𝐼𝑀𝐴𝐺𝐼𝑁𝐸𝑆, +18

L (Death Note)

— [Nome] — a voz de Lawliet ecoa pelo apartamento, ele está há algumas horas lendo um artigo na internet, e apesar de Kira ser a preocupação principal, ambos você e ele parecem desinteressados — poderia me ajudar com uma teoria?

Seus olhos se estreitam, desconfiados e hesitantes. Apesar de conhecer L desde criança, dado sua estadia na Wammy's House, ainda era impossível prever as peripécias do brilhante detetive. Você conhecia perfeitamente o raciocínio estranho que ele usava para provar suas convicções, e era por isso que você nunca ousava prometer nada à ele.

— Depende — você rebate curiosa, assistindo L empilhar oito cubos de açúcar dentro de uma xícara de café. Mesmo depois de anos você ainda achava um absurdo o consumo de glicose de Lawliet — Tem alguma coisa a ver com Kira?

O detetive nega, analisando seu corpo dos pés à cabeça. Era monótono o fato de L agir anormalmente perto de todos, todavia, ele nunca havia te encarado de maneira tão precisa... não quando já te conhecia a tempo demais para prestar atenção em qualquer detalhe seu. Desde que eram crianças ele parece ignorar qualquer mudança sua, e você também nunca comenta as dele, embora as perceba.

— Acredito que Kira não seja minha atual preocupação agora — ele afirma, pendendo a cabeça para o lado para te observar de outro ângulo.

— Deveria ser — você responde, desviando o olhar para a janela. 

O silêncio reina por alguns segundos, o suficiente para você estranhar as afirmações do garoto. L só investiga casos que são de seu interesse e, se Kira não é sua preocupação, o que poderia ser?

— Você é biologicamente uma fêmea — Lawliet consta depois de um breve momento, o polegar pousado sobre os lábios pálidos. Seja lá qual fosse a teoria do detetive, você não sabia dizer se realmente estava disposta a ajudá-lo.

— Sexo feminino é o termo correto e mais educado, Ryuzaki — você repreende, tentando desvendar aonde ele quer chegar. L somente dá de ombros, se aproximando da sua figura no estofado.

— Você poderia, por favor, remover suas roupas? — Ele pede inocentemente, observando sua posição relaxada. Watari está fazendo compras, portanto, vocês estão sozinhos no apartamento.

— Isso é algum tipo de piada, L? — Você pergunta e Lawliet te encara estóico.

— Não — ele rebate, tom de confusão na voz — Porque seria?

— Porque você não pode simplesmente pedir para alguém tirar as roupas, Ryuzaki.

O detetive coça a nuca, desviando o olhar para a janela.

A esse ponto você não sabe dizer se ele está blefando ou realmente falando sério. L. Lawliet é seu amigo de infância e desde pequena você presencia as descobertas da mente brilhante dele, como a solução de casos complexos ou a facilidade para resolver enigmas. Todavia, às vezes lhe vem a impressão que ele é genuinamente burro para coisas corriqueiras, como tomar banho sem ser em uma máquina bizarra ou até mesmo manter uma conversa normal.

— Não posso? — Lawliet pisca algumas vezes. — Você é a única mulher que conheço e que tenho intimidade o suficiente para pedir ajuda. — Ele remexe o bolso da calça, tirando uma página amassada com um desenho anatômico do corpo feminino — Achei isso em um livro sobre... Qual o nome mesmo? Reprodução humana.

Seus olhos se estreitam um pouco e então você percebe. Ele está genuinamente curioso para saber como é o corpo de uma mulher; todavia, nada te surpreende e conforta tanto quanto o fato de que ele provavelmente nunca vira ou tocara uma garota antes.