O idiota do meu vizinho - H.S (Terminada)

○Capítulo 33○

Atravesso a rua e me sento no banquinho próximo a editora. Suspiro chateada e Zayn se senta ao meu lado em silencio.

Fico ali pensando que preciso frear esse sentimento que estou nutrindo pelo Harry. Isso está me machucando demais.

— Sabe, a pior coisa é você olhar outras mulheres magras, bonitas e saber que numa roda de amizade assim, você sempre vira a chacota de alguém de fora. — Desabafo sem olhar para o Zayn.

— Você não pode ficar pensando nisso, Gi... sabe você não é feia. — Sorrio descrente para o Zayn.

— Só não caibo dentro de uma roupa boa, sou uma merda porque não posso usar um biquini direito eu... — Zayn segura a minha mão.

— Isso tudo não importa Gi, quando se tem auto estima, é segura de si, isso tudo se torna irrelevante. Olha pra você, qualquer um queria namorar uma mulher forte, bonita, inteligente como você...

— Eu acho que não... até poderia rolar algo as escondidas para a sociedade não fazer chacota. — Solto me lembrando das palavras de Bryanna com Harry.

— Então porque recebeu flores e chocolates hoje?

— Não vale, é só meu ex implicando comigo de alguma maneira.

— O Harry morre de ciúmes de você. E eu morro de inveja dele por saber que ele a tem... — Zayn declara e eu fico em silencio absorvendo aquilo... Zayn a fim de mim.

— Zayn... — Fico sem palavras e Zayn sorri.

— Todo mundo na editora já viu a forma como o Harry te olha Gi, não precisa esconder isso de mim que sou um dos melhores amigos dele e o conheço muito bem. — Dou de ombros.

— E o que isso importa? O Harry ama a Bryanna. — Zayn franze o cenho.

— Sabe Gi, eu acredito que não ama mais... Harry mudou bastante desde que você surgiu na editora e vocês ficaram mais próximos.

— Então por que ele coloca essa distância entre nós? Por que ele prefere ficar nessa de amizade colorida.

— E por que você não fez essas perguntas a ele, Gi? Por qual motivo ele quer manter esse caso de vocês "escondido" e sem compromisso? — Ajeito o cabelo atrás da orelha.

— Eu tenho medo da resposta, Zayn... a verdade é que... — Eu paro e vejo que estou me abrindo demais para o Zayn e não, não posso dizer o que eu sinto pelo Harry. Eu não posso sentir.

— Sabe Gi, as vezes tem certas situações que você tem que definir na sua vida, tomar atitude, perder o medo e bater de frente. As vezes a insegurança te faz mais sofrer que você tomar atitude e mostrar o que quer.

— Não entendo.

— Simples, se você está gostando do Harry, conte par ele. Diga que não vai mais aceitar ficar com ele como uma amizade colorida. Se ele não aceitar, você vai sofrer um pouco, mas pelo menos vai passar... sua vida vai seguir uma hora. Agora se alimentar nas duvidas e acreditar que viver assim é o melhor, sempre isso vai acontecer com você. Sempre você vai se questionar e sofrer porque tem medo de dizer o que pensa e o que sente a ele. — Mordo o lábio e suspiro.

— Eu... preciso voltar ao trabalho. — Mudo de assunto. Eu sei que Zayn falou faz sentido, mas não dá, não depois de ouvir a Bryanna falando aquelas barbaridades de mim e Harry calado como se consentisse todas aquelas merdas. Eu não quero ser rejeitada mais uma vez na minha vida como sempre fui por todos...

— Se precisar conversar... — Zayn acaricia minha mão mais uma vez, e eu sorrio para ele.

— Obrigada, já estou um pouco melhor. — Zayn assente e se retira me dando espaço.

Encaro a editora a minha frente e dou um longo suspiro. Vai ser dose voltar a trabalhar sabendo que Bryanna está na sala de Harry esse tempo todo e... Deus! Não quero pensar.

[...]

Finalmente o expediente se encerra. Depois do episódio na sala de Harry eu nem o vi mais hoje, nem mesmo aquela Bryanna.

Pelo menos é melhor assim. Preciso me afastar dele até esses sentimentos estranhos desaparecerem de dentro de mim.

Caminho até o estacionamento e desativo o alarme do meu humilde carro. Olho para tras e vejo o carro de Harry ainda parado no estacionamento. Balanço a cabeça segurando o meu pensamento...

Quando estou prestes a abrir a porta, uma mão me para.

Olho para o dono da mão e fico abismada...

— O que você tá fazendo aqui? — Pergunto a Victor que sorri tentando jogar seu charme pra cima de mim.

— Eu vim saber se gostou das flores e dos chocolates. — Sorrio meneando a cabeça e cruzo meus braços olhando pra cima sem acreditar.

— Pelo amor de Deus, Victor. Você é muito cara de pau sabia? Olha eu não sei o que você está tramando..., mas saiba que nada vai mudar minha opinião sobre você. — Ele assente parecendo envergonhado... será?

— Eu te entendo perfeitamente Gi. Eu não quero que pense que as flores foram para implicar ou algo do tipo. Eu te mandei de forma sincera, para selar a paz entre a gente.

— A paz... sim a paz, e a sua esposa, sabe disso? — Victor comprime os lábios sem dizer nada e eu entendo sua resposta.

— Ela não sabe. — Eu digo em voz alta e solto uma risada descrente.

— Eu vou pedir o divórcio. — Victor diz e eu o encaro estupefata.

— Você só pode estar de brincadeira.

— Não estou. Giovanna eu... desde que te vi na festa de casamento, eu lembrei dos momentos bons que tivemos na nossa adolescência. A nossa primeira vez juntos... — Dou um suspiro. Isso só pode ser pesadelo.

— Para com isso Victor. A nossa história já foi, tá legal? Acabou e você fez a sua escolha quando me deixou sozinha pra criar uma criança. — Victor se aproxima perigosamente e eu o encaro.

— Por favor, Gi. Me deixa eu fazer parte da sua vida novamente... me deixa recuperar o tempo que joguei fora, a loucura que eu fiz casando com sua irmã achando que ela seria você. — Solto uma gargalhada.

— Isso só pode ser piada, Victor!

— Eu nunca te esqueci Giovanna. Eu fui um babaca com você porque eu era um moleque, fui pressionado pelos meus pais quando souberam que um filho estava a caminho. Eles diziam que iria arruinar minha juventude. Gi por favor...

— Victor eu que te peço por favor... me deixa em paz. Eu não sinto mais nada por você. — Victor se aproxima ainda mais. Nossos corpos quase se chocando e eu seguro a respiração por um momento.

— Só me deixa tentar consertar as coisas... sai comigo essa noite....

— Que palhaçada e essa? — Harry surge nos encarando e eu engulo seco.

Victor não se move e me encara.

Aonde eu fui me meter...?