Capítulo 2

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Toryn pensou em girar nos calcanhares e retornar para seu carro, quando uma imensidão de olhares ferozes a cercaram. O ambiente pareceu cessar apenas para encarar a estranha na entrada.

Todos estavam confortavelmente com partes do corpo amostra, alguns sem camiseta, ou com simples blazers abertos, não era como se a temperatura fosse diferente dentro de recinto, embora Toryn com seu enorme casaco tenha se sentindo coberta por completo. Uma respiração funda escapou de seus lábios, acompanhada por um ar frio, enquanto ela dava passos rumo ao balcão, tentando ignorar os olhares tortos e curiosos.

Ela até mesmo tentou lutar contra o desejo de não olhar de volta, mas as enormes mulheres na mesa de bilhar atraíram sua atenção, elas eram enormes, fortes, do tipo musculosas, com cabelos curtos nas laterais, o olhar era severo e rígido, e percebeu que em seus braços e pescoços haviam cortes e arranhões. Toryn viu que não havia diferença entre os homens, quando seu olhar vagou ao redor, eles eram o dobro do seu tamanho, tinham a pele exposta marcada por arranhões e cortes. Se perguntava em que inferno de lugar ela havia se metido.

O balcão era grande, com diversas bebidas sobre ele, e baquetas de madeira pintadas de preto ao redor. A tinta era desgastada. Havia alguns homens sentados nelas, com suas garrafas em mãos, Toryn sentou-se um pouco distante deles, mas seu olhar capitou quando o homem mais próximo pareceu inalar, fechando os olhos e inspirando fundo. Ignorou aquilo, deveria ser um hábito estranho dos habitantes daqui.

Não era como se Toryn já houvesse viajado para vários lugares do mundo, entretanto, ela estava bem ciente que em diversos lugares, as pessoas tinham seus próprios costumes.

Mesmo que estranhos.

— O que a moça deseja? — Uma mulher ruiva se aproximou, do outro lado do balcão, Toryn a fitou com firmeza, tendo que erguer seu olhar devido ao tamanho dela.

Desejou que sua expressão não fosse ofensiva para a mulher ou acabaria levando um soco a qualquer mal entendido.

Deu um último olhar para os homens e mulheres com roupas curtas e de couro. Se perguntava como eles não se incomodavam com o frio sufocante. Não poderia escolher a hipótese do costume, porque era incapaz de alguém se adaptar e se acostumar com aquilo.

Até mesmo a mulher do bar parecia confortável com a temperatura baixa  Ela era ruiva, o cabelo mal tocava as orelhas, a pele era bronzeada, como a de todos os outros, Toryn concluiu, usava uma camiseta branca desgastada com alguns pequenos rasgos e uma longa calça preta apertada.

— Huum. Apenas uma água. — A mulher ergueu uma sobrancelha grossa, a fitando com seriedade. Deveria ter achado ela uma idiota. Isso era um bar, lembrou a si mesma. Toryn corrigiu-se com rapidez. — Uma dose de whisky, por favor.

A mulher não expressou uma reação, apenas se virou, pegou uma garrafa e um copo, depositando a dose de Toryn em instantes a sua frente. Toryn nem teve como agradecer, com a mulher saindo para o outro lado da bancada.

Movendo uma mecha de seu cabelo de sua face,

Toryn retirou seu celular apresada, destravando a tela, verificando as mensagens. Não havia nenhuma, rolou os contatos e selecionou o de Missy.

Venha logo! Esse lugar é assustador.

Apertou enviar.

Segurou o copo e tomou um longo gole. A dose desceu com fervor por sua garganta, com uma careta surgindo em sua face. Deveria ter pedido uma coca.

Percebeu finalmente seu nervosismo quando notou sua perna em um tic tremoso. Ela estava fingindo que ninguém a estava fitando como se fosse uma espécie rara, uma formiga entre abelhas. Embora fosse quase impossível ignorar aquelas pessoas intimidantes.

Uma companheira para StormOnde histórias criam vida. Descubra agora