Em uma noite estridente, onde o vento sobrava como navalha, lá estava o solitário caçador caminhando sobre as ruas da pacata cidade de Londor, sua capa rebatia contra o forte vento enquanto ele caminhava em busca de uma pousada qualquer para passar o resto da noite.
Passado alguns minutos de caminhada, o caçador obscuro finalmente encontrou um lugar para passar a noite, adentrando a pousada ele se deparou com 3 homens, 2 estavam bebendo hidromel e se empaturrando com carne de javali, o outro era o dono da pousada, um homem magro, e de baixa estatura, que secava algumas canecas de metal, se aproximando, o viajante misterioso disse:
- Quanto por um quarto?
Após dizer isso, os 2 homens olharam para ele, e antes que o barman pudesse responder, ele disseram:
- Não tem lugar para uma aberração como você por aqui, dê o fora antes que eu e o Gerald darmos uma surra e você.
Ignorando completamente os 2 homens, o viajante deixou 3 moedas de bronze no balcão e disse:
- Creio que isso sirva para uma noite, caso não, avise-me amanhã de manhã.
E assim o viajante continuou a andar, porém os 2 homens insatisfeitos com a situação se levantaram e pegaram no ombro do viajante.
- Eu acho que não fui bem claro, eu te mandei sair daqui aberração, vou te dar uma única chance, 5 moedas de prata e eu não arrebento a sua cara.
O viajante nada respondeu durante alguns segundos, mas após um suspiro, ele se virou rapidamente, acertando um soco no nariz do homem que lhe segurava, imediatamente o homem desabou ao chão inconsciente. O outro que ainda estava de pé, deu alguns passos para trás vendo aquela situação, e saiu correndo daquela pousada, no exato momento em que o fanfarrão fugia, o barman entrou em desespero.
- O QUE VOCÊ FEZ?! VOCÊ BATEU NO GRANDE TONY, A FAMÍLIA DELE NÃO VAI GOSTAR NADA DISSO, A MINHA POUSADA JÁ ERA.
O viajante apenas virou as costas, e foi até um quarto vago, onde ele se hospedou pela noite, quando o sol nascia sobre o horizonte, o forte estrondo de batidas na porta acordaram o viajante, que rapidamente saltou da cama e vestiu sua capa. Com muitas batidas, a porta cedeu, e foram reveladas 4 figuras, os 2 homens da noite passada, que seguravam facas, e outros 2 homens que o viajante nunca tivera visto antes.
- Você mexeu com a família Elfride, e agora você vai pagar, ninguém toca num Elfride e sai ileso!
- Achou que ia bater em mim e sair impune seu puto, agora chegou a hora de você se ajoelhar e implorar pela vida miserável que você tem!
O viajante olhou para os quatro, e sem nenhum medo disse:
- É meio incoveniente tirar o sono de uma criatura, mas se queriam uma confusão, agora arranjaram uma!
- Creio que em suas mentes eu estou em desvantagem por ser 1 contra 4, e devido o ambiente fechado, terei dificuldades para utilizar minha espada grande, porém estão totalmente errados.
Estendendo os braço, a sombra do viajante se desfigurou, e começou a se expandir para fora de seu corpo, criando a forma e proporção de um grande mantis, os homens se assustaram por alguns segundos com aquilo.
- Apresento a vocês o ceifador, a minha sombra, mas creio que ela não será necessária para essa brincadeira de criança.
O primeiro homem tentou avançar sobre o viajante com a faca, porém rapidamente levou um chute no pescoço, que quebrou sua traquéia imediatamente, assim fazendo com que ele estragulasse até a morte caído ao chão. Os outros 3 homem gritaram de raiva, e partiram para cima do viajante ao mesmo tempo, o primeiro estendeu o braço para dar um corte lateral, porém foi impedido pelo viajante, que segurou o pulso do dele, e logo em seguida lhe deu um golpe no peito com tanta força, a ponto de quebrar as costelas do homem, e fazer com que elas perfurassem seus 2 pulmões, causando uma hemorragia interna, logo em seguida o viajante olhou de forma intimidadora para os outros 2 homens que ainda estavam vivos. Um olho com um vazio estridente, enquanto o outro emanava luz azul, sorrindo ele disse:
- Achou que eu ficaria com toda a diversão Ceifador? Fique a vontade para tomar a alma desses monte de estrume!
Enquanto dizia isso, sua sombra se transformou em um projétil, que se disparou contra os 2 homens, logo em seguida tomando a forma de um abissal mantis, que decapitou ambos os homens em sincronia. A sombra deleitou-se no chafariz sangrento que jorrava do pescoço de suas vítimas.
- Ceifador, isso já foi diversão suficiente para você, agora é hora de voltar para dentro da capa.
Dizendo isso, instintivamente a sombra voltou ao corpo do viajante, e ajustou seu tamanho e forma para o corpo dele, pegando suas coisas ele passou por cima dos cadáveres, e seguiu até o salão principal, quando o dono da pousada se deparou com ele, ficou surpreso, e sem reação.
- M-mas como você está vivo? E onde estão os Elfrides?
- Estão todos mortos senhor, creio que devo lhe dar uma moeda de ouro pelos estragos causados não é mesmo?
- N-não precisa, v-você matou uma família de ricos canalhas que atormentavam nossa cidade, a única coisa que peço, é que aceite um café da manhã por conta da casa.
- Eu fico grato pela hospitalidade senhor!
Enquanto a refeição era preparada, o homem percebeu que os movimentos que a sombra do viajante fazia, não eram os mesmos que ele estava fazendo, com um pouco de receio ele perguntou:
- Viajante, você percebeu que sua sombra não repete os movimentos que você faz, isso é algum tipo de magia?
- Não senhor, não é magia, é uma maldição, a muito tempo atrás o Deus da morte me amaldiçoou a carregar meus arrependimentos do passado junto a mim.
Enquanto conversavam, a sombra ergueu sua cabeça para contemplar o homem, enquanto ela o olhava dos pés a cabeça, o homem perguntou:
- E-eh o que essa coisa está fazendo?
Ironicamente o Viajante respondeu ironicamente:
- Ela está planejado como vai quebrar suas vértebras enquanto esmaga suas pernas e braços, mas fique tranquilo, isso não acontecerá.
Com forte medo, o homem deu alguns passos para trás e criou coragem para fazer outra pergunta:
- O que você caça? Você usa uma espada grande e pesada, deve caçar grandes monstros não é mesmo?
- Creio que nisso você está equivocado, minha espada serve para matar criaturas, como também serve para matar humanos, afinal ambos são monstros.
Comendo sua refeição, e agradecendo ao dono da estalagem, ele se levantou e se dirigiu até a porta.
- Senhor, se me permite fazer uma última pergunta, o que você é?
- Eu? Nada além de um caçador de monstros.
- Não senhor, me refiro a seu nome, qual o seu nome?
- Se é a isso que se refere, meu nome é Aby, o caçador do abismo, até outro dia senhor.
dizendo isso, Aby o caçador se retirou da pousada