Capítulo 20

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"E se eu pudesse somente tirar o seu fôlego
Eu não ligo se não tem muito o que dizer
Às vezes o silêncio guia sua mente
E te move para um lugar tão distante
Os arrepios começam a chegar
O momento em que minhas mãos encontram sua cintura
E então eu vejo seu rosto
Coloco meu dedo em sua língua
Porque você ama o gosto"

Sweater Weather - The Neighbourhood


S K Y L E R

"Skyler? Por que me ligou?" Luke perguntava do outro lado da linha, eu me sentia paralisada, de repente fiquei sem ter o que dizer. Nem sequer me lembro os motivos de eu ter ligado para ele. "Alguma dúvida sobre as suas recomendações?"

"Não." Engoli seco, aflita com a reação dele. "Nem sei por que te liguei." Admiti rapidamente antes que ele respondesse.

"Não sabe por que me ligou?" Ele questiona e ri debochando. "Estava se sentido sozinha, Sky?" Luke pergunta ironicamente, com um tom mais infantil. Reviro os meus olhos e suspiro, a incrível vontade de desligar ocupa-me do nada.

"Não me chame de Sky, Hemmings." Resmunguei.

"Se não quer que eu te chame de Sky não me chame de Hemmings." Ele rebate. "Agora fala logo o verdadeiro motivo da sua ligação." Luke diz rude.

Consigo ouvir o som de alguém teclando freneticamente, acompanhado do som de telefones e algumas vozes ao fundo.

"Onde você está?" Minha curiosidade pergunta.

"Não tente mudar de assunto." Luke diz. "Me fale o por quê de você ter me ligado que eu te digo onde eu estou." Ele sugere e eu bufo, mas acabo por aceitar o que ele sugeriu.

"Tudo bem. Eu cheguei em casa faz mais ou menos uma hora, o Calum concordou em me trazer. Mas assim que eu entrei minha família estava na sala, todos preocupados comigo. Minha mãe começou a berra comigo e no começo eu só fiquei quieta e ouvi, mas quando minha tia e meu irmão se envolveram na minha defesa eu decidi discutir com a minha mãe também." Suspirei antes de continuar a falar. "Enfim, ela me chamou de vadia indiretamente e por fim me deu um tapa com força no meu rosto."

Luke demora a me responder e fica em silêncio, como se estivesse a pensar, continua escutando o som dos telefones e computadores do outro lado da linha, me perguntando mais uma vez onde ele está.

"Ela te bateu?" A voz falhada do Luke soa novamente depois de alguns minutos. Murmurei afirmando e posso jurar que fui capaz de escutar um suspiro nervoso vindo dele. "Mas... sua mãe alguma vez já tinha te batido?"

"Nunca." Sussurrei. "Ela nunca encostou um dedo em mim. Não entendo por que ela ficou com tanta raiva à ponto de me estapear." Comento e mal consigo acreditar que estou desabafando com Luke Hemmings.  Estou falando sobre a minha vida, minha família e sobre os meus problemas com um garoto que eu odiava duas semanas atrás. Será que eu ainda consigo sentir algum tipo ódio por ele?

"Pode ser que ela esteja sobre pressão por ter uma filha viciada em sexo." Luke diz. "Meu pai jamais tinha gritado comigo, eu fiquei exatamente como você está quando ele me expulsou de casa. Não esperava aquilo dele, mas depois conseguimos conversar pacificamente e ele me disse que a pressão de ter um filho viciado é muito intensa."Ele diz, e pela primeira vez estamos conversando como duas pessoas aparentemente normais. "Mas pense pelo lado bom, seria bem pior se você viciada em cocaína do que em sexo."

Ignorei a última frase dele e pensei somente no que ele havia dito antes e tenho que confessar que talvez o Luke possa estar certo. Nem imagino como deve ser a sensação de ter um filho viciado, apesar de neste caso eu ser a viciada.

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