9° Capítulo

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Capítulo 9

Correu desesperadamente pelos corredores, os olhos embaçados faziam a correria ser dez vezes mais difícil. Arrependia-se amargamente de ter fugido dos braços do amado, e se o pedido de desculpas dele fosse verdadeiro? E se quisesse ele finalmente estivesse querendo uma vida com ele?
Encarou o carro em sua frente, nem notara que já havia chegado em seu carro, tamanho era o desespero
Riu de si mesmo. Claro que o soviético não queria nada consigo! Provavelmente ele só sentiu-se culpado e abraçou-o por pena.
Pegou o celular no bolso e ligou para um táxi, não conseguiria dirigir naquele estado, mesmo que quisesse.
Logo o táxi chegou; entrou e, muito embora não quisesse, conversou brevemente com o motorista, que era um senhorzinho bem vestido de aparentemente 50 anos.

- Senhor América, desculpe perguntar, mas parece triste - falou, com o cenho franzido em genuína preocupação.

América somente lançou-lhe um sorriso fraco.- Não é nada demais, juro.-

- Certeza? - insistiu, batucando os dedos longos no volante.

- Tenho sim, não se preocupe.-
O senhor deu de ombros, derrotado.

- Bem... já chegamos. Deu 12,55.-
América pagou e saiu sem falar mais nada, somente acenou com a cabeça em um tchau mudo.

Mal chegou em casa e jogou-se na cama. Passou dias e mais dias chorando e resmungando, porém havia chegado seu limite. Quem ligava para aquele idiota comunista? Ele era um covarde nojento que não se importava com ninguém que não fosse ele mesmo!
Suspirou profundamente.
Por que, mesmo sabendo disso tudo, ele continuava a ser um idiota apaixonado?





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