Toryn tentou não mostrar o quão desconfortável estava com a forma pela qual Storm a encarava, até mesmo, o fato que o pegou franzindo o nariz, como se quisesse afastar seu cheiro, ou odor.Se perguntava se estava com um cheiro ruim, ou suor, porque ele parecia bem incomodado. Não se surpreenderia se estivesse com um aroma ruim, tinha suado como o inferno minutos atrás pelo pânico que a consumiu.
Storm manteve os olhos azuis sobre ela por longos minutos, conforme ela bebia, tentando não se intimidar com todo o tamanho do imenso homem ao seu lado. Aquele porte se assemelhava ao de um urso. Ela até mesmo sorriu com essa ideia estúpida. Se ursos fossem gostosos assim, talvez ela não teria tanto medo assim deles.
Ou teria.
— O que a trouxe aqui? — Aquela voz grossa, com um tom arrastado, que impertigou arrepios por sua pele soou.
Inspirando, Toryn o fitou.
— Acabei de chegar em Greenlak. Meu carro morreu a alguns metros daqui e esse foi o único estabelecimento mais próximo da estrada. Marquei de me encontrar com uma amiga aqui.
Ele assentiu, digerindo as informações dadas. As sombras grossas quase se uniam quando ele franzia o cenho.
— Então não é de Greenlak, certo? — Toryn confirmou em um aceno. — De onde então?
— Yukon. — Esclareceu, o tom amargo ao se recordar do lugar de merda de onde viera.
Storm pareceu ler sua expressão, entretanto, não comentou nada a respeito, chamando a bartender ruiva e pedindo um drink para ele.
— Esse lugar... — Ela pigarreou, não resistindo a curiosidade, vagando o olhar pelo ambiente.
Cada membro presente, jogando em uma mesa de sinuca, fumando no canto ou bebendo em suas mesas, pareciam todos semelhante entre si.
Ela se destacava com aquele casaco enorme e a pele pálida entre pessoas tão bronzeadas. Os olhos de Storm se puseram sobre ela.
— É uma espécie de clube privado? Tipo aqueles clubes de motoqueiros de beira de estrada?
Ela estancou, calculando suas palavras, sorrindo sem jeito para ele, rezando para que ele não se ofendesse ou coisa do tipo com seu questionamento.
Storm levou o copo de vidro com seu drink para aqueles lábios delineados, um sorriso carnal o tomou, formigando Toryn, quando ele bebeu um leve gole, com a língua deslizando por seus lábios em seguida.
Ela engoliu em seco, desviando o olhar para sua própria bebida, ignorando a onda de calor que a inebriou. Aquele homem era um pecado.
— Um clube? — Ele repetiu suas palavras com aquela voz marcante, estalando um riso. — É, pode ser.
Toryn apenas assentiu sem jeito, tomando o restante de sua bebida em um gole. Ela pegou seu celular, tentando de forma inútil ligar o mesmo.
A tela, agora trincada, continuava apagada. Droga. Ela inundou sua língua de xingamentos, sem dar voz a eles.
Um estupor a tomou, quando por um instante, ela quase chorou. De ódio. De raiva. De desespero. Não conseguia entender aquela onda de azar que a tomara de forma tão repetina.
O que fizera para o universo a odiar tanto?
Sua única esperança era Missy, e ela se agarrava a aquilo, ignorando a pontada em sua cabeça com a última mensagem da amiga.
Ela estava vindo. Repetia para si mesma como um mantra.
— Está tudo bem? — Storm indagou ao seu lado, provavelmente sentindo a aura de merda que se instalara sobre ela como um manto a cobrindo.
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Uma companheira para Storm
RomanceToryn Fells acabou de se mudar para uma pequena, e congelada cidade no Alaska, embora não tenha literalmente chegado nela quando seu carro resolve morrer na estrada. E o único ponto próximo era apenas um bar estranho quase dentro dos bosques ao redo...