(Im)perfeitos (Kakasaku)

Capítulo 34 - Sina

Kakashi

Eu já estava em Konoha. Sakura teve alta do hospital faz uma semana. Ela estava bem. Pelo menos foi o que os seus pais me disseram. Eles me ligavam todos os dias desde o acidente. Mas que tortura, e eu não poderia vê-la ou estar com ela, porque ela simplesmente não se lembra de mim. E me aproximar nesse momento, poderia trazer mais estresse ao seu corpo e a sua mente. Ino me contou que ela perguntou de mim algumas vezes, e que por hora, eu só tinha duas opções, esperar ela se aproximar de mim de bom grado ou recuperar as suas memórias. E eu torcia tanto para que fosse a segunda opção. Terminei de empacotar as coisas do meu apartamento, eu me mudaria daqui. Iria para uma casa na parte residencial de Konoha. Era uma casa "normal". Tinha alguns quartos e banheiros. Além da sala e da cozinha que pela menos isso eu fiz questão que fosse grande. E também tinha um lindo jardim, eu poderia plantar várias coisas por lá.  

    Assinei a minha demissão no mesmo dia em que cheguei aqui. O pai de Hinata nem ao menos olhou na minha cara, mas não que isso importasse agora. Foda-se esse trabalho. Eu ficava pensando nisso. Agora, os meus dias que antes eram em frente a papeladas e treinos, se tornaram longas meditações, caminhadas e paz. Me mudava oficialmente para a nova casa hoje. Deixei o apartamento e recebi um dinheiro do Estado de Konoha pelos meus serviços prestados ao país, mais dinheiro para o montante que eu tinha. E mesmo assim, eu não estava feliz. - Isso é irônico, não? - Quando sai de dentro da minha antiga casa a minha velha vizinha veio falar comigo.

- Quanto tempo... - ela disse graciosamente - Para onde você está indo?

- Estou me mudando - eu disse ao fechar a porta e girar a chave

- Sério? Para onde você vai? Você e Sakura arrumaram uma casa? - ela perguntou inocente, e me lembrei que ela era uma senhora que mal lê jornal, quem dirá internet e claro que o foco da mídia era Ino

- É, mais ou menos isso, alguma hora eu tinha que me aposentar mesmo, só adiantei as coisas - eu não vou me estender muito, andamos até o elevador - Bom, foi ótimo dividir esse longo corredor com você - eu sorri, mas era um sorriso falso

- Foi ótimo, meu filho - ela sorriu também e o elevador chegou - Espero que de tudo certo para vocês

- É, eu também - entrei e apertei o botão do térreo

Assim que sai do elevador terminei de colocar as caixas que carregava no carro, a maior parte das minhas coisas já estão na casa. Só ficou faltando itens mais pessoais. A mudança foi um saco, a minha sorte é que eu já a planejava a um tempo, eu e Sakura estávamos ficando cansados daquele apartamento. Mas não pensei que ela aconteceria tão abruptamente. Os gêmeos me ajudaram em muitas coisas, fizeram o trabalho pesado por perceberem que a minha condição não era as das melhores. Eles iriam ficar em Konoha até o julgamento de Yamato, ele estava preso no centro da ANBU, na solitária. Gaara estava ponderando, isso é bom. Aposto que teve o dedo de Ino nisso, mas o que é ótimo, tudo para evitar uma guerra e mais preconceitos. Só que não sabemos como esse julgamento vai ser, ainda está tudo confuso. Gaara teria que ceder mas isso poderia de certa forma trazer vergonha a ele e ao seu país. Ele seria questionado. Como o Kazekage deixou a Rainha de Suna ser sequestrada e não fez nada?! Essa é a pergunta e o motivo por trás das ações que ele anda tomando.

Dirigi por Konoha lentamente e me senti perdido, porque eu não sabia o que fazer depois disso. Yamato realmente conseguiu tirar tudo que eu tinha e que eu minimamente gostava. Eu não tinha um emprego, sai do apartamento e nem tinha Sakura comigo. Eu não tinha nada. Por um momento pensei em adotar um cachorro, isso seria bom para mim. Eu não gostava de me sentir tão solitário quanto a um tempo atrás... Não é uma má ideia, vou pensar nisso melhor amanhã... Talvez devesse adotar dois, para o outro não se sentir sozinho também. Não era uma má ideia no fim das contas. Me aproximei da rua em que morava agora, o bairro era rescindencial, ou seja, foi caro para morar aqui. Mas a área é segura, os vizinhos são ótimos - pelo menos foi o que a corretora disse sobre eles - e tem pouco movimento, era tudo que eu precisava. Assim que terminar de guardar essas coisas vou para o quintal e começar a montar o plano do meu jardim. Talvez uma estufa pequena fique bom... Meu pai poderia estar orgulhoso.