Caixa Postal

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Em 2016 Sakura morava a 500 km de distância de mim e toda a sua família, por conta da faculdade. No dia 8 de junho eu acordei e, como sempre, lhe mandei uma mensagem de bom dia. Até as 15h ela não havia me respondido mas os minutos seguintes eu lembro como se fosse hoje....

15h43. Meu celular vibrou, alertando sobre um e-mail que recebi. Remetente: Sakura Amor. Meu erro foi demorar 30 minutos para ler. Esses 30 minutos destruíram minha vida. Quando abri o e-mail, li apenas as primeiras duas frases e liguei para ela, desesperado, transtornado.

Chamando, chamando, chamando.... Caixa postal.

Chamando, chamando, chamando.... Caixa postal.

Liguei para uma das garotas que morava com ela.

- Oi, Sasuke. Quer fala com a Saky?

- Onde ela está? – gritei com ela, eu tremia

- Aconteceu alguma coisa?

- Vai no quarto dela. Agora! – ouvi que ela corria

- Sakura!!

Posteriormente soube que ela jogou o celular no chão quando encontrou o corpo da minha namorada. Havia muito sangue no chão, fazendo Hinata escorregar e cair em cima dela.

Após 2 minutos angustiantes ouvindo a garota gritar "Sakura! Sakura! Por favor, me responde!", ela retomou o celular. Eu já sabia o que viria mas as vezes temos tanta esperança de errar o óbvio.

- Sasuke... – ela chorava tanto – ela... a Sakura, ela ...

- Morreu. – engoli em seco.

Existem momentos da vida em que, não importa o que se fale, o que se faça, nada vai mudar. O choque era inevitável. No dia anterior discutimos qual nome daríamos para nossos futuros filhos e, 24 horas depois, ela estava morta.

Eu desliguei o telefone e entrei de baixo do chuveiro, com roupa e tudo. A minha mente não processava nada, não pensava nada, não estava sã. Eu só dizia, mecanicamente:

- Mentira, Sakura... Mentira. Mentira. Mentira.

Último AdeusOnde histórias criam vida. Descubra agora