Capítulo 6 - Pontos de vista

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Kakashi

          Era domingo de manhã, seis horas para ser mais exato, o sol tinha acabado de nascer, e eu tinha uma vista linda da imensa Konoha. Aquele céu um pouco escuro se misturando com os raios de sol nascentes, dando um contraste perfeito nos prédios da cidade. Estava um dia calmo, aliás era domingo. Precisava relaxar, ficar em paz comigo mesmo. Resolvi dar uma volta até a casa de campo do meu pai, eu sempre fazia isso. Sozinho naquele ambiente, era onde eu conseguia pensar melhor. Pensar no que aconteceu nos últimos 2 dias. E porque eu estou me sentindo assim, porque me afetei tanto com coisas simples.

          Levantei da cama, fui em direção ao meu armário, peguei uma mochila, coloquei minhas coisas dentro, somente o básico e enquanto estava arrumando mais uma vez ela veio e invadiu meus pensamentos, eu bati o punho no armário. Aquele beijo delicado que ela me deu, mesmo que por cima da máscara, fez toda a diferença pra mim... Olhei para as minhas mãos e lembrei do toque suave das dela, será que fui muito evasivo? Nunca liguei para o que os outros pensavam de mim, mas ela, o que ela pensa de mim eu ligo. Lembrei da mensagem que mandei pra ela na noite passada, sou muito grato a Hinata por me dar o número, mas... Será que aquela mensagem foi o suficiente? Me sinto em um campo minado sem saber o que fazer.

          Depois te ter arrumado minhas coisas, fui para o banho, frio como sempre, só assim para eu sentir alguma coisa sobre a minha pele quente, lavei meus cabelos, essa era a minha parte favorita. Assim que sai do banho, fui apenas de toalha até a cozinha e peguei uma fruta para comer. Voltei para o quarto colocar uma roupa, a mesma de sempre. Assim que estava pronto deixei tudo organizado para a minha volta. Tranquei meu apartamento, apertei o botão do elevador e esperei. Fiquei balançado a chave do carro enquanto descia. - o que isso poderia ser? Ansiedade? Pelo o que? Nunca me senti assim antes - Sai na garagem, olhei para o meu carro era um Impala 67, meu pai gostava de carros antigos e não tive coragem para me desfazer dele, ele é uma das lembranças que ficaram comigo. É um bom carro, grande e espaçoso. Entrei e joguei as minhas coisas no banco do carona, dei partida e acelerei, fiquei olhando as pessoas na rua, nos carros na minha frente e como essa cidade cresceu nos últimos vinte anos...

          Peguei a estrada e observei aquelas lindas planícies e suas plantações, a parte rural da cidade. E pensar que eu cresci bem longe dessa metrópole, em um cidade pequena a oeste daqui. As memórias invadiram meus pensamentos, de quando fazia esse caminho com meu pai, dos nossos momentos juntos  e de todas as conversas que tivemos ao longo desse mesmo caminho, todas as lições que ele me ensinou ao longo da vida e o legado que ele deixou para mim. Eu sentia a sua falta. Imensamente. Agora eu estava sozinho. Pelo menos aqui dentro desse carro sentindo o vento entrar pela janela enquanto o sol termina de nascer. Não demorei muito mais que duas hora para chegar ao meu destino.

          Quando cheguei na casa e aquela brisa invadiu os meus pulmões me senti renovado. Aquela antiga residência de madeira com o seu cheiro particularmente familiar, me traz tantas lembranças... Seus móveis antigos e o jeito que ela refletia a entrada da luz do sol. Coloquei minhas coisas no quarto e fui para o quintal da casa... Ela ainda parecia nova mesmo depois de tanto tempo, eu me dedico bastante pra deixar ela como está. Mas de longe a minha parte favorita é a parte de trás da casa. Tem uma grande área verde com um lago em sua ponta, eu vou lá todas as vezes que estou aqui, passo pelas árvores e saio na beira dele - as águas cristalinas fazendo com que o reflexo do sol batesse em meu rosto - me senti extremamente extasiado. Fiquei deitado ali lendo meu livro, estava um dia realmente agradável, fiquei grato por estar vivo. Pela primeira vez em muito tempo.

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