Capítulo 50

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Esse capítulo ficou um pouco pequeno e divido, tenho estado muito ocupado para postar, peço desculpas por isso.

Alguns dias depois

∆ Shikadai P.O.V ∆

Amanhã seria a continuação do julgamento.

Durante essas duas semanas, papai e mamãe se revezavam para me visitar e Ryuji não veio mais nenhuma vez. Ainda bem.

E sobre as crianças daqui, bom... eu comecei a conversar mais com algumas crianças daqui - principalmente com o trio dos mais velhos - eles são legais e é legal brincar com eles, mas se tudo der certo, amanhã eu já saio daqui e não quero voltar tão cedo.

- Está ansioso ? - pergunta Kagura pra mim -

Estávamos no pátio, as outras crianças brincavam um pouco mais afastadas de onde eu estava, eu estava sentado no banco, onde tinha sombra.

Dei de ombros, não estava nem um pouquinho animado para ver Ryuji novamente, muito menos com a possibilidade de ter que morar com ele durante um tempo.

- Pense pelo lado positivo, pelo me menos vai ver seus pais - diz Kagura me incentivando -

Olhei para ele

- O que aconteceu com os seus ? - perguntei -

Não tinha falado sobre família com ninguém do orfanato, sabia que tinha um menino, Jean, eu acho, que estava passando um problema semelhante, pais separados e não sabia com quem iria ficar.

Ele torcia para ficar com a mãe.

Kagura suspirou fundo e eu me arrependi de ter lhe feito essa pergunta, nós dois tínhamos criado um vínculo de amizade, mas acho que estrapolei com essa pergunta

- Tudo bem se não quiser me contar e...

- Tudo bem - ele dá de ombros e vejo seus olhos brilhando um pouco, lágrimas - Eles morreram em um acidente a três anos. Eles e meu irmão mais velho, eu fui o único que sobreviveu.

- E seus avós ? - perguntei sem conseguir me conter -

- Não sei, nunca os conheci. Nem paterno e nem materno.

Ficamos algum tempo em silêncio, percebi que ele limpou as lágrimas que ainda caiam.

- Eu sinto muito

- Não sinta, tá tudo bem, eu já superei - ele diz dando de ombros e se virou para mim sorrindo, um sorriso bastante forçado - As coisas sempre acontecem por um motivo. Algum dia, eu irei entender o porquê eles partiram tão cedo.... E porque eu tive que continuar aqui.

- Acredito mesmo nisso ? - pergunto e ele me encara sem entender - Acredita mesmo que tudo tem uma razão ?

- Acho

Balanço a cabeça, não tinha muito o que falar, não conseguia pensar o porque minha mãe teve que sofrer tanto.

Não entendia como Kagura aceitava isso "tão fácil" e ainda achava que tinha alguma razão para a morte dos pais.

- Mas... - continuo - Como eu falei, nós não entendemos porque que as coisas acontecem, às vezes, podemos passar a vida inteira sem saber, mas tem uma razão toda por trás daquilo. Eu sei que tem. Não consigo acreditar que as pessoas passem por várias coisas ruins apenas por passar, não consigo. Tipo, olha só a Yodo, ela... - ele de repente para de falar - Esquece, não é nada

- Yodo ? O que tem ela ?

- Esquece o que eu disse - ele se levanta para ir embora mas seguro seu braço -

- Você sabe o que aconteceu com a Yodo ? Porque ela tem aquela cicatriz ?

- Cicatriz ? - ele me olhou com espanto - ela te mostrou ?

- Não, eu acabei vendo um dia sem querer

Ele deu um longo suspiro e ficou em silêncio durante um tempo, pensando se deveria me contar ou não.

- Olha Dai, eu não deveria te contar isso, ainda mais que não é minha história, mas se quer uma dica, nunca pergunte a Yodo sobre aquela cicatriz. Por favor.

- Mas... Porque? Ela contou para vocês o que aconteceu ?

- Não. E sempre que alguém pergunta sobre o que aconteceu ou sobre sua família, ela se fecha. Eu e Yukimaru somos os únicos que sabemos sobre, porque Guren nós contou, já que somos os mais velhos e os únicos que poderíamos ajudá-la caso algo acontecesse. Ela nunca nós contou nada e muito menos sabe que sabemos a história dela. Se você quiser realmente saber, deixe que ela chegue em você e te conte. Não comente nada sobre essa cicatriz a menos que ela queira, entendido ?

Balancei a cabeça assentindo mas isso tudo só me deixava mais curioso.

- Olha Dai, eu gosto muito de você, sério, você é um amigo muito legal, então por favor, esqueça esse assunto.

Dizendo isso, ele se levanta e vai brincar com as outras crianças.
Disfarçadamente, olho para Yodo, ela parecia feliz. Ela brincava com as crianças menores, percebi que mesmo estando em um dia quente, ela nunca tirava as blusas de manga comprida e a calça, eu nunca a vi com outro estilo de roupa.

O que aconteceu com ela ?

∆ Shikamaru P.O.V ∆

- Você deveria ter trago roupas melhores - minha mãe disse mexendo em minha mala - cadê um terno ?

- Não preciso de um terno, mãe. Não sou o advogado, sou o cliente

- E daí ? Você tem que estar apresentável. Pesdoas bem vestidas trazem mais confiança.

Meus pais tinham chegado há dois dias e estavam três andares acima do meu. Mas isso não impedia minha mãe de vir no meu quarto várias vezes ao dia.

O reencontro dela com Temari foi... eu nem sei descrever como foi. Posso deixar de fora o fato que fui buscá-la no aeroporto e ela me xingou por não ter ido com a Tema. E quando chegou no apartamento de Sakura e saiu correndo para abraçar a Tema ?

Eu não recebi um abraço sequer, e ela já está aqui a dois dias.

- Estou bem vestido o suficiente, mãe, não preciso de um terno para tal.

- Mas seria melhor se tivesse um - ela resmunga -

Antes que pudesse retrucar meu pai abre a porta.

Ele está de terno

- Viu? Seu pai entende como roupas causam uma boa impressão.

- Tenho certeza que você o obrigou

- Bom, isso não é necessário ser dito - diz dando de ombros -

Mulheres

- Nervoso ? - meu pai pergunta para mim -

Apenas dou de ombros, estava nervoso, mas só um pouco. Naruto seria meu advogado - é uma longa história. E o depoimento dos nossos amigos já estão alinhados.

Não podemos acusar Ryuji por ter orquestrado os ataques a Temari, mas temos provas que eles correram. Obviamente, ganharíamos tempo com isso.

- Dará tudo certo - meu pai dá uma leve batidinha em minhas costas e eu apenas sorrio.

Vai dar. Tem que dar.

- Se troca logo, seu folgado, quero conhecer meu neto - minha mãe diz jogando uma peça de roupa sobre mim -.

Fiz por amor - ShikatemaOnde histórias criam vida. Descubra agora