Capítulo 13 - Treinamento

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 - Levante mais essa espada, desse jeito eu arranco sua cabeça fora em menos de um segundo.

- Não dá para levantar mais do que isso, ela é pesada demais para mim.

Hinata o viu arquear as sobrancelhas e sorrir minimamente de lado, na clássica expressão de "eu te avisei".

- O que foi mesmo que eu te disse quando decidiu pegar essa espada hoje? - Ela bufou, nervosa, ergueu alguns milímetros a mais a espada e o atacou. - Péssima ideia. - Ele disse desviando-se do ataque com a agilidade de um gato.

- Eu desisto. Você está certo, não posso lutar com isso. - Admitiu ofegante antes de largar a espada no chão.

- Parece que alguém finalmente cedeu.

- Não vá se acostumando. - Disse sentando-se no banco mais próximo e encarando as flores em volta.

- Posso dar um conselho? - Ele perguntou ao sentar-se ao lado dela.

- Diga.

- Ouça seu professor quando ele quer te ensinar alguma coisa, principalmente se você pediu essa ajuda.

- Eu estou te ouvindo há mais de uma semana e durante todo esse tempo só tenho usado facas, elas não vão poder me proteger. Já viu o tamanho daquilo?

- Acha que não pode fazer um estrago com elas só por que são menores que uma espada? Você pode, por favor, me lembrar o que foi mesmo que eu usei quando aquele desgraçado atacou você?

Ela revirou os olhos.

- Não dá pra comparar o que você pode fazer. Eu vi você o matando como se ele não fosse nada, um boneco.

- É claro que não vamos comparar, eu luto desde que sou criança, Hinata. Eu fui treinado para matar antes que você fosse educada para manter tanta cortesia diante do seu "maravilhoso" conselho. Mas isso não significa que você não possa matar usando uma maldita faca. Não é o tamanho da arma que importa.

"Você pode ter a maior e melhor das espadas, de nada vai adiantar se você não conseguir segurá-la. Vamos voltar para as facas, você se dá bem com elas."

- Tudo bem, mas há alguma chance de eu conseguir me tornar uma espadachim algum dia?

- Claro. Pode começar malhando um pouco, carregando peso...

- Pode parar. Já entendi. Há essa altura da minha vida eu provavelmente não vou conseguir nada.

- É claro que pode. Você é a rainha, pode fazer qualquer coisa.

- Sabemos que não é assim que funciona.

- Comece com as facas, depois você tenta com armas maiores.

- Sim, senhor. - Ela se levanta. - Pronto para ser meu alvo?

- O que eu não faço por você? - Ele da de ombros e se levanta. - Evite mirar no rosto, por favor, é um dos poucos lugares que ainda não tenho nenhuma cicatriz.

- Posso colocar uma aí para ser a primeira. - Diz pegando as facas.

- Não. Eu conquisto as mulheres com meu charme e meus lindos olhos azuis, menos você, você é insuportável. E se você colocar uma cicatriz aqui, as coisas vão ficar mais difíceis para mim, não quero isso.

- Por que é tão importante?

- Por que eu preciso me livrar das minhas frustrações sexuais, já que minha mulher não quer nada comigo, exceto alguns beijos que ela me dá para provar alguma coisa, ou quando roubo dela. Mas estou desistindo desses roubos, eles não são nada fáceis e vêm cheios de discursos sobre como eu não deveria tê-la beijado.

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