Os dias passaram de forma rápida, mas, ainda sim, muito cansativos. A mãe de Kalinda a obrigou a ficar na imensa fila de espera, tinha jovens de todas as formas, tamanhos e etnias diferentes, cada uma mais bela que a outra. Todas elas tinham sonhos com a realeza, diferente de Kalinda que apenas usaria o diploma para entrar em uma universidade respeitada.
Ainda que, pobres igualmente, ou até mesmo pior que Kalinda, todas estavam com suas melhores roupas, e maquiagens que até mesmo as princesas não usavam. Enquanto a morena usava apenas um vestido florido de um tecido vagabundo, nem de longe poderia ser comparado aos das demais candidatas, também usava tênis surrados e gastos, com o cabelo preso em um rabo de cavalo baixo.
Apesar dos inúmeros pedidos de sua mãe para que ela fosse em casa se trocar e se maquear, a mesma não deu a mínima. Continuou ali, até que chegasse a sua vez, e chegou.
Não havia nada de outro mundo, em uma das inúmeras salas de aula, estavam algumas recrutadoras, sentadas em suas cadeiras atrás de imensas mesas de madeira. Elas vestiam uniformes iguais, blazer preto fosco e calças sociais da mesma cor.
Colheram informações, como: RG, C. P. F e número para contato. Informaram também a data da primeira prova, e o local onde tudo aconteceria, ou na cabeça de Kalinda... onde a guerra aconteceria.
ー Não podemos informar do que se trata a primeira prova, apenas que será algo relacionado a diplomacia. ー Alertou a atendente de número cinco.
Ela foi muito generosa, algumas recrutadoras sequer olhavam nos olhos das candidatas, puro preconceito velado pelo falso profissionalismo. No fim, a prova seria justa, as próprias candidatas que receberam informações adicionais não conseguiram controlar a língua.
Hoje era início de semana, segunda-feira, dia em que o príncipe Charles levaria o seu irmão para passear pelo reino, seria uma ótima oportunidade para eles se aproximarem novamente. Andar pelas ruas sem ser notado era fácil para Arthur, que quase nunca saía do Palácio, e os veículos de notícias não se interessavam em persegui-lo, já para Charles nem tanto, o seu rosto estava estampado por todos os lados do reino.
ー Para onde iremos? ー Indagou Charles sentado na poltrona no canto do quarto do irmão.
ー Eu não sei. ー Respondeu Arthur sentado na cadeira de rodas, também sem ideias.
Nenhum dos dois sabiam para onde poderiam ir sem serem perturbados pelas as fãs malucas do Charles, era frustrante.
Apesar de negarem muito a si mesmos, eram completos estranhos, nem parecia que conversavam direto por vídeo-chamada e mensagens em várias redes sociais. Nem mesmo toda aquela baboseira de nunca mudar um com o outro, ambos sabiam que haviam de ter mudado mais do que gostariam.
ー Podemos ficar por aqui mesmo. ー Propôs Charles querendo ficar um tempo com o seu irmão, verdadeiramente e genuinamente, ele o amava.
ー Ok. ー Murmurou o irmão em resposta, dando as costas a ele para poder ver a paisagem da janela à sua frente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como [Não] Ser Uma Princesa | COMPLETO
RomantizmUma grande disputa tem início após a academia Golden crown oferecer uma vaga para toda e qualquer garota maior de quinze anos. Com todas as garotas loucas para conseguir entrar na instituição, a única saída seria um concurso, onde apenas uma plebéia...