"- Quero discutir todas as malditas cláusulas desse contrato. - continua segurando meu pulso, erguido diante de nossos rostos, enquanto rola o olhar até os outros, se fazendo decisivo. - Sou eu quem vou ter que conviver com essa selvagem, quero ao m...
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Taemin
Ginza, Japão – 21 de Dezembro de 2020
Segunda-feira mostrou-se um dia frio e barulhento logo pela manhã quando relutantemente deixei meu quarto rumo a área social do pequeno apartamento alugado pelos meus avós no bairro de Ginza, Tóquio.
A lareira elétrica estava ligada, envolvendo a pequena sala com um calor agradável. Nonna encontrava-se sentada no sofá sorvendo uma xícara de chá com os olhos presos na tela de seu notebook repousado sobre a mesa de centro a sua frente.
Pappa falava ao telefone, parado confortavelmente de frente para a grande janela, observando a movimentação lá embaixo enquanto gesticulava e dava instruções em italiano à pessoa do outro lado da linha.
Nonno não estava em lugar algum e pela forma tranquila com que minha avó estudava o que quer que fosse no computador, eu chutaria que ele estava muito bem abrigado debaixo das cobertas, descansando do pequeno exagero da noite anterior quando nonna o permitiu extrapolar no vinho.
— O nonno está bem? – interroguei a meio caminho da mesa posta, recebendo um indicador erguido da mulher, me pedindo um minuto.
Sentei à mesa, observando com cuidado o cardápio atípico a minha frente. Não era tão diferente quanto um café da manhã coreano e com este eu estava habituado, uma vez que mamãe costumava preparar refeições de sua terra natal em minha infância, contudo, faziam tantos anos que isso ocorreu pela última vez, que me peguei curioso a respeito dos sabores nostálgicos dispostos a meu deleite.
Comecei a comer em silêncio no que papai ocupou a cadeira a meu lado preparando um prato para si, visivelmente satisfeito com o desenrolar do que estivera resolvendo ao celular.
— Bom dia bambino, dormiu bem? – engoli a comida em minha boca com dificuldade, refreando um rolar de olhos.
— Não. Rolei pela cama a noite inteira, acho que deve ter vinho fermentando até na minha alma! – bufei. Pappa gargalhou de forma solta, parando um pedaço de pão a caminho da boca.
— Ora, não estava ansioso por algo emocionante? – me olhou esperando uma resposta que não veio. Eu estava ofendido demais para lhe dar uma sem soar mal educado. — Olhe pelo lado bom, Taemin. Com a senhorita RyuJin, não acredito que cairá em monotonia. Ela consegue tornar as coisas muito emocionantes, não concorda?