O Conceito do Diálogo

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Agradecimentos (user's do Spirit):  

@ CecySazs pela ajuda com escolha do personagem com o Bakugou.

@ uwu_queen pela capa na mídia.

@ ryuutsune pela betagem da história.

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O ano de 2020 chegava com diversos alvoroços inesperados, entre estes, talvez o mais desgastante para a humanidade, a maldita quarentena, como Bakugou gostava de intitular.

Os dias passavam se arrastando e ele não podia fazer nada para mudar. Seu apartamento estava silencioso e ele gostava de estar sozinho, claro, nunca havia negado algo do tipo. Mas, droga, seu celular tinha quebrado recentemente — por um breve surto de raiva — e estava diante um feriado prolongado que faria sua sina sem o aparelho se tornar ainda mais extensa com a assistência técnica fechada.

Ainda tinha ao menos o notebook para se comunicar com outros seres humanos pelas redes sociais. Isto, até que a luz de seu prédio se fizesse ausente por alguma merda feita nos circuitos elétricos, deixando-o com um aparelho eletrônico prestes a descarregar.

— Puta que pariu, desgraça do caralho... – Ele xinga para as paredes enquanto se joga sobre o sofá, incomodado pelo tédio que sentia sem qualquer coisa para lhe prover o mínimo de distração que poderia arranjar em meio a esse isolamento absoluto. Claro que ele não pretendia fugir das regras da quarentena, pois ele sabia da importância dessa porra, no entanto, mesmo assim, não media esforços para odiar a situação com todas as forças.

Incomodado demais para continuar parado, ele se levanta em meio ao escuro, sua memória é o suficiente para que ele se mova até a estante para pegar uma de suas luvas do uniforme de herói. Ele a veste na mão direita para poder acionar levemente o propulsor de explosões, apenas o suficiente para iluminar um pouco à sua frente enquanto buscava um livro qualquer nas prateleiras. Depois de escolher um título literalmente aleatório, ele foi até a varanda do apartamento, abrindo a porta de vidro para sentar-se na cadeira que havia no terraço.

A luz da lua e das estrelas era amena, porém podia prover a iluminação necessária para que ele enxergasse as frases dispostas organizadamente no livro. Bakugou buscou em baixo da mesa que havia ali um maço de cigarros que mantinha escondido apenas para situações em que sua ansiedade se tornava um problema, pois, no fundo, ele odiava o gosto do tabaco, somente o consumia por precisar de algo para destoar de toda sua rotina sempre estressante, como era de se esperar de alguém que está constantemente com raiva como se fosse um vício. Realmente, era um mal tentando sobrepor o outro, ele tinha consciência disso.

Depois de posicionar um dos cigarros na boca ele usa o propulsor mais uma vez apenas para acender, logo tirou a luva em seguida para poder segurar o livro em suas mãos. Tragando o cigarro, ele começa a leitura, mas um chiado repentino o faz pular no lugar e uma voz entediada soou de algum lugar que ele não entende perfeitamente a princípio.

"Não sabia que você fumava."

Bakugou se assustou ao ponto de tossir com a fumaça, xingando ao amassar o cigarro em qualquer canto, olhando ao redor para identificar de onde vinha essa voz. Quando seus olhos pousam sobre o canto da mesa ao seu lado ele toma consciência de que seu comunicador da última missão estava ali, com uma luzinha vermelha ligada deixando explícito que o aparelho ainda estava ligado. Seu reconhecimento é automático e ele pega o equipamento nas mãos, apertando o botão para responder.

— Como diabos você sabe disso agora então, zumbi? — Bakugou exclama para o comunicador, olhando para os arredores diante as grades de sua sacada, tentando identificar alguma coisa por ali. O apelido que havia dado para seu companheiro de patrulha, Hitoshi Shinsou, era algo que ele tinha trazido dos primórdios de suas interações, pois desde que o arroxeado havia se infiltrado com sucesso na classe de heróis na época da U.A., ele usava o mesmo deboche.

Only BakuShin || One Shot'sOnde histórias criam vida. Descubra agora