Capítulo 28

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Mas eu não posso curá-lo

Não posso melhorá-lo

E não posso fazer nada sobre

Seu estranho temperamento

Mas você é incurável

Não posso entrar em seu mundo

Pois você vive em tons de frieza

Seu coração é inquebrável

Shades Of Cold - Lana Del Rey


S K Y L E R


"Seu pai mora muito longe daqui?" Eu perguntei o que deveria ser a vigésima pergunta seguida, enquanto me ajeitava no banco do passageiro do carro dele.


Não pude me segurar em fazer perguntas ao Luke sobre sua família - e principalmente sobre o pai - a partir do momento que ele me assegurou que deveria saber mais sobre os Hemmings' antes de chegar na casa de seu pai.


Luke já estava sem paciência depois de responder muitas perguntas feitas por mim, mas afinal eu tinha muitas dúvidas sobre sua família. Não sei quase nada sobre a família Hemmings, eu mal sei coisas sobre o Luke.


"Ele mora no centro de Londres." Ele bufou, entrando no lado do motorista de seu carro. "Skyler, por favor, pode calar a boca? Foi um inferno para convencer as empregadas do meu pai a cozinharem essa hora, e você ainda fica me enchendo de perguntas sobre o meu pai." Resmungou irritado.


Apenas cruzei os braços em resposta, mas por fim acabei por me calar e aconcheguei-me no banco de couro do carro. Luke dirige sem pressa, entrando rua por rua da grande Londres. Às vezes ficou impressionada com o tamanho desta cidade, eu nasci e fui criada aqui e sempre que sinto que conheço tudo por aqui acabo me surpreendendo com qualquer coisa que Londres tenha a oferecer.


O silêncio toma conta do carro, nenhum de nós dois se atreve a dizer algo, o som suave do motor é o único barulho que está entre eu e ele. Quando me dou conta estou - mais uma vez - com a minha atenção totalmente focada no Luke.

Seu maxilar trava enquanto ele presta atenção na rua, suas mãos firmes ao volante batucam levemente mesmo não tendo música no carro, o azul de seus olhos ganham um lindo destaque sempre que qualquer luz os atinge e os lábios úmidos são mordidos sem parar, talvez eu já tenha notado que ele morde os lábios - principalmente o canto esquerdo.


"Por que eu tenho a sensação de que você está sempre com os olhos em mim?" Luke perguntou de repente, despertando-me do pequeno transe que me encontrava.


"Talvez seja porque você sempre está me olhando de canto e saiba que eu estou te olhando." Sorri de lado e consegui ouvir uma pequena risada vindo dele.


"Eu não fico te olhando de canto." Contrariou.


"Sendo assim eu também não fico te olhando." Revirei os olhos.


"É aqui." Ele engoliu seco e eu senti como se um nervosismo tivesse deixado o ar pesado. Me concentrei no que estava a frente do carro e quase me engasguei ao ver a enorme mansão que estávamos a entrar.

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