Dia seguinte, 8:00
Às oito horas descemos para tomar café da manhã, tia Sally já estava lá.
Eu e Sav não dormimos quase nada. Passamos a madrugada quase toda em claro esperando algum retorno, alguma ligação, mas nada. O café da manhã foi como um enterro. Era sábado e tia Sally estava em casa, então ficamos a observando dar uma mordida em sua torrada com ovos, enquanto não tínhamos apetite algum. Até que ela fez a pergunta:
— Bailey passou a noite fora? - meu estômago embrulhou de vez. Pude ver que o estômago de Sav teve a mesma reação quando ela deixou sua torrada ainda intacta escapar de sua mão.
— É... sim - sua filha concordou.
Fez-se silêncio novamente.
— Vocês estão quietas. Está tudo bem? Não comeram nada... querem panquecas?
— Não, tia. Estamos bem — tento me fazer parecer natural ao dizer isto.
— É, mãe, só não estamos com fome. Acho que comemos algo que não nos fez bem ontem.
Me levantei.
— Obrigada, tia Sally. Agora temos que resolver algumas coisas... Vamos na livraria Monroe's. — disse, e Sav me olhou duvidosa. Quando percebeu meu olhar, entendeu o que eu queria dizer. E eu queria sair dali sem dar maiores explicações.
— É, isso — ela se levantou. — Precisamos ir na biblioteca, já ia me esquecendo... Tenha um bom dia mamãe.
Nós saímos da cozinha, deixando nossas torradas com ovos e nossas xícaras de café para trás. Já no vestíbulo da casa, Sav questiona:
— Any, para onde realmente estamos indo?
— Vamos visitar o Josh. Vem. Precisamos passar na minha casa antes.
— Espera... —ela me segura pelo o braço.
Eu solto um suspiro leve.
— Se não quiser, eu vou sozinha. Eu preciso vê-lo.
— Não, claro que eu vou com você. Mas o que vamos fazer na sua casa?
— Preciso pegar uma coisa, é importante.
— ... Está bem.
Dentro do táxi, Sav frisou que precisava de um carro. Realmente. Estávamos cansadas de pegar táxi, uma vez que não podíamos pegar o carro de seu irmão emprestado, já que o mesmo havia sido detonado.
Quando paramos em frente a minha casa, percebi que o carro dos meus pais não estava na garagem. Ótimo, eles não estão em casa, assim não vou precisar lidar com eles.
— Espere aqui — digo à Sav na porta de casa. - Já volto.
Subi as escadas da sala correndo e fui direto para o meu quarto, passando pela a cômoda e me agachando próxima a cama. Me agachei o suficiente para que pudesse estender o braço lá embaixo, e tateei até encontrar o que estava procurando: o caderno de desenhos. Olhei bem para ele, e por fim decidi que não ia levá-lo. Josh não teria nem uma caneta para desenhar na prisão. Devolvi o caderno para debaixo da cama. Me levantei, e em cima do meu armário, peguei o meu cofrinho e o arremessei no chão. O porquinho estraçalhou-se em milhões de pedacinhos na mesma hora. Peguei apenas as notas que estavam ali, o que deveriam somar cerca de quinhentos dólares, e deixei de pegar as moedas. Ao juntar o dinheiro, enfiei tudo nos bolsos do casaco.
Isto deve dar. Pensei.
Desci as escadas e finalmente estávamos prontas para ir. Em seguida, seguimos o percurso ao presidiário.
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"Who?" - Short Fic Beauany (+13)
Mistério / Suspense{Sinopse} Any foi €stupr@da dentro de sua própria casa. Não há sinais de arrombamento no local e só uma pessoa possui uma chave reserva. Este entre outros motivos a levam a desconfiar de seu próprio melhor amigo. *Esta história contém abordagens com...