Capítulo 1

34.2K 1.4K 666
                                    

"Tudo é questão de talvez. Talvez minha vida mude agora, talvez mude em 20 minutos, talvez tivesse mudado se eu não tivesse me entregado. Nada é certo demais para dizer 'sim' ou 'não'. O talvez sempre é a melhor resposta? Talvez..."

S K Y L E R

É uma manhã fria em Londres, estamos no final de fevereiro e o frio ainda prevalece. Nunca gostei do calor, por isso dias como esses são os melhores para mim, tudo aparenta ser mais calmo e sem a agitação do calor. Ando pelas ruas tão movimentadas dessa cidade de onde eu nunca sai. Parece que meu mundo se resume à Londres, como se o resto não importasse. E não importa, pelo menos não para mim.

Paro em frente ao café que fica no final da rua da minha casa, onde moro com a minha mãe e meu irmão mais velho. Analiso meu reflexo no vidro, meus cabelos de um tom castanho médio, nem muito claro nem muito escuro, meus olhos de cor de um esverdeado profundo e meu tronco magro fazem as pessoas acharem que sou bonita, mas eu sei que não sou. Minha aparência, não importa o quão boa esteja, vai sempre ser ofuscada pelo meu interior horrível e repleto de pensamentos obscuros e pervertidos.

Entro em um ônibus que vai para o centro, sento-me no fundo, onde não tem ninguém. Tiro meu celular junto aos fones do bolso de trás do meu jeans preto e a inconfundível voz da Lana Del Rey começa a tocar. Eu gosto de músicas assim, como as dela, além de punk rock, claro.

Fico tão distraída com as músicas que quase não percebo quando o ônibus chega no ponto que eu tenho que descer, mas por sorte consigo sair em cima da hora.

Vou caminhando sem pressa até o centro comunitário, ainda ouvindo música. Não estou com a mínima vontade de participar dessa terapia em grupo, só estou fazendo isso pela minha família, ou o que sobrou dela. Mãe e apenas um irmão, desde quando isso é uma família?

Entro pela porta de trás do grande centro comunitário, já que se entrasse pela frente iria ter de andar muito até a sala onde o grupo se reúne. Entro no local onde todas as cadeiras estão postas em uma roda, nem todos chegaram ainda, apenas uma garota com os cabelos cor de fogo e dois garotos morenos.

Sento-me ao lado da garota e ficamos em silêncio até todos os 11 participantes do grupo chegarem. A psicologia que é responsável pelo grupo vai até o meio da roda e inicia seu habitual discurso.

"Sejam bem-vindos ao grupo de apoio. Eu sou a psicóloga responsável, Srta. Diana e estou aqui para ajudar vocês." Ela tem um sorriso simpático que a minoria retribui. "Todos aqui tem algo em comum. Alguém pode me dizer o que é?" Ela passa os olhos por todos, mas ninguém toma a iniciativa, então decido fazer isso.

"Temos um vício em comum." Digo. "Uma obsessão para ser mais exata."

"Muito obrigada pela sua iniciativa, eu achava que muitos aqui eram tímidos." Eu sou tímida, penso. Só falei porque ninguém nessa porra de grupo de apoio disse nada. "O que a Srta..." A psicóloga se refere a mim.

"Skyler. Skyler Johnson."

"O que a Srta. Johnson disse está correto. Todos que estão reunidos aqui tem um certo vício em comum e vieram até essa terapia em grupo porque querem deixar isso no passado."

"Não vim aqui porque eu quis. Estou aqui pela minha mãe, caso ao contrário não perderia meu tempo aqui." Um garoto loiro que está do outro lado da roda diz. Ele está de capuz e óculos ray-ban, seu jeans preto colado tem a mesma cor da camiseta e de suas botas. A Srta. Diana se coloca à frente dele, lançando-o um olhar desaprovador porém calmo.

"Você deve ser novo por aqui, qual é seu nome rapaz?" Pergunta ela.

"Luke Hemmings." Ele responde frio.

"Bem Sr. Hemmings..."

"Me chame de Luke e não por esse caralho do meu sobrenome."Ele retruca grosso. A psicóloga suspira e assente.

"Luke, você está aqui pela sua mãe e tenho certeza que graças à ela, você vai conseguir largar o vício." Não sei como ela ainda está calma.

"Certeza? Nada é certeza. Tudo é questão de talvez." Luke diz, com o olhar para o chão mostrando que não se importa com tudo isso. "Talvez eu me livre do vício, talvez não. Nada é certo nessa vida. A única coisa da qual temos certeza de verdade é que vamos morrer. Então não me diga que tem certeza que eu vou conseguir." Todos permanecem em silêncio, um silêncio envergonhado e cheio de pensamentos adicionais. Srta. Diana está com uma expressão chocada diante do que acabou de ouvir e abre a boca várias vezes sem ter o que dizer.

"Ok, continuando..." Ela desvia do assunto rapidamente. "Alguém poderia me falar um pouco sobre o vício?" Mais uma vez não se tem voluntários.

"O que podemos dizer sobre o vício?" Digo do nada, me afundando ainda mais na cadeira.

"Bem, me explique um pouco sobre..."

"Explicar o que? Não temos nada para explicar." A interrompo, endireitando-me na cadeira e encarando-a. "Você só está reunida com um grupo de adolescentes obcecados em sexo, não tem como explicar." Concluo, tendo olhares de aprovação na minha direção.

_______________________________

Heey

Esse primeiro capítulo ficou muito curto, mas os próximos serão mais longos, essa é a minha segunda fanfic e espero que vocês gostem!!

Ela é de conteúdo maduro, a leitura fica na autoria do leitor, se não gostarem não se deem ao trabalho de denunciar, apenas não leiam.

Sem plágios, irei denunciar qualquer tipo de cópia ;)

me sigam nas minhas redes sociais:

twitter: kavinsky5sos

instagram: marileonardo_


Votem e comentem.
Ily All - Mari xx

Obsession + lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora