se ele tinha pego do sangue bruxo de seu pai ou o sereiano da sua mãe. Mas, como podemos ver, ele é uma mistura de duas linhagens, e agora sofria com as consequências.

   Estava escrevendo em sua mente o pedido que faria para Professora Sprout, tinha que ir pegar a planta Acônito, a pedido de Snape. Ficava mais aliviado, já que mulheres não caem nesses encantos, então foi dormir, mesmo com aquele ruivo na sua cabeça. E se ele contasse para alguém? Isso poderia causar um grande problema.