13. Eu estou bem

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⚠️ O apítulo contém gatilho ⚠️

Ps: escutem a música
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A medida em que Andrew exalava um desejo aparente por meio de seus toques e beijos mais ávidos, Meredith sentia que seu corpo poderia entrar em combustão a qualquer momento, suas mãos eram certeiras entre sua nuca e alguns tufos de cabelo. Ambos já haviam se entregado de maneira sincera, mas de jeito nenhum desejariam que toda essa cadência terminasse.

Grey sentia e sabia que naquele momento Andrew não somente a cortejava e sim a desejava, já estava mais do que óbvio para ela. Todo o seu corpo também já se inclinava para ele, mas para a insatisfação de seu próprio ego e momento de glória, seu corpo havia acabado de traí-la.

Todo seu corpo havia começado um tremor jamais sentido, suas mãos gélidas e seu estômago retraindo-se denunciavam que algo estava estranho ou fora dos eixos e não era mais nervosismo ou ansiedade por Andrew Deluca, muito menos seus toques.

Ela realmente sentia que algo estava errado.

- An-Andrew...

Murmurou afastando seus lábios violentamente

- O que foi? eu fiz algo que não gostou?

A fisionomia de Andrew denominava uma mistura de preocupação e frustração, mas manteve a pose

- Não, você é incrível, você não fez nada.. é só que...

Em fração de um curto tempo Grey curvou-se apoiando sua mão em Andrew

Um latejo percorreu por seu corpo e todo seu sistema colocou-se em alerta, realmente algo estava errado

- Mer, fala comigo, você tá bem?

Sua mão a reconfortava pelas costas na tentativa de lhe trazer algum conforto e alívio

Apesar da intenção ser boa, para Grey era somente mais um lembrete. Por um milésimo de segundo sua mente se reportou para onde ela se recusava permanecer, as memórias de uma notícia que detonou com seus sentimentos e sistema emocional. Bem, por agora era seu corpo quem padecia e temia pelo pior, seus olhos tornaram-se como névoa e seus lábios tremulantes denunciavam que agora era a hora de realmente fazer algo.

- Grey, por favor, diga que você está bem..

- E-eu vou ficar bem, só me leva pra minha casa, por favor!

Seu tom de voz era como uma súplica intensa e o desespero percorrendo em seu corpo eram gritantes

- Eu acho que você não está bem e eu não posso te deixar ir embora assim.

- Por favor, só me leva!

Em sua voz era óbvio o desconforto doloroso, mas como uma Grey ela ignorou a avalanche que parecia preencher todo o seu corpo e sistema se colocando mais uma vez ereta diante de Andrew que ainda mantinha suas feições estáticas em uma preocupação intensa.  Andrew não sabia muito sobre Meredith, mas pelo breve tempo em quê trocaram confidências e momentos particulares ele não pôde deixar de perceber o quanto ela era altruísta e independente.

Sem mais delongas Andrew apenas resolveu acatar o pedido de Grey. Movimentou-se guardando alguns itens de importância em seu restaurante e partiu em disparada para seu carro levando debaixo de seus afagos e braços, Meredith que se limitou a um silêncio que trazia para si uma breve vergonha por esse momento em quê não esperava que nada disso tivesse acontecendo. Era fato que ela sabia não ser sua culpa, mas quem a podia julgar? Ela ainda não se sentia pronta para nada disso, sua ficha ainda não havia caído completamente sobre o que ela precisava enfrentar, mas seu corpo não falhou em logo lhe alertar e lhe dar sinais. No fundo ela sabia que não poderia adiar mais uma vírgula sobre isso, mas como enfrentar o que não se tinha ânimo e nem vontade?

Os cintos já os envolviam, Grey apenas recostou-se no banco do carona e seus olhos que antes brilhavam como estrelas, agora permaneciam perdidos e nublados junto a noite escura diante de si. Dentro de sua mente não parava de ecoar a voz em que a lembrava que era necessário que ela desse uma explicação a Andrew, mas ela não tinha forças e muito mal sabia por onde começar, e tudo tornou-se insuportável e doloroso novamente. Mentira não fazia parte de sua vida rotineira, mas foi essa a escapada plausível que sua mente fora capaz de formar minimamente e então decidiu que não, Andrew não saberia de toda a verdade.

