𝐷𝑒𝑠𝑐𝑢𝑖𝑑𝑜

6° capítulo

6° Capítulo

  O soviético estancou diante daquela porta. Olhou para o chão, sentindo o estômago revirar.
Sentia-se um covarde pelo receio que sentia em abrir uma simples porta, todavia, sabia que não era qualquer porta, era a porta de América.
Aproximou sua mão da porta, ganhando confiança aos poucos, mas quando ía batê-la, afastou-se brutalmente.

- Acho melhor vir outro dia - falou.
Essa era sua desculpa.

Todo dia à tarde ele pegava seu carro e dirigia até a casa do americano, porém, quando ameaçava bater, ele travava e fugia.
Pensar naquilo fazia ele sentir-se imponente e estupido.
Entretanto, não podia adiar demais esse encontro, pois a reunião dos países estava chegando - era em dois dias! - e teria de encontrá-lo, por bem ou por mal.

Virou-se para sair, quando ouviu um estalo de porta sendo aberta e sentiu mãos fortes puxando-o para dentro.
Será que o Diabo havia adiantado sua ida?

- Haha! Eu falei que ele vinha aqui todo dia para te ver, Cris! - A voz de Arthur foi escutada, causando confusão no União Soviética.

América, em contrapartida, parecia desconfortável e irritado ao olhar o soviético.

- Bem, agora que me mostrou, tire ele daqui, Arthur - proferiu, em um sopro de voz.

- Mas e se ele tiver algo para falar, ninguém aparece na porta dos outros sem motivo - encarou o soviético -, certo?

Ele hesitou, abrindo e fechando a boca, como um peixe.

- Eh, e-eu vim pedir desculpas. - E fugiu novamente, correndo em disparada para fora.
Arthur soltou um muxoxo irritadiço.

- Soviético idiota...! - amaldiçoou, em um resmungo.