Capítulo 44

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Todos os lençóis, vivemos por baixo
Todo o sexo, todas as noites que ficamos acordados
Sim, ficamos presos, mas estamos mais do que livres

Got Love - Tove Lo

S K Y L E R

Um mês. Exatos trinta dias desde que deixei a Austrália, e certamente o mês mais difícil de toda a minha vida. Minha relação com Luke foi completamente cortada, as poucas ligações que ele tentou realizar nos primeiros dias em que estávamos separados foram recusadas pela minha pessoa, no início eu apenas deixava cair na caixa postal e apagava as mensagens de voz, mas com o passar dos dias acabei por recusar a ligação nos primeiros toques, apagar as mensagens mesmo antes de lê-las, tudo para evitar que os sentimentos de Luke me atingissem. Depois de alguns dias, o que foi equivalente a quase duas semanas inteiras, ele desistiu. As ligações passaram a ser menos frequentes e quase não havia mensagens.

Para mim, por um lado, foi de certa forma um grande alívio, porém não pude deixar de me sentir desolada com toda a situação. Luke havia desistido de mim, tal como eu havia desistido dele. Daqui para frente, nossas vidas jamais voltaram a se encontrar, seremos ambos obrigados a encontrar alguém que entenda nossa razões e satisfaça aos toques, mas tenho quase certeza que ninguém pode fazer com que eu me sinta tal como me senti com o Luke durante os meses que ficamos juntos. Foi um curto período, míseros meses que mudaram a minha forma de pensar e puderam curar o meu lado ruim.

Meu desejo em fazer sexo com outros garotos desapareceu por completo. É como se nenhum garoto fosse suficiente como Luke foi, e sinto como se ninguém pudesse voltar a me satisfazer como ele fazia. Desde que me considero viciada em sexo, este foi o período mais longo que fiquei sem fazer sexo com alguém. O desejo e a excitação não existe, eu mal saio de casa e os únicos momentos em que me sinto excitada são aqueles em que me lembro de Luke e de como nossos corpos pareciam se encaixar de uma forma perfeita. Não era necessário nenhum tipo de movimento bruto para que tudo acontecesse, simplesmente nos mexíamos em uma sintonia perfeita, como se ambos soubessem exatamente do que o outro gostava.

Nos últimos dias eu ando a isolar-me no meu quarto. Estar de volta em casa é uma sensação incrível, minha mãe nem sequer aumenta sua voz ao falar comigo, talvez a minha separação com o Luke e o desaparecimento do meu vício tenham mostrado para ela que o que eu passei foi apenas uma fase, e que agora posso voltar a ser o que era antes da palavra sexo invadir e dominar a minha vida. Voltei a pensar em estudos junto com o resto da minha família, e é provável que no próximo semestre de aulas eu realize algum curso que possa fazer com que eu arranje um emprego em breve. Talvez eu só precise de um pouco mais de motivação para continuar com a minha vida, sem mais pedras em meu caminho.

Eu estava no meu quarto a colocar minhas roupas depois de ter tomado banho, escovei meus cabelos escuros e deixei que os mesmos, agora mais cumpridos, caíssem sobre os meus ombros, calcei meus chinelos após ter colocado o conjunto de moletom e voltei a me sentar na borda da cama, pegando o celular e checando as poucas mensagens, decepcionando-me mais um vez ao ver que nenhumas delas era de Luke.

Enquanto me distraia com o meu próprio lamento, ouvi algumas míseras batidas na porta do meu quarto, o que fez com que eu me colocasse de pé e caminhasse até a mesma, abrindo-a e deixando que o meu irmão surgisse, dando espaço para que ele entrasse em meu quarto.

"Sky, será que podemos conversar rapidinho?" Peter pediu e eu apenas assenti com a cabeça, enquanto o acompanhava até a minha cama, onde ambos nos sentamos. "Como você está?" Ele pergunto antes de tudo, me deixando a pensar antes de responder. Eu não tinha ideia do que sentia no momento, talvez apenas um grande vazio por estar novamente sozinha.

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