Capítulo 51

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Chegando no tribunal apenas Temari, Gaara e seus advogados estavam lá. 
Não ousamos trocar olhares.

— Queria falar com ela - minha mãe diz fazendo biquinho e olhando para Tema -

— Desvia o olhar, mãe, ou faz cara de brava, não sei.

— Quem tem que fingir raiva é você, não eu

Antes que pudesse responder Ryuji estava entrando. Notei que o advogado que estava com ele na sessão passada não estava mais, em vez dele, um homem um pouco mais baixo com uma pasta escura na mão entrava na sala. Ele olhava para baixo e estava com um chapéu, cobrindo parte de seu rosto.

Por que ele trocou de advogado ?

Minha atenção foi desviada para a porta se abrindo novamente, dessa vez era Dai, com dois policiais o acompanhando. Ele parecia tranquilo, lançou um pequeno sorriso para mim e Temari. Provavelmente, os policiais disseram que ele não poderia vir falar conosco, então eles passaram direito para a sala do julgamento.

— Ele é tão parecido com você - minha mãe diz com os olhos marejados -

Durante alguns segundos nem lembrei que ela estava ao meu lado.

— Quando isso acabar prometo apresentar vocês

— É óbvio que você vai me apresentar a ele. Precisa me prometer ? Eu sou a avó - ela faz uma pausa - meu Deus, eu sou avó. 

— Pois é mãe, eu sei que sua ficha caiu a muito tempo, nem vem com esse jeito sentimental não - ela deferiu um soquinho fraco em meu braço -

— Para de graça, depois me pergunta porque eu prefiro a Tema.

Nem me preocupei em responder

Vi meus amigos entrando, as crianças ficaram na casa de Gaara, Taiga se disponibilizou para cuidar delas, não sei como, já que alguns tem o capeta no couro. Sasuke e Sakura foram em direção a Tema e o restante até a mim.

Olhei para Ryuji e não vi raiva em seus olhos, vi medo. 

Não consegui segurar o sorriso, finalmente ele teria o que merece, depois de anos esperando.

— Terra chamando Shika - diz Ino estalando os dedos em minha face - Pare de olhar pra ele com esse sorrisinho de psicopata, até eu estou ficando com medo.

Revirei os olhos e antes que pudesse responder Ino, as portas da sala onde o julgamento ocorreria se abriram e os guardas nós convidaram a entrar.

Naruto me deu um sorrisinho encorajador

— Nós vamos acabar com ele cara, relaxa.

E entramos.

***

Assim como na primeira sessão, o lugar estava cheio de jornalistas.

Daí estava ao lado do juiz, a única diferença entre a primeira sessão e essa foi uma mesa a mais, para mim e meu advogado.

Após cada um tomar seus lugares o novo juíz entrou. Vi Naruto olhando para Gasta e para o advogado de Temari, ambos deram um balançar mínimo de cabeça. Não era um juiz conhecido da AMBU.

Ao se sentar pediu para que todos fizessem silêncio e pegou um documento que estava em cima da mesa.

— Boa tarde a todos, estamos aqui para a segunda sessão da guarda de Shikadai no Sabaku. Aqui em minhas mãos está o exame de DNA, feito por Shikamaru Nara e Shikadai no Sabaku, para constar se são mesmo pai e filho. - o juíz logo começou a abrir o envelope preto e sr virou para mim - o Senhor é realmente o pai biológico.

Senti vários flashes em minha direção.

— Além disso, dando uma olhada no registro de Shikadai, acabei descobrindo que o senhor Ryuji não está registrado como pai da criança.  Algo que meu antecessor esqueceu de ressaltar.

"Claro que ele esqueceu, o dinheiro de Ryuji fez ele ficar com amnésia"

— Com isso - continuou - o senhor não tem nenhum direito parental sobre a criança. Porém - claro que tem que haver um porém - ainda, tecnicamente, o criou. Isso é uma curiosidade minha, porque seu nome não consta no documento de Shikadai, como pai ? - quando o advogado de Ryuji iria se levantar para responder o juíz olha para Temari - A mãe poderia responder, por gentileza ?

Olhei para o advogado de Ryuji, ele havia tirado o chapéu, alguma coisa se acendeu em minha mente. Ele não me era estranho....

Antes que pudesse perguntar para Naruto algo, Temari começou a falar.

— Ryuji nunca quis saber de Dai. Nunca fez questão de nada, e muito menos ter seu nome no documento de nascença.

— Certo. O que Ryuji tem a dizer sobre isso ?

— Como eu falei na sessão passada, meritíssimo. Temari nunca quis que eu tivesse alguma ligação com Shikadai. Por isso, eu e ele não temos o mesmo sobrenome.
Pensei melhor não discutir com ela sobre isso era melhor, ela estava tão chateada na época e....

— Já respondeu a minha pergunta, peço que não fale mais do que não lhe foi perguntado. - o juíz o interrompe e vejo Ryuji franzir os lábios irritando, mas apenas fiz um "sim, meritíssimo" em voz baixa. - Ótimo - e se virou novamente para a Sabaku -  você nós informou na sessão passada que não ficou apenas algumas semanas viajando, como foi dito pelo senhor Aisaka, mas sim um período de um ano, estou certo ?

— Sim, meritíssimo

— Pode nos contar o motivo dessa viajem

Vejo Temari molhar os lábios e ajeitar os fios loiros atrás da orelha antes de começar a falar.

— Quando meu pai me contou que havia assinado o contrato dr casamento com o Ryuji, eu... eu fiquei irritada, muito irritada. Eu tinha quase 18 anos anos e então já poderia me virar sozinha. Com ajuda dos meus irmãos e de alguns amigos eu me mudei para os Estados Unidos.

— Porque voltou ?

Vejo ela respirando fundo e algumas lágrimas surgirem no canto de seus olhos.

— Meu pai morreu.

— Rasa no Sabaku, correto ? - ela afirma com a cabeça - Com todo respeito, mas ele já estava morto a algum tempo. Creio que tenha vindo apenas para o funeral de seu pai e logo indo embora novamente. Por que não fez isso ?

Vejo Temari olhar para o seu advogado e ele apenas confirmar com a cabeça.

— O senhor deve saber que o assassino do meu pai nunca foi preso.

— Sei, assim como o sequestro do seu irmão mais velho, algumas semanas antes do falecimento do seu pai. O que me leva a outra pergunta. Você voltou para o enterro do seu pai, mas não quando seu irmão foi sequestrado, por que?

— Durante o período que estive nós Estados Unidos eu recebi algumas.... ameaças. Quando meu pai morreu bem, não foi uma grande surpresa. Creio que seja algo que nunca repararam, mas pessoas que acabam fazendo contrato com a empresa Argos, e que não cumprem o combinado, bem, acabam mortos...

— Protesto - o advogado de Ryuji diz -
Ela está tentando difamar meu cliente e sua empresa. E não vejo nenhuma correlação com a guarda. - ele diz brincando com os dedos -

— Sinto que conheço aquele cara - digo para Naruto, sussurrando -

— Eu também - ele respondeu -

Fiz por amor - ShikatemaOnde histórias criam vida. Descubra agora