Toryn Fells esfregou suas mãos com uma grande lufada de ar escapando em forma de fumaça.Ela estava congelando naquela noite. E justamente no lugar mais inusitado para isso. Claro, ela poderia estar estremecendo de frio no Arizona, ou talvez em Vegas, o que é óbvio, que nunca aconteceria pelo clima local de ambos os lugares.
Se perguntava se seu maldito azar teria um fim, embora achasse que não, com todos os acontecimentos do último mês.
Ela poderia listar cada um deles, cada mínimo desastre que ocorrera e acabaria onde estava. Em uma estrada deserta no meio da noite, repleta de árvores e neve. Muita neve.
Nunca imaginou que poderia existir tanta assim.
Sabia que em algum determinado momento seu pequeno Volkswagen Beetle morreria. Mas não que seria justo no meio da estrada de Greenlak. Alguém realmente a odiava no universo. Se fosse numerar sua lista de azar, colocaria como base principal seu despejo no apartamento de sua tia no topo da lista, com sua demissão no jornal local de sua antiga cidade logo abaixo.
Ok, a demissão era esperada. Ela sempre deixou evidente o quanto odiava os membros daquele jornal. Principalmente o babaca arrogante do seu antigo editor chefe. Trabalhar em uma pequena coluna de notícias locais nunca parecera tão terrível graças ao homem.
Embora a expulsão de sua tia fosse algo inesperado. Ela não tinha lugar algum para ir. Em semanas havia se tornado uma desempregada, e desabrigada. Se sua jovem amiga Missy não fosse generosa o suficiente e oferecesse um lugar para ficar, Toryn estaria em apuros.
Embora sua situação ainda não houve mudado. Ela já havia ouvido falar o quanto o Alasca era congelante. Mas não estava tão ciente que era tanto. E não podia reclamar. Quando Missy a convidou para ficar um tempo com ela em seu apartamento, nem se quer se importou com o fato de ser em uma pequena e congelada cidade, afinal, ela não tinha outras opções.
Com um bufo, saiu de seu carro, havia desistido de tentar reanimar-lo. Estava morto. Era seu fim. Seu último ronco havia sido em horas. Céus. A quanto tempo ela estava parada na estrada? E entorno disso não havia visto uma alma se quer passar.
Seu bolso frontal do casaco vibrou.
Era Missy. Ao menos um sinal tinha.
Com rapidez pegou seu celular no bolso, atendendo com um sorriso aliviado.
Cristo, obrigada.
— Você já chegou? — A voz amaciada soou do outro lado da linha. Toryn guinchou um calafrio. Mesmo com o enorme casaco, o frio a abraçava de forma congelante. Como se a brisa estridente a aconchegasse em um aperto furtivo.
— Estou presa na estrada. Meu carro morreu. — Declarou com um resmungo, não podia choramingar, mesmo que desejasse.
— Droga. Já são quase 22hras. — Missy esbravejou. Nem mesmo deu brecha para Toryn a responder. — Me der descrição de sua localização.
Enfiando uma mão dentro de seu bolso, buscando um pouco de calor, Toryn deu uma volta giratória, supervisionando tudo a sua volta. A escuridão da noite clareava o bosque com o luar, a redoma envolta tomada por sombras e neve. Havia apenas estrada e pinheiros gigantes.
Entretanto, se atentou a uma espécie de letreiro mais adiante. Parecia de algum restaurante ou bar.
— Não há nada. Apenas um letreiro.
— Um letreiro?
Deu passos, tentando enxergar o que dizia. Os olhos semicerrados para enxergar através da escuridão.
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Uma companheira para Storm
RomansaToryn Fells acabou de se mudar para uma pequena, e congelada cidade no Alaska, embora não tenha literalmente chegado nela quando seu carro resolve morrer na estrada. E o único ponto próximo era apenas um bar estranho quase dentro dos bosques ao redo...