Capítulo I

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Jessie

A claridão me fez resmungar contra o travesseiro, fechei os olhos que me incomodava como o próprio grito estérico da minha irmã. Céus, ela engoliu um apito?

- Quem ousa me acordar a essa hora? - Perguntei áspera e ouvi uma risada alegre.

- Jessie, já são onze horas. - Clary ainda ria.

Onze horas? Porcaria, eu dormir como um bicho preguiça. Isso não é do meu feitio, sempre acordo cedo, o que deu em mim?

- Merda! - Xinguei sentando na cama e abri os braços para a ruiva. - Feliz aniversário Clarissa.

Ela me abraçou emburrada.

- É Clary!

- Está assim na sua certidão de nascimento? - Arqueei a sobrancelha deixando ela irritada.

- Chata, hoje é o meu aniversário, poderia se esforçar para me chamar de Clary?

Levantei as mãos encolhendo os ombros e dei um sorriso.

- É isso que quer de aniversário? Ser chamada de... Clary? É o presente mais barato e fácil que eu já dei na vida. - Comentei.

Clary jogou um travesseiro em meu rosto.

- Au! - Fiz careta.

- Estou esperando você na sala com a mamãe, ela disse que quer conversar com nós duas, deve ser a típica conversa de "você já tem responsabilidades e é dona do próprio nariz". - Clary saiu falando e fechou a porta.

- Ou não... - Sussurrei lembrando das coisas que encontrei.

Clary pode não perceber, mas eu já vi minha mãe e suas tatuagens. Consegui desenhar algumas e pesquisei na internet somente para comprovar se estava lá... e nada. Fiz dezoito anos primeiro, minha mãe esconde algo, e é bem sério pela forma como ela se comporta quando eu solto algumas indiretas bem diretas.

Pensei em contar para Clary, mas conheço ela muito bem. Minha irmã é escandalosa e faria um show para descobrir a verdade. Eu até deixaria, mas antes quero descobrir a fundo por onde vai essa história. Tenho sonhos que passei a assemelhar com tudo que nossa mãe esconde, o quebra cabeça ainda tem inumeras lacunas. Primeiro preciso que ela abra o jogo, só assim poderei chegar a peça final.

- Se for o que eu estou pensando, será tudo menos a típica conversa. - Falei sozinha vestindo uma calça jeans, uma blusa branca de alça e uma jaqueta preta.

Saí depois de uma hora pensando, encontrei Clary comendo uma maça enquanto nossa mãe batendo os pés nervosamente. Notei imediatamente sua tensão, me encostei no batente.

- Ei mãe, tudo bem? - Claro que não está.

- Está tudo bem. - Mentira, a senhora está estranha a meses. - Quero ter uma conversa séria com as duas.

- Estou ouvindo. - Falei chegando perto. - Clary, vem ouvir.

- Ah mãe, eu sou bem grandinha. - Clary rolou os olhos.

- Eu sei, exatamente por isso temos que conversar. - Ela insistiu.

Franzi a testa me acomodando no sofá. Clary se juntou contra gosto.

- Tudo bem, mas a senhora precisa ser rápida, eu e Jessie vamos sair com o Simon daqui a um minuto.

Surpresa encarei ela, desde quando eu aceitei? Além do mais quero ouvir nossa mãe.

- Diga para o Simon esperar. - Falei simplesmente recebendo uma negativa de Clary.

- Impossível, ele já está a caminho. - Clary sorriu vitoriosa e voltou sua atenção para mamãe. - Então mãe?

LOST - Alec Lightwood (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora