A floresta que flanqueava o bar, era tomada por imensos pinheiros e carvalhos por todos os lugares, era quase difícil se locomover sem trombar contra os troncos gigantescos ou não cair com as raízes encrostradas no chão.
Neve cobria alguns montes em pequenas dunas, com a respiração dela transpirando no ar em uma névoa esfumaçada.
Gritava e gemia a cada passo mal dado.
Todavia, Toryn não parou, não se daria o benefício da dúvida se estava sendo perseguida ou não, ou para onde diabos estava indo, com certeza se perdendo mais e mais na profundeza daquela floresta.
Mas era melhor que enfrentar o que quer que aquelas coisas fossem. Lobos. Ela engoliu em seco, sentindo o aperto em sua garganta se tornar um caroço e arder como se ela tivesse digerido brasa fervente.
Os flashes que inundaram sua mente, daqueles imensos lobos atacando, impulsionavam o sangue em suas veias, com a adrenalina frenética a colocando em modo automático, correndo eufórica.
As árvores passavam a sua borrões em borrões turvos. Sombras em meio a noite. Vultos sem forma.
O medo a mantinha em equilíbrio, conforme seu coração batia em desespero e agonia em sua corrida sem fim. Não pararia. Não podia.
Não podia.
Corra. Corra. Corra. Seu coração gritava.
Lobos. Aquela palavra ressonava em sua mente.
Se aquelas coisas estavam atrás dela, elas não parariam até encontrar-la. Um flash chiou em sua mente, da cabeça do homem rolando no chão a um mero ataque. Ela a afastou para longe.
O que aquelas coisas eram?
Ela se recordou da mulher estalando os ossos e convulsionando, com suas vestes se estilhaçando e dando lugar para um imenso lobo branco.
Mas porque aquilo tinha que acontecer justo com ela? Toryn não era ninguém. Mas atraia sempre esse tipo de merda para ela. Dessa vez, a porra do universo tinha se superado. Ela tinha que admitir em desespero.
Lobos.
Imensos e grotescos lobos.
Seu sangue quase gelou, quando mais uivos recochetearam pelo ar, ecoando em um som tenebroso pelo eco silencioso da floresta.
Cessando seus passos pelo tremor que a corroeu quando o eco sonoro daquele uivo ecoou.
Toryn avaliou o lugar em seu entorno, buscando, observando, vendo uma colina despencar a vários quilômetros adiante. O barulho de galhos estalando e o chiar de uma coruja se instalou em seus tímpanos.
Pode ouvir com menos clareza um ruído baixo, distante, concluindo ser uma correnteza. Um rio.
Ela respirou profundamente, se atentando, fechando os olhos, inspirando e expirando, ouvindo.
Então os estalos a alçancaram, vários, conforme os lobos percorriam a floresta atrás dela, metros de distância atrás, rosnando e uivando.
Cada vez mais perto.
Seu cheiro, ela constatou de imediato, não importasse quanto tempo e quão longe corresse, eles farejariam seu cheiro e a encontrariam.
Grasnando em frustração, Toryn removeu o imenso casaco branco de seu ombro, apenas em uma camiseta branca de mangas curtas.
Apertou o casaco contra seu colo, era o único que tinha, não tivera dinheiro para comprar um novo depois que fora demitida. E ficaria sem nenhum agora.
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Uma companheira para Storm
RomanceToryn Fells acabou de se mudar para uma pequena, e congelada cidade no Alaska, embora não tenha literalmente chegado nela quando seu carro resolve morrer na estrada. E o único ponto próximo era apenas um bar estranho quase dentro dos bosques ao redo...