Pizza e chocolate quente

135 11 8
                                    

 Caroline baloiçava o corpo ao ritmo da música, enquanto limpava o chão com uma vassoura de cabo amarelo. Nathan acabava de limpar as últimas chávenas de café, com o avental com vestígios de farinha. Olhava constantemente para a janela rendada a detalhes de madeira branca, tentando vislumbrar a figura esguia da loira com quem estivera na noite anterior.

 A jovem pequena sua colega de trabalho, suspirou guardando a vassoura na arrecadação. Colocou o casaco de lã no corpo e logo avistou a figura do namorado a girar a maçaneta da porta. Um sorriso capaz de iluminar o mais obscuro canto do Universo delineou-se nos seus lábios, que em segundos se colaram aos do CB, alcunha criada por Nathan para o identificar.

 Sorriu na direção dos dois namorados, que pareciam esquecer-se da sua presença. Retirou o avental, pousando-o no balcão e colocou o seu gorro cor de mostarda desajeitadamente.

 “Adeus, Nathan.” – Caroline acenou agarrada ao corpo alto e definido do rapaz irlandês.

 “Adeus.” – ele despediu-se. Viu-os descerem a rampa junto ao café. Provavelmente iriam almoçar juntos.

 Desligou o rádio e vestiu o casaco azul impermeável que possuía cantarolando uma música de um filme de animação. O dia tinha sido presenteado com raios de Sol belos e agradáveis que colocavam as pessoas com uma melhor disposição instantaneamente. A performance do rapaz foi interrompida por breves batidas na porta. Audrey respirava ofegantemente, levando as mãos ao local onde se encontrava o coração. A jovem sorriu, subindo o pequeno degrauzinho que dava acesso ao café e fechou a porta atrás de si, encostando-se a ela.

 “Eu tenho uma razão muito…oh Deus, nem consigo respirar!” – ela fez um sinal de espera para o irlandês, com um pequeno sorriso na face pálida. – “A minha mãe encontrou uma colega de turma antiga no supermercado e só cheguei a casa há quinze minutos. Ainda tive que ajudar a arrumar as coisas.” – Audrey explicou-se.

 “Pensei que não virias.” – Nathan confessou, apertando o fecho do seu casaco.

 “Consegui chegar a tempo a muito custo, Nathaniel James Springfield, podes tirar essa cara amuada.” – curzou os braços, levantando a sobrancelha loira esquerda.

 “Não me estou a queixar.” – o irlandês contrapôs, encostando-se à vitrine em vidro onde habitualmente estão dispostos os bolos e pãezinhos acabados de fazer, com um sorriso provocador.

 “O que passa com a tua timidez?” – Audrey questionou ironicamente.

 Nathan riu baixinho, olhando-a:

 “Vais querer alguma coisa?”

 “Quero quatro pãezinhos para levar e uma baguete integral se ainda houver.”

 “Estão guardados, mas ainda tenho. Vou buscar lá dentro.” – Nathan apontou com a cabeça para a cozinha.

 “Esqueci-me de dizer que és um interesseiro.” – o rapaz ouviu-a dizer com tom chateado, embora tivesse a certeza de que o seu tom era encenado. Voltou com o pedido da loira, em dois sacos distintos, mordendo o lábio rosado e cheio.

 “Estou no meu local de trabalho, Audrey, é normal que te pergunte se queres alguma coisa que te possa vender.” – ele argumentou.

(…)

Audrey bebericava o seu refrigerante alternando com algumas mordidelas nos pães de alho que na mesa se encontravam.

 O restaurante italiano mais conhecido da vila estava cheio, o forno a lenha acesso e os empregados circulavam atarefadamente com pratos nas mãos. O cheiro a pizza, queijo e massa era inconfundível, assim como ao dos pães pequeninos com alho e azeite.

Audrey {Dezembro de 2014}Onde histórias criam vida. Descubra agora