As notificações chegavam aos montes. Gael já não aguentava mais o celular de Kally tocando a cada segundo. Desde que acordou, a morena não olhava suas notificações. Não podia mesmo se quisesse, seu chefe não a deixaria. O horário proporciona mais calmaria, isto é, se a mera presença um do outro não os irrita sem.
ー Mas que merda. ー Disse o gerente batendo os punhos no balcão. Não tinha cliente, apenas ele e a garota, e aquela zuada infernal.
ー Eu posso colocar no silencioso... ー Propôs ela. Era cedo demais para criar mais uma briga com ele, era mais sensato conversar.
ー Certo, mas nada de ficar lendo tabloides de fofoca. ー Alertou o moreno. Seus fios grossos estavam caindo sobre seus olhos castanhos escuro feito a noite. Kally sempre o achou atraente, mas nunca contaria.
A incredulidade de Kally foi de um tamanho desproporcional. Seu queixo havia caído, não poderia ser real.
ー O que foi? Não vai me dizer que levou um pé na bunda do namorado... ー Zombou ele rindo, não se aguentava. Era mais forte que ele tentar irritá-la.
ー Não, seu ridículo. ー A cara feia que ela fez pelo comentário infeliz acaba por deixar o homem com uma pontada de culpa. Talvez não fosse o momento ideal.
Sem aguentar mais, tanto suspense, o moreno se aproximou por trás dela, chegou tão perto que encostou seu peitoral viril nas costas da jovem. Ela ficou um pouco vermelha pelo contato, mas ele parecia não ligar muito. Os números de seguidores no Instagram e twitter da candidata não paravam de subir, era uma comoção enorme.
ー Isso tudo só porque eu passei na primeira prova? ー Indagou, virando-se para o moreno, eles estavam estranhamente próximos demais, a prova disso era o quão perigosamente próximas estavam suas bocas.
ー Talvez eles devem ter a marcado em algum post no perfil oficial da coroa.ー Respondeu Gael suspirando, seus olhos estavam concentrados no brilho da ingenuidade das órbitas quase negras da mulher a sua frente.
ー C-certo, deve ter sido isso m-mesmo. ー Concordou com a garganta seca. Engoliu em seco pela intensidade que sentia ao olhar para aquele homem.
Ambos não sabiam o que fazer. Por mais que quisessem socializar, não conseguiam. Parecia que a vontade de implicar um com o outro era maior que qualquer outra vontade, exceto apenas pela estranha tensão sexual que os cercavam.
ー Não me estranha esse tanto de gente começando a seguir você, tanta beleza assim... claro que iria chamar a atenção. ー Disse Gael tirando a jovem de seus pensamentos conturbados. Não poderia ser real, poderia? Um elogio, vindo dele? Não, ela só podia estar delirando.
ー Obrigado. ー Murmurou sem saber o que responder. Até pensou em retribuir o ato, mas achou que sairia falso demais. Ela ficou ali, sentada no banco à frente do calção, pensando em quão diferente seus dias vem sendo.
~¥~
As espessas paredes pintadas em cores pastéis, da mansão, traziam um conforto excepcional aos seus donos. A residência pertencia ao Duque Guilherme, e ficavam na província de Gargiulli.
Ele, seu filho, o Lord Wewerton, a Lady Giovanna, era quem ficavam responsáveis pela província. Eram um dos pouquíssimos membros da coroa que cuidavam de alguma província, pessoalmente.
A lady Giovanna estava sentada na cadeira de balanço no alpendre da mansão. Um pouco mais afastado de si, estava o capanga de seu pai, um vaqueiro metido a besta.
ー Gabriel! ー Gritou a jovem loira. Seus olhos azuis pareciam os de um gato astuto e travesso. Seus lábios finos e puxados nos cantos, dava um ar de maldade a ela.
O homem de pele bronzeada e queixo quadrado virou-se oara ela, motado no cavalo negro. Seus cabelos escuros caídos aos lados molhados de suor, dava uma graça de homem bruto e ainda sim, atraente e viril a ele. Seus olhos castanhos cor de mel estavam semicerrados. A desconfiança cresceu, nunca significava coisa boa quando a jovem chamava por ele. Assim que desceu do animal, amarrou a rédea na cerca e andou para debaixo da sombra do alpendre.
Limpou as mãos suadas e sujas na calça jeans azul surrada, fez uma breve reverência diante dela e perguntou:
ー Chamou Lady?
ー Sim. Não sei se soube mas, o meu pai foi à cidade resolver umas pendências sobre o arrendamento dos terrenos, o que acha de me distrair enquanto ele não volta? ー Indagou ela com a voz manhosa e arrastada, seus lábios se estendiam e formavam um sorriso malicioso, sua mente nutria várias fantasias mundanas, as quais o peão já estava familiarizado.
ー E o que a senhorita deseja? ー Pergunta se fazendo de desentendido. A sua garganta fechou e sua respiração foi interrompida ao sentir as mãos da jovem percorrendo seu peitoral viril.
A loira arrodeou ele com as mãos sobre o corpo másculo dele. O agarrou por trás e sussurrou em seu ouvido com a voz arrastada;
ー Você...
O hálito fresco da garota tocando-lhe a orelha foi o suficiente para que ele perdesse toda aquela marra de homem da mata que não recebe ordens da madame.
ー Se é isso que deseja... É o que terá. ー Ele respondeu convicto com a voz rouca.
Gabriel se virou e agarrou a cintura da mulher com força, seus rostos ficaram perigosamente perto um do outro. Suas respirações se misturavam à medida que os desejos pecaminosos tomavam conta de suas mentes.
A única coisa que se passava na cabeça dele era o quão bom era aquele gloss de morango que ela tanto gostava de usar. Seus lábios se tocavam desesperadamente, as mãos grandes e ásperas de Gabriel percorriam a cintura de Giovanna até encontrem as curvas de suas nádegas, as apertou com força fazendo com que a protuberância abaixo do seu jeans tocasse a pélvis da garota, o corpo dela implorava pelo toques quentes e bruscos dele.
Uma de suas mãos deslizou até a protuberância nas calças do homem, apesar de conhecer muito bem aquela parte do corpo do homem, ela sempre se surpreendia com o tamanho.
ー O que é isso, peão? ー Perguntou risonha e sem fôlego pelo beijo selvagem que acabara de quebrar.
ー Minha pistola. ー Tentou desconversar com as bochechas rubras e voz rouca. ー Acho melhor a gente entrar.
A lady assentiu e ele passou em sua frente, ela o seguiu para dentro, mas não antes de diferir uma tapa estrondosa na bunda do homem, ele a encarou com cara feia, mas ela não se importava muito. Isso nunca perderia a graça para ela.
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Como [Não] Ser Uma Princesa | COMPLETO
RomanceUma grande disputa tem início após a academia Golden crown oferecer uma vaga para toda e qualquer garota maior de quinze anos. Com todas as garotas loucas para conseguir entrar na instituição, a única saída seria um concurso, onde apenas uma plebéia...