Na véspera de Natal,
Meu verdadeiro amor enviou a mim, um noivo,
Dois contratos, três álibis, quatro origamis,
Cinco charutos velhos e seis taças de vinho.
Há sete minutos para meia-noite.¹
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Taemin
Shibuya City, Japão – 24 de Dezembro de 2020
A neve já cobria as calçadas quando deixamos o conforto do apartamento de Ryu no Distrito de Ginza àquela tarde. As ruas estavam movimentadas e uma massa expeça de pessoas – em sua maioria empresários –, transitavam apressados pelas calçadas, grudados aos aparelhos celulares, esbravejando rudezas à pessoa do outro lado da linha.
Embora estivesse aquecido, com parte da roupa que usara na noite anterior, dispensando a gravata borboleta e as camadas generosas de gel em meus cabelos, ainda assim, me sentia um completo idiota vestido tão formalmente para explorar as esquinas de Ginza, mesmo que aquele bairro fosse em sua maioria composto por edifícios altos, empresas, lojas de grife e restaurantes ainda mais luxuosos.
— Onde somos supostos a ir, Ryu? – a seguia me espremendo entre as pessoas, tomando um cuidado extraordinário para não ser atropelado por ninguém, a mantendo junto a mim.
— Temos reservas em um restaurante no centro. – Ryu vestia um conjunto de linho num tom de vermelho vivo, a saia cobria apenas parte de suas coxas, por cima da meia fina na cor de sua pele e embora eu soubesse que nunca esboçaria, tinha minhas dúvidas de que estivesse bem aquecida.
— Temos? – aproveitei o farol vermelho para me virar em sua direção, ajustando o cachecol creme em volta de seu pescoço, garantindo que estivesse coberta o suficiente.
— Presente de Natal do velho tartaruga. – minha noiva agradeceu com um sorriso gentil e solto, me olhando em sua baixa estatura apesar das botas de salto, o que a deixava adorável em níveis que eu jamais a revelaria caso quisesse manter minhas bolas no lugar.
— Neste caso, vamos passar o natal com seus avós? – Acariciei a maçã de seu rosto com o polegar coberto por uma luva grossa, lamentando que o tecido me impedisse de sentir a textura de sua pele, ou que as camadas de maquiagem privasse meus olhos das sardas em torno do nariz e debaixo dos olhos, uma característica que descobri naquela tarde, enquanto transávamos debaixo da água quente do chuveiro, desnudos de tudo. —Isso é muito agradável, na verdade.
— Não. – Ryu piscou rápido, se desvencilhando do meu afago, quando o farol abriu e as pessoas começaram a nos arrastar numa onda de corpos, em direção ao lado oposto da avenida. — Vovô sempre passa os festejos de fim de ano na Minka, com a baachan e os ancestrais. É algo exclusivamente deles desde que me entendo como ser humano. – a senti segurar minha mão com firmeza, entrelaçando os dedos aos meus, encaixando-se como uma peça faltante.
Reprimi um sorriso idiota e fora de hora, a seguindo e desviando das pequenas montanhas de neve no meio da calçada enquanto passávamos pelo cruzamento de Shibuya. A japonesa estava completamente desarmada, e eu não queria fazê-la pensar que precisaria erguer suas armaduras novamente, por esse motivo, todo cuidado que tomava ao transitar pelo concreto escorregadio, refletia no que eu exercia para manter a conversa confortável e divertida.
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Brand New Eyes »» Lee Taemin
Fanfiction"- Quero discutir todas as malditas cláusulas desse contrato. - continua segurando meu pulso, erguido diante de nossos rostos, enquanto rola o olhar até os outros, se fazendo decisivo. - Sou eu quem vou ter que conviver com essa selvagem, quero ao m...