(Im)perfeitos (Kakasaku)

Capítulo 27 - Sob o sol

Kakashi
Uma semana depois...

    O festival de inverno estava chegando, era daqui a duas semanas. Tudo estava uma loucura por aqui na capital. O tempo tem passado rápido demais... Já era fim de semana de novo, e para variar, Sakura estava me evitando. Sim, me evitando. A garota que antes pulava em meus braços cada vez que me via, estava me evitando, mal nós conversávamos por telefone também, ela não queria ouvir a minha voz e acho que se pudesse olhar nos meus olhos, deuses, eu seria congelado instantaneamente. E eu sabia o motivo disso, ela não estava nada contente com o fato de ter dois homens seguindo ela para todo lugar que vai. Acredite em mim, eu também não estava. Um dia desses um deles a viu quando saiu do banho, eles reportam tudo para mim... Não os culpo, é o trabalho deles, eu os contratei para isso. Mas devo admitir é uma situação chata. E nem sei porque ela não gosta, é para a proteção dela e além do mais, ela nem percebe que eles estão de fato, lá. Bom, pelo menos na maior parte do tempo.

    Eles são gêmeos. Yuji e Yuki, são do país do Trovão. Eu disse que não chamaria ninguém de Konoha, não queria dizer isso mas eles tem a mesma função de Itachi, são mercenários, portando, não agem 100% pela lei. Eu pago bem então eles fazem o trabalho bem e com discrição, sem julgamentos. Essa é a vida na ANBU. É assim que ganhamos dinheiro, não vou resumir a isso mas... Como acha que instituições militares funcionam tão bem? Alguém financia isso, e quanto dinheiro existe no mundo da política? Milhões, bilhões, talvez muito mais. E todos querem se sentir seguros. Ambos possuem a pele bronzeada pelo sol e com cabelos vermelhos como o fogo, são altos e fortes. Levam o trabalho a sério, eu gostei deles. Não são de falar muito, o que eu particularmente gosto. Me dizem o necessário e cumprem com o seu dever. Mas sei que Sakura não concorda comigo, enfim... Tenho outros problemas por agora. Não que seja mais importante, mas eu preciso encontrá-la e dizer a ela sobre o meu trabalho.

Ela não vai gostar nem um pouco, e se eu estou achando ruim esse "silêncio" que ela está me dando, então eu devo me preparar para algo bem pior. Devo admitir que as revelações sobre Yamato, quer dizer, Takashi... Mexeu um pouco comigo e com os meus planos também, mas eu preciso contar a ela sobre como andam as coisas no meu trabalho e como querem me promover a diretor geral. E estão me colocando em uma situação em que eu não poderia recusar de forma alguma, mesmo eu tento certeza de que existem outras pessoas para ocupar aquela cadeira. Hiashi Hyuuga quer que eu seja o seu sucessor, sem discussões ou direito a resposta. É claro, a família Hyuuga é a dona, a fundadora da universidade, eu sou só um funcionário dela. Tenho certeza de que se uma de suas filhas se interessasse em assumir o lugar do pai, ele deixaria sem dúvidas, mas todo mundo corre desse cargo igual um carro de corrida.

- Senhor - ouvi uma voz me chamando e fechei meu livro

- Yuji... Ou Yuki? - eu perguntei, eles realmente eram semelhantes, um espelho um do outro, até mesmo a sua voz eram iguais

- Yuji, você acertou - ele disse e não sei dizer mas me senti vitorioso por saber "separar" os dois, ser gêmeo deve ser tanto uma dádiva quanto uma maldição - Poucas pessoas conseguem separar meu irmão de mim, você não é qualquer um, então...

- Obrigado - respondi - E então?

- Sakura acabou de sair, Yuki está com ela - ele respondeu

- É mesmo? Para onde ela foi? - eu perguntei e me levantei do sofá, andei até a cozinha - Ela não quer falar comigo, acha que essa segurança não é necessária

- Ela saiu com Ino Yamanaka, tem mais dois ANBUS com elas além de Yuki - ele disse, ah Gaara, parece que pensamos iguais - Eles falaram que ela não sabe da existência deles

- O Kazekage não quis contar? - eu sorri enquanto preparava um café - Interessante, não estou surpreso mas é interessante

- Devo admitir que também fiquei, ao saber que a futura rainha de Sunagakure é melhor amiga da sua protegida - ele respondeu, e "protegidos" é o nome que dão ao "cliente" em questão