- Acho que precisamos conversar. - A voz do loiro tornara-se séria. Os sorrisos diminuíram e intensidade da euforia por estarem juntos mais uma vez foi substituída pelo peso do motivo que o trouxera de volta.
- Imagino que sim. - Admitiu com um suspiro.
- Você disse que estava pronta para contar.
A morena dirigiu-se até a cama e ali se sentou.
- O que tenho para te falar é uma coisa que me machuca muito, independentemente do tempo que tenha passado, por isso eu queria que você me desse em troca uma parte de seu passado também.
- Como assim?
- Eu também não sei nada sobre a sua história, me conte alguma coisa importante para você, vou me sentir mais segura ao contar a minha.
O loiro sentou-se ao seu lado.
- Contar algo sobre mim?
- Sim. Algo do qual não goste de falar. Você disse que gosta de jogos, quero deixar esse jogo balanceado.
- Justo, eu diria. Vejamos então...
"Quando eu tinha uns seis ou sete anos eu comecei a ser treinado para lutar, e eu era uma aberração com uma arma na mão. Nenhum equilíbrio, nenhuma técnica."
- Isso não me parece uma memória aterrorizadora de infância.
- É porque eu ainda não terminei, senhora educação.
"Eu costumava treinar com Sasuke, e ele era simplesmente um prodígio, inalcançável. Mas eu era o filho do rei, eu precisava me sair melhor, só que eu nunca conseguia."
"Certa noite, nossos soldados tinham acabado de voltar de uma campanha, estavam em sua maioria exaustos, era o momento perfeito para sermos atacados. E fomos. O castelo foi invadido por militantes rebeldes, armados com machados, foices e qualquer coisa com uma lâmina que encontrassem pelo caminho."
"Meu pai mandou os soldados protegerem os empregados e cuidarem da invasão, ele tomaria conta de mim. Ninguém ousou desrespeitar uma ordem direta do rei, ainda mais quando o rei em questão era o melhor espadachim do reino, ninguém pensou que estaríamos em perigo."
"No meio da invasão, cerca de dez rebeldes nos encontraram, eu ia tentar lutar com meu pai, mas todos sabiam que eu não lutava, até mesmo ele. Então ele me fez fugir enquanto enfrentava sozinho os invasores."
"Sasuke me encontrou vagando pelos corredores, ele já estava completamente sujo de sangue e não demorei para perceber que o sangue não era dele. Nós treinávamos juntos, mas não conversávamos, sequer éramos amigos, aquele dia foi a primeira vez que o ouvi falar. Lembro-me perfeitamente das palavras: Venha comigo Majestade, eu o levarei até um lugar seguro."
"É claro que o Majestade não passou despercebido, foi aí que eu soube que tinha perdido meu pai. Sasuke praticamente me arrastou pelos corredores até um esconderijo, ele me protegeu até que a guarda se reunisse novamente, com o fim do ataque."
"Como eu era uma criança, o Conselho tomou a frente do reino, eu era apenas uma figura pública para representar a monarquia, não fazia nada. Passei então a treinar todos os dias, com medo de um novo ataque e me culpando pela morte do meu pai. Sasuke passou a treinar comigo, como adversário, e dediquei todo o meu tempo a aprender a manusear todas as armas que eu dispunha."
"Perto de completar dezessete anos meu Conselho tentou um golpe de estado, com medo de que eu finalmente assumisse meu cargo por direito. Felizmente eu tive muitos aliados, pessoas que eram leais a monarquia e ao legado de minha família, pessoas que ainda lamentavam por meu pai. Conseguimos impedir o golpe, mas isso causou um sério problema aos cofres de Konoha, então eu investi no exército, para que pudéssemos conseguir explorar e oferecer nossa ajuda em troca de dinheiro. Funcionou por um tempo, o exército cresceu e nos tornamos o que somos hoje, mas precisávamos também de dinheiro para manter os homens, então paramos na situação com a qual nos conheceu."
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Acordos
RomanceNuma época em que reis e rainhas ainda governavam por todo o mundo, dois reinos se unem em prol do benefício de seus povos. Mun, um reino rico e sem exército, cujo rei doente não consegue governar, é liderado agora pela princesa Hyuuga Hinata. Intel...