Seattle

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O relacionamento da Débora e do Jon está chegando ao fim, faltam poucos capítulos.

***

Eu estava completamente incrédula.

Fitava os pequenos pacotes em cima da minha cama com total perplexidade, ouvindo minha prima gargalhar ao meu lado. É claro que ela estava achando engraçado.

— Qual o motivo dessa cara, Débora?

— Alice... você está achando que eu sou um coelho em fase de acasalamento? — Perguntei com os olhos arregalados. Estava arrumando minhas malas e minha prima achou que seria legal me dar camisinhas para levar. Até aí nem era um problema muito grande, se fosse um ou dois pacotes. Porém, ela tinha jogado na minha cama mais de vinte.

— Melhor se prevenir, você não acha?

— São só dois dias, você acha que eu vou transar mais de vinte vezes? — Questionei, cuidando para não falar muito alto. A minha cara estava vermelha.

— Qual o problema?

— Você é maluca. — Peguei os pacotes e entreguei-a rapidamente, alguns caindo no chão. — Me ajude com algo realmente útil, quero dormir cedo.

— Camisinhas são úteis. Você acha que pode cuidar de um filho? Imagina só Jon fora de casa pra trabalhar e você tendo que trocar a fralda da criança. Isso ia ser um surto. — Ela riu, entregando três pacotes. — Leve pelo menos esses. Provavelmente Jon terá mais por lá.

— Ah, com certeza. — Suspirei, aceitando o que ela oferecia. Coloquei em um bolso bem escondido da minha mala cor de rosa, ainda com vergonha. — Ele gosta muito disso...

— Isso é um problema pra você? — Alice sentou-se na minha cama, dobrando algumas blusas minha espalhadas pela superfície. Estava arrumando minhas malas para ir à Seattle com Jon, que iria fazer um show lá. O dia finalmente havia chegado. — Digo, você acha ruim dele ser muito... guloso?

— Guloso?

— É, gostar muito de sexo. — Deu de ombros.

— Bom, eu acho que as vezes é meio incômodo. Às vezes me parece que ele só pensa nisso. — Confessei. Eu não costumava pensar muito nessas coisas, mas quando pensava, chegava a essa conclusão. — Mas pode ser também que talvez seja só impressão minha.

— De qualquer forma, nessa viagem você vai ter certeza. — Disse e eu assenti. Continuamos conversando sobre coisas aleatórias até que, com sua ajuda, terminei minhas três malas. Eram apenas dois dias, mas eu não conseguia me controlar e enfiava roupas e roupas nos compartimentos. Com tudo pronto, expulsei Alice do meu quarto para dormir, já que teria que acordar bem cedo para pegar o avião.

[...]

— Espero que se divirta, querida. Por favor, me ligue quando chegar lá, sim? Aproveite muito, mas tome cuidado também. Sei que não tenho que se preocupar muito com você, é uma garota de ouro. — Meu tio disse, sorrindo. Passou as mãos pelos meus ombros enquanto eu colocava meus óculos de sol, terminando de comer uma maçã.

— Não se preocupe tio, eu não sou igual a Alice. Se fosse ela, aí sim você teria que se preocupar.

— Ei, eu ainda estou aqui? — A morena levantou os braços, rolando os olhos.

— Vou sentir sua falta, Deb. — Steven murmurou, largando seu café e vindo me abraçar. Eu ri.

— Ste, são só dois dias.

— Pra mim já é o suficiente para deixar saudades. — Nesse exato momento, ouvimos as batidas na porta da sala.

— Bom, eu estou indo. Finalmente me livrando de vocês por uns dias. Até dia 29 ou 30! — Brinquei, sorrindo. Os meninos resmungaram enquanto brigavam por pedaços de bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

You Could Be MineOnde histórias criam vida. Descubra agora