O Diário

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Um mês depois que Sakura morreu eu viajei para a cidade dela, junto com sua mãe, para empacotar todas as coisas e decidir o destino da mesmas. Era irônico pensar como um casaco teria futuro mas a minha namorada não.

Seu diário ficou comigo, assim como uma camiseta – que guardo até hoje – e seu cachecol da Corvinal. Grande parte dos seus cadernos e desenhos ficaram para Kizashi. Dos livros, apenas três ficaram comigo: As Vantagens de Ser Invisível, O Dia do Curinga e Enterrem Meu Coração na Curva do Rio.

Pode parecer pouco mas só eu sei quanto da Sakura estava presente em cada anotação nas bordas dos livros, que inúmeras vezes me fizeram chorar de madrugada. Porque eu podia ter todos os objetos do mundo mas ainda assim nunca a teria de volta. O primeiro livro foi especialmente marcante, afinal, Sakura era como Charlie, mas ele conseguiu ser salvo, enquanto meu amor flutuou para longe, para a terra do infinito.

Ler seu diário foi como queimar em brasa. Finalmente compreendi sua dor, sua angústia e desesperança. Durante muito tempo eu me culpei por estar tão perto dela e não conseguir entender o que se passava em seu coração... talvez eu ainda me culpe.

Sakura era mais esperta que eu e você juntos. Ela tinha pleno controle sobre sua existência, o que tornava palavras como "coincidência" apenas ideias infantis. Um exemplo disso era uma papel vermelho, grampeado no meio de seu diário.

Eu morri?

Provavelmente sim.

Olá, pessoa do futuro.

Eu preciso que você mande uma mensagem para o Sasuke.


Saky.cherry@gmail.com

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