9° Capitulo

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Acordo com a claridade, abro os olhos e estou sozinha na cama, merda, dormi fora de casa.

-Bom dia flor do dia. -Olho para Chris que está apenas de cueca na cozinha, paro de correr e o olho, que corpo é esse? Peguei no sono antes dele ficar sem roupa. -Tudo bem?

-Estou morta, pior ainda, enterrada também. Minha mãe vai me matar. -Digo pegando meus sapatos e reparo que estou apenas de lingerie e a camiseta dele, do sofá fomos para o quarto, mas não fizemos nada demais.

Tiro a camiseta e procuro pela minha roupa, minha camiseta está em um abajur e minha calça de baixo da mesa.

-Ei, se acalma, vai para o campus e depois diz que dormiu na casa de uma amiga. -O olho enquanto coloco os tênis.

-Minha mãe vai ligar para Soph, ela vai dizer a verdade. -Ele me para antes que eu consiga seguir para minha bolsa.

-Não vai ligar, apenas fica calma, aja naturalmente. -Diz e eu concordo. -Manda uma mensagem para ela que eu vou me trocar.

Me beija e eu mando uma mensagem dizendo que tive uma noite de estudos, ela sabe que eu vou ter uma prova hoje, quando responde com um emoji de joia eu suspiro.

-Estão nos olhando. -Digo quando Chris pega minha bolsa e passa o braço por meus ombros depois de trancar o carro. -Detesto isso.

-Minha avó morreu. -Paro de andar quando ouço a voz de Maycon, me viro e ele está péssimo. -Falaram que iriam cuidar dela. -Dona Júlia.

-Sinto muito, minha mãe cuidava dela, não saía de perto. -Ele se aproxima e Chris me puxa para trás dele quando percebe o ódio nos olhos de Maycon. -Ela estava mal desde que a levaram para lá.

-A culpa será de vocês, vão levar essa culpa para o túmulo. -Diz e sai andando, suspiro.

-O que foi isso? -Chris me olha.

-Júlia, a idosa que minha mãe levou no médico aquele dia, ela já tinha problemas respiratórios, mas parece que no hospital piorou.

-Mas a culpa não é de vocês. -Eu dou de ombros.

-Na verdade a culpa é dos pais dele, que levaram para a casa de repouso com a situação dela, deveriam ter levado diretamente para o hospital. -Digo e isso acabou com o meu dia.

-Vamos. -Beija minha testa e seguimos para o meu armário, coloco minha bolsa dentro e pego meus livros. -Temos prova hoje.

-Estou sabendo. -Digo fechando o armário, olho para Chris que coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Vejo Soph, está com as líderes e ela me olha fechando o sorriso. -Está furiosa.

-Vão ficar bem, logo isso passa, não existe apenas eu no mundo. -Diz e me faz o olhar. -Vamos para aula agora ou quer fazer alguma coisa, ainda temos vinte minutos.

-Vamos para sala, a professora detesta atrasos. -Ele sorri e me pega desprevenida quando me beija.

Entrelaça nossos dedos e seguimos para sala, abaixo o olhar quando passo por ela, entramos e me sento no meio, Chris ao meu lado.

-É possível que eu não faça a mesma prova que você. -Fala e reparo que não tem livros.

-Por estar mais avançado, onde estão os seus livros? -Ele me olha e depois para os meus livros. -Porque não traz?

-Porque trazer se eu tenho os seus? Menos coisas para carregar e eu durmo nas aulas que você não está.

-Sério? Mas suas notas são ótimas, fica em segundo.

-Segundo? -Eu aceno por eu ser a primeira. -Existe uma coisa chamada Internet, tem tudo que passam nas aulas no site do campus.

-Sim, mas é diferente o jeito como se aprende.

-Não, vou aprender a mesma coisa que você, apenas sozinho e em casa. -Dá de ombros e começam a entrar na sala, Soph me ignora e Lisa com Carly só faltam pular em cima de mim, me encolho e Chris acaricia minha mão.

A prova não foi tão difícil, estamos no começo do ano e não temos tantos conteúdos, encontro Chris na porta por ter terminado primeiro.

-Estamos liberados. -Digo e ele acena enquanto seguimos para meu armário, seu celular apita e quando ele lê suas sobrancelhas franzem e ele olha em volta. -Tudo bem?

-Vou te levar para casa, preciso fazer algumas coisas. -Estranho e ele me olha. -Está tudo bem, nada para se preocupar.

-Não está parecendo. -Ele segura meu rosto e me beija. -Chris...

-Tudo bem, não é nada de mais. -Promete e eu fecho meu armário, ele me puxa para o estacionamento, assim que saímos do pátio eu reparo em suas mãos, os nós dos seus dedos estão brancos e ele não colocou sua mão em minha coxa.

-Até amanhã? -Pergunto e ele me olha, vira todo o seu corpo para mim enquanto encaro minhas unhas.

-Desculpa, apenas apareceu um imprevisto, não precisa se preocupar. -Dou de ombros e ele me faz o olhar segurando meu queixo. -Vamos sair mais tarde, te mando mensagem confirmando o horário.

Aceno e ele me beija, suspiro com isso e ele sorri quando minha mão vai para sua mandíbula, ele suga meu lábio inferior e me olha.

-Te amo. -Digo baixo e ele me dá um selinho.

-Te amo mais. -Diz e um último beijo, saio do carro e ele acelera saíndo derrapando, me viro e encontro minha mãe.

-De novo aquele carro? -Suspiro. -É homem não é? Está dando para ele.

-Bêbada e nem são 17:00. -Digo indo para as escadas. -Vai deitar que eu cuido de tudo.

-Vai embora. -Diz e eu paro de andar me virando, estou no meio da escada. -Não te quero mais aqui, vai embora!

-Não está falando sério, para onde eu iria? -Ela me lança uma chave que cai em meus pés.

-Anna lhe deu a casa dela, bom aproveito. -Diz e se vira.

-Depois não vai se arrepender, eu não irei voltar. -Digo e ela me olha.

-Não irei me arrepender. -Suspiro quando ela fecha a porta, olho para a cozinha vendo as meninas me olhando, suspiro pegando as chaves e subindo para meu quarto, se ela quer que eu vá embora eu irei.

E agr as coisas começam a ficar sérias.

O Aluno NovoOnde histórias criam vida. Descubra agora