Only BakuShin || One Shot's

Workaholic

Agradecimentos (User's do Spirit):

A @ Biiiina pela aprovação do plot (com quatro i's).

A @ Anahiku pela capa lindissima na mídia 

A @ Zanjin pela betagem impecável da história. 

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Shinsou estava em sua terceira xícara de café, mas nem sequer passavam das 11h naquele dia estressante, o qual já estava repleto de demandas, como em todos os outros até então.

Por conta de diversas mudanças na sociedade, seu regime de trabalho havia mudado para home office. Como um gestor influente dentro da organização, ele foi o primeiro a dizer que, por mais que não precisasse mais gastar horas do dia para se deslocar ao escritório, não estava sobrando tempo algum como ele imaginava que iria.

Pelo contrário, em home office ele trabalhava ainda mais. Acordava insanamente cedo, dormia apenas muito tarde, levantava-se o mínimo possível, para ir ao banheiro ou buscar um pouco mais de café. Somente não se esquecia de comer porque seu esposo, Bakugou, o levava um prato de comida e fazia questão de se sentar ao seu lado na mesa do escritório, apenas para se certificar que o arroxeado iria comer ao invés de fazer pausas entre garfadas para responder e-mails ou atender ao telefone.

Naquela semana em especial, Hitoshi já podia ser denominado como um zumbi, pois suas olheiras crônicas se mostravam ainda mais profundas, seu marido estava começando a se preocupar um pouco mais com a situação estressante de seu amado, portanto, decidiu que faria algo que não recomendaria muito a ninguém.

O loiro trabalhava com encomendas, então não tinha o mesmo pique de estar trabalhando durante o dia inteiro como um condenado, portanto, podia se dar o luxo de viver na preguiça quando algum trabalho o deixava pilhado. Seus prazos eram confortáveis e nunca os perdia, justamente porque tinha noção de deixar um pouco de tempo entre os trabalhos para que pudesse descansar como gostava.

Sabia que Shinsou era do tipo workaholic, que dificilmente se desprendia do seu cargo alto na empresa, muitas vezes até murmurando sobre contratos durante o sono. Por mais que

precisassem tanto da inteligência e maleabilidade do diretor de compras e serviços, Katsuki estava farto de ver seu companheiro se desdobrando para analisar duas planilhas diferentes em cada tela sobre a mesa, ainda com uma terceira do notebook à sua frente para responder e-mails e realizar videoconferências simultaneamente.

Trabalho demais sempre haveria, mas a saúde mental e física de seu marido nenhum daqueles merdas iria prover de volta caso necessário.

Com isso em mente, Bakugou esperou apenas chegar o fim do horário comercial, que findava às 18h, para entrar no escritório de Hitoshi, que ficava logo em frente ao seu estúdio particular no corredor do apartamento.

—... entendido. Faça as alterações que pedi na nota fiscal de revenda, o imposto não está vinculado e teremos quebra no fiscal se não for contabilizado — o arroxeado estava terminando uma ligação, com o headset já machucando um pouco sua orelha por estar encaixado ali desde que começou o dia. Somente o desplugava para ir pegar café, e quando retornava, a chance de já haver mais uma ligação era quase plena.

Seus olhos cansados fixaram-se no esposo que abrira a porta naquele instante, saindo um pouco dos inúmeros documentos que se dividiam nas três telas em sua mesa e das outras dezenas de papéis que empilhavam-se sobre a madeira. Desligou a chamada e, finalmente

retirou o fone de ouvido, usando a ponta dos dedos para massagear a cartilagem avermelhada após tanto tempo com o acessório.

— Já terminou seu quadro? Vou vê-lo assim que responder mais alguns e-mails, sua arte é tão inspiradora que não consigo deixar de ansiar por ela — declarou Shinsou com um sorriso que não chegava ao olhar, o rosto já se encontrava rígido pelo cansaço e mesmo não querendo transparecer, estava em um nível que era impossível fingir que a exaustão não existia.