Maktub- Merluca

3. Sem luta, sem ganho

Quando o amanhã chegar
Eu vou estar por minha conta
Sentindo medo das
Coisas que eu não sei
Quando o amanhã chegar
Amanhã chegar
Quando o amanhã chegar...

As horas arrastaram-se até que as duas finalmente se rendessem ao cansaço. Aninhadas uma a outra, a irmã mais velha descansava toda a extensão de seu corpo sobre o aconchegante colo de sua irmã mais nova, que permaneceu sentada e reclinada na cabeceira de sua cama a madrugada inteira. Maggie não desligava de jeito algum, seus neurônios, células, hemácias e todos os glóbulos de seu corpo, travavam-se em uma batalha incansável dentro de seu corpo, impedindo-a de qualquer reação que fosse, a não ser as suas delicadas mãos acariciando o emaranhado de fios loiros e macios de sua irmã. Ela se recusara bombardear Meredith com incessantes perguntas, mas ela sentia que precisava ouvir mais do que as sibiladas palavras pesadas da madrugada passada.

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Entretanto mais um dia normal pairava sob a visão de Andrew Deluca, os raios solares invadiam suas persianas, avisando que sua rotina iniciaria daqui à alguns minutos, mas ele já se encontrava despertado entre seus confortáveis travesseiros, seus pensamentos longivos não paravam de rodear aquele lenço que ele encontrara. Dentro de si tamborilava a certeza de que a qualquer momento ele poderia encontrar "ela". A mulher que já tinha seus pensamentos, mas não a sua total devoção, pois tudo o que ele sabia sobre ela era seu doce cheiro e a visão de seus lindos fios dourados e esvoaçantes pelo ar.

Entre as incertezas e os pensamentos vão, Andrew revirou-se na agradável e confortante cama levando todo o seu corpo escultural para o chuveiro, livrando-se da preguiça matinal, dando lugar a uma nova junção de energias para encarar mais um dia normal de trabalho.
Logo ele já se encontrava em seu estabelecimento, fazendo seu rito de todo o dia, juntando-se aos seus funcionários para o de jejum e assim dar início a mais uma jornada exaustiva e um tanto quanto prazerosa e satisfatória de trabalho. Juntos, eram como uma família e Andrew nunca duvidou disso, alí com certeza era o seu lugar.

- Helm, hoje as sobremesas são por sua conta. Levi, nós receberemos fornecedores e colaboradores na casa hoje a noite, conto com a sua ajuda. Hunt, não me decepcione com as entradas, Kepner continue com a sua excelência na recepção, vamos lá pessoal.

Todos presentes concordaram, tomaram seus postos e lá estava o homem esbelto, mais um dia ocupando fielmente o seu cargo, dando as ordens e ironicamente
as seguindo também, pois ele se recusara a nunca pôr a mão na massa, mesmo sendo ele o chefe. Era ali que ele sentia-se feliz, realizado e devidamente abraçado, sua cozinha era o seu centro de prazer, e um êxtase para os dias loucos. E se tinha uma pista que ele dominava, era essa e ele o fazia com maestria.

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Horas mais tarde, Maggie que não havia nem se quer pregado os olhos, se doava na tentativa de cozinhar algo para que pudessem forrar o estômago. Ela sabia que Meredith ficaria estérica, pois não era de seu agrado que mexessem em suas coisas, mas nada ali permanecia mais a mesma coisa, e com certeza ela sabia que sua irmã não se oporia a um bom prato de comida. Então ela seguiu com o plano até ver que a mesma se rastejava a passos curtos e lentos, jogando-se no enorme sofá. Enquanto ela remexia a panela com uma colher de pau em uma água fervente com borbulhas, seus olhos acompanhavam a figura magra presente na sala, impacientemente pulando de canal em canal, mas sem verbalizar uma sílaba se quer.

- Mer, estou fazendo o almoço, espero que não se incomode. Você, dormiu bem?

Indagou a moça puxando assunto
na esperança de uma resposta positiva