Capítulo 5

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Toryn enrijeceu, cada músculo de seu corpo se retensando em alerta quando aquele homem no centro do grupo a fitou com um olhar taciturno, carregado de insinuações que congelou até mesmo sua alma em estupor. O olhar era frio e mordaz, como se fossem lascas de gelo, esfriando Toryn.

Não compreendera o motivo daquele olhar, mas o temera, porque a forma como ele a encarou, fora repleta de malícia e triunfo. Ela não gostou nenhum pouco daquilo.

Antes mesmo que pudesse racionar, o homem começou a vir para eles, com o grupo em seu entorno. A atmosfera do ambiente mudou um grau de diferença, para um clima pesado e ameaçador.

Storm pareceu grasnar em aviso, se erguendo, o imenso corpo se colando em pé, se dirigindo para a frente de Toryn a alguns metros, interceptando os recém chegados barulhentos em seu trajeto.

Toryn percebeu com clareza quando o recinto se tornou um ambiente creptante, com o som de grasnados.

Cada membro do bar, largara o que estivera fazendo para se prostarem na direção dos novos visitantes.

Que pelo visto, eram indesejados.

A bile desceu com dificuldade pela garganta de Toryn, quando ela assentiu atônita Storm fica cara a cara com o homem no centro do grupo.

— Não estamos afim de confusão, Whitewolf. — O macho de cabelos pretos esbravejou perante Storm, com os braços cruzados sobre o peitoral largo.

Storm riu, um riso mesclado com um rosnado feral, eclodindo arrepios por toda a pele de Toryn. Aquele homem era magnífico mesmo quando parecia prestes a explodir em ira.

— Seu cheiro fede a encrenca, Blackwolf.— Aqueles títulos, e a zombaria na voz de cada ao pronunciar-los.

As peças se juntaram na cabeça de Toryn, com ela as montado com rapidez: Storm havia insinuado que aquele bar era uma espécie de clube, o grupo que entrara definitivamente era um clube rival.

Como a merda de gangues em conflito.

O homem no centro, quase na mesma altura de Storm, apenas um centímetro mais baixo de diferença, o encarou com asco, contraíndo os lábios em um riso de escárnio.

— Seu cheiro fede a merda. — Ele inspirou profundamente, com o restante do grupo fazendo o mesmo atrás e gargalhando em concordância.

Chiados irritados, quase animalescos, ecoaram no recinto, de todos os lados, contudo, Toryn não se virou para ver de quem ou de que direção vieram.

Sua concentração e foco estava no centro, com os dois machos enormes se enfrentando em um duelo mortal de olhares.

Ela viu com exatidão, quando os ombros de Storm se contraíram, parecendo aumentar de tamanho, se é que aquela merda fosse possível. O homem parecia um tanque de guerra com seu porte.

— Saiam de meu bar, agora. — Ele rosnou entre dentes, a voz soando lenta, arrastada em sua duração.

Toryn se viu arfando com aquela informação, atraindo o olhar do macho a frente, que desviou o olhar de Storm, a fitando por cima do ombro dele.

Os olhos escuros do homem pareceram a engolir, com ela tendo um vislumbre das órbitas sombrias crescendo.

— O que querem aqui, Holland? — Storm estrondeou, acompanhando o olhar de Holland, a fitando petrificada em sua baqueta, voltando de imediato sua atenção para o homem.

O macho, Holland, sorriu, sem tirar aquele olhar estranho sobre ela.

Por mais que Toryn sempre reclamara o quanto o universo era injusto com ela, e estava sempre o culpando por cada merda que a acontecia, sabia que o que estava prestes a acontecer, era um castigo dos céus.

Uma companheira para StormOnde histórias criam vida. Descubra agora