Não hoje, não agora e nem por ela.

- Andrew me desculpa acabar com a nossa noite assim. Não era a intenção.

Sua voz arrastada, um pouco rouca e transmitindo culpa alcançaram Andrew que se dividia entre o trânsito e a figura ao seu lado

- Ei, para está tudo bem. Eu só estou muito preocupado com você!

- Eu troquei o meu anticoncepcional não faz muito tempo, deve ser algum efeito colateral. Logo ficarei bem não se preocupe.

Mentiu descaradamente e esse fora o estopim para terminar de rasgar o seu peito. Sua mãe sempre a ensinou que mentira e ódio eram como um veneno para a alma e que uma vez percorrendo em si, era difícil não notar o tamanho estrago.

Andrew pareceu compreender sua breve explicação mentirosa e logo levou sua mão livre na coxa de Meredith carinhosamente a fazendo se esmurrar internamente por ter inventado essa história tosca. Mas agora já era e bem, sua vida tinha problemas maiores a serem solucionados. Alguns longos minutos mais tarde eles haviam chego ao destino final e a despedida entre ambos não passou de um selinho e um afago nos cabelos sedosos de Meredith.

Andrew ainda permaneceu por alguns longos minutos parado alí dentro do seu carro procurando entender o que tinha acabado de acontecer e absolutamente nada o fazia pensar que estava tudo bem. Ele não duvidara de Meredith, mas seu instinto lhe entregava que havia algo a mais alí. Logo tratou de afastar tais pensamentos mas sem deixar de estar preocupado com a sua linda companhia, seu carro havia ganhado vida sob as ruas e para aliviar a tensão Andrew acelerou o mais rápido que pôde e desapareceu em meio as ruas iluminadas.

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Ao deitar-se em seu sofá gélido Meredith se permitiu expelir algumas lágrimas teimosas, seu peito queimava e batia fora do ritmo normal, era como se uma onda tivesse acabado de desmanchar seu lindo castelo de areia e por um lado seu subconsciente a condenava, mas que culpa tinha ela? O que poderia ela fazer para reverter o problema que vinha evitando cruelmente? Ela não queria ter que lidar com nada disso, negar as aparências fora a melhor saída, ela apenas não sabia que isso poderia lhe afetar tanto ao ponto de pensar em tirar sua própria vida. Sim, era esse o pensamento que pairava sobre sua mente, ela se julgou por pensar tão baixo, mas este era o único jeito de não ter que enfrentar nada, de não sentir nada e muito menos ter que se explicar para Andrew Deluca. Andrew, sua mais nova descoberta, a vida parecia ter encontrado o "cala boca" perfeito para si neste momento, mas pareceu ser em vão, ela não poderia o envolver na bagunça que estava sua vida, muito menos contar sobre sua possibilidade de expirar a qualquer momento neste mundo. Era cruel, era horrível e doía mais do que qualquer coisa, mas ela não podia. Sua melancolia atingira um ápice quando tais pensamentos se fizeram ainda mais furtivos e logo um filme sobre sua vida se iniciou, seu choro silencioso a dilacerava por dentro, sua cabeça doía ao ponto de lança-lá a uma parede e mais uma vez, ela estava alí sentindo-se traída pela vida e extremamente sozinha e sem ter onde apoiar-se.

" Crescer é uma droga, você tinha razão Ellis, você tinha razão"

Fora a única frase que se permitiu emitir de forma suspirada, sussurrada e arrastada em meio ao choro intenso. Ela sentia-se quebrada em mil pedaços mais uma vez e era só o início de um limbo sem um meio e sem um fim, aliás Meredith nesta noite já traçava um possível fim.

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Oi xuxus  ;(

Alguém ajuda a pobi da Maria Edith 🤧

Maktub- MerlucaOnde histórias criam vida. Descubra agora