Reunião

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— Puta merda, Débora? Ainda bem que você atendeu... — A sua voz era de alívio, mas ele ainda estava extremamente afobado. Eu senti um frio ruim na barriga.

— O que está acontecendo? — Perguntei, preocupada. Alice pareceu perceber que havia algo de estranho, pois veio até mim com o cenho franzido.

— Deu tudo errado aqui, Débora.

— O que? Por que?

— Eu e Kim fomos assaltados. — Ele murmurou e eu arregalei os olhos. Acontecer aquele tipo de coisa com eles nunca havia sequer passado pela minha cabeça.

— Onde? O que eles levaram?

— Em uma porra de restaurante que resolvemos almoçar. Levaram o cartão de crédito da Kimberly e o dinheiro que eu tinha.

— O que? — Eu praticamente gritei, sentindo meu coração acelerar. Senti Alice cutucar o meu braço, mas ignorei. — Onde vocês estão agora?

— Estou usando um telefone que fica aqui de frente. Eles já foram embora, só queriam a grana mesmo. Kimberly se trancou no banheiro do restaurante, ela está eufórica.

— Certo Slash, se acalme. Tenho certeza que a polícia achará esses ladrões. — Disse, confiante. O moreno riu quase de forma irônica.

— Débora, acho que você não está entendendo a gravidade do problema. Eles levaram todo o nosso dinheiro, não temos grana pra pagar nada aqui. E tem o cartão de crédito da Kim... o pai dela obviamente vai ficar sabendo, e consequentemente vai me conhecer. Não sei se você se lembra, mas eu não sou a porra do guia turístico dela! Ele vai perceber isso.

— Débora, o que está havendo? — Era minha prima, quase em cima de mim. Respirei fundo. Estava muito nervosa com aquela situação, afinal, o que Slash dizia era verdade, mas precisava transmitir calma para ele. Duas pessoas desesperadas não adiantaria nada.

— Slash, não é como se ele fosse pesquisar a sua vida inteira...

— Ele vai pedir para que eu vá depor na polícia! E vai descobrir as minhas pequenas passagens pela polícia de LA...

— Não, ele...

— E eu vou ser preso por fingir ser alguém que eu não sou. Mas que porra! — Eu até abri a boca para respondê-lo, mas Alice estava tão impaciente que pegou o telefone da minha mão e começou a conversar com o moreno. Algum tempo depois, ela ficou completamente pálida.

— Mas que desgraça Slash, olha a merda onde você se meteu! É claro que vai ser preso, identidade falsa é crime, seu imbecil! Como você deixou os caras levarem o cartão de crédito da menina? — Ela gritava, estressada. Eu roía minhas unhas, nervosa com a situação embaraçosa. — Ah, eles estavam armados? Porra Slash, quantas vezes a gente já não lidou com esse tipo de situação! Eu quero só vê como você vai se sair dessa!

— Alice, você vai deixa-lo mais nervoso ainda. — Murmurei e ela me encarou com desdém.

— E você quer que eu faça o que? Diga que o ladrão vai se arrepender do roubo e voltar para entregar as coisas? Isso daqui não é um filme da Disney.

— O que está acontecendo? — Izzy se aproximou, com o cenho franzido. Ótimo, logo a casa inteira estaria ali para saber a "novidade".

— Slash foi assaltado. — Disse rapidamente, vendo que Alice continuava xingando o cabeludo de forma bem mal-educada.

— O que? Como? — Ele me encarou, assustado. Eu contei-o o pouco que sabia e logo o albino estava tomando o telefone das mãos da minha prima, que reclamou, vermelha. — Slash, se acalme. Não é só você que está preocupado com o que os caras levaram. Eles vão chamar a polícia e não será difícil de achar quem fez isso. — Finalmente uma pessoa sensata. Eu concordei com Izzy e pedi o telefone, apenas para completar o que ele havia dito.

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