Capítulo 5 - Eu vou te propor algo

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— O que? — Steve ainda não havia entendido a reação dela.

— Quem é você? Fala!

— Quem sou eu? Eu sou o Steve, Nat. — Steve tentou se aproximar.

— Afaste-se! — Natasha levantou mais a sua arma, fazendo Steve recuar. — Não é possível que exista dois de você. Só há um Capitão América e eu acabei de vê-lo. Então, quem é você? Nada explica a sua chegada aqui tão rápido.

Steve passou a entender naquele momento que deveria se explicar o mais rápido possível, antes que ela atirasse nele. Era a Agente Romanoff, a melhor de todas, e ela não hesitaria se achasse que estava sendo enganada por um impostor. Mas, o que dizer? Como ela entenderia?

— Nat, eu posso explicar. Abaixe a arma!

— Está perdendo tempo, e eu também. Fale antes que eu me arrependa de estar te ouvindo. — Natasha não parecia ceder nem por um segundo à dúvida.

— Eu sou o Steve. Sou eu, só que em um outro momento.

— Claro que não é! Fala a verdade ou eu atiro. Você trabalha para a Hydra?

— Não, claro que não. Eu sou o Steve e posso provar. — Natasha parecia se enfurecer enquanto Steve falava, o que o deixava nervoso. — Você gosta de café e sempre toma uma xícara quando acorda e outra antes de dormir. Enganou o Loki para tirar informações dele e uma vez me disse que ama a América do Sul, e quer um dia viver lá, já que é linda, quente e longe o bastante da Rússia. — O último fato pesou. Natasha parecia surpresa e começava a compreender que algo muito além se passava naquele local.

— Steve... Como? O que está acontecendo? — Natasha abaixou a arma, sem entender o que se passava. Ela ainda estava desconfiada, mas, algo nela gritava que era ele.

— Eu estou em uma missão, só não posso contar muito sobre ela. — Os dois começaram a se afastar para a lateral de um prédio, onde era mais difícil de serem vistos. — Nat, eu precisava te ver. É tudo o que posso te dizer.

— Me ver? Mas, o que houve? Eu não estou entendendo. Existe algum Steve que não seja você, correndo pelas ruas de Nova Iorque? — Natasha parecia ainda mais confusa.

— Não, sou eu. Quem você viu, sou eu. Mas, no passado. — Natasha semicerrou os olhos. — Eu vim do seu futuro, e você está no meu passado. Estou devolvendo coisas importantes, as quais não posso te contar. Não sabia que podia te encontrar. Eu nem deveria estar tendo esse contato com você, só que... — Ele olhou bem para ela, lembrando que quando voltasse não a teria de novo. — Eu precisava te ver.

— Eu entendo e não entendo, ao mesmo tempo. Você precisa me explicar mais.

— Eu não posso falar sobre isso. — Steve sabia no que aquilo poderia refletir no seu presente. E talvez nem houvesse presente. Mas, uma coisa era certa diante de tudo: ele precisava dizer algo que não o deixava dormir desde a morte dela. — Não posso falar sobre isso, mas posso te contar uma outra coisa.

— O que? — Natasha cruzou os braços.

— Posso te contar sobre o amor que sinto por você. — Natasha parecia desacreditar no que ouviu, e Steve quase desistiu pelo nervoso. Mas, prosseguiu ao perceber que ela demonstrava querer saber mais sobre. — Eu a amo. Eu me apaixonei por você desde o primeiro dia que te vi, e nunca consegui falar sobre isso. Mas, há uma necessidade de te dizer, e Nat... se eu pudesse ter uma vida com você, eu teria.

— Steve, eu...

— Há uma outra coisa que preciso fazer. — E antes mesmo que Natasha pudesse responder, ele se aproximou e a beijou. Ignorando o passado e futuro. Naquele segundo, só o presente importava.

Beijar Natasha era a atitude mais insana naquele momento. Primeiro, ambos estavam no meio de um conflito intergaláctico que destruía tudo em Nova Iorque. Segundo, o outro Steve estava pelos arredores, e o que aconteceria se ele visse aquilo? Terceiro que ele, com certeza, estaria modificando o futuro.

Ao se afastar de Natasha, que claramente estava mais surpresa do que antes, ele percebeu que precisava tomar uma decisão, de um jeito que não a afetasse. Talvez se explicasse para ela o que aconteceu, escondendo o detalhe de que eles a perderam em batalha, daria certo sair de lá sem deixar tantas brechas. 

— Você... Nossa, Steve. — Natasha sorriu, meio desconcertada.

— Eu sei, talvez eu precise te pedir desculpas. — Steve pegou uma das mãos dela e segurou com firmeza. — Eu nem sei se você sente algo por mim e acabei te beijando, mas eu precisava fazer isso. Estava me consumindo, e o que eu sinto por você é tão forte...

— O que eu sinto também é. — Natasha o interrompeu.

— Natasha! — O coração de Steve parecia querer sair pela sua boca a qualquer instante. Talvez fosse o jeito antiquado que lidava com sentimentos e o fazia completamente minucioso.

— Você não me deve desculpas. Só fez algo que eu queria fazer há muito tempo, e por medo, não fiz. — Natasha sorriu, segurando o rosto dele com a outra mão, que estava livre. — É fácil amar você, Stev. É fácil se apaixonar por alguém tão incrível como você é. E eu, me apaixonei mais rápido do que pensei e do que permito.

Ambos sorriram e sentiram que tudo o que precisavam no mundo estavam diante dos olhos deles. Era o amor no meio de uma guerra.

Era o amor vencendo a guerra.

— Eu vou te propor algo. — Steve olhava por cima dos ombros dela, descobrindo talvez uma solução para todos os seus problemas relacionados ao tempo. — E o que irei te propor irá mudar as nossas vidas radicalmente.

— Estou pronta para tudo com você. — Natasha deu a injeção de coragem que faltava em Steve, deixando-o mais convicto de que sem ela, ele não precisava de futuro.

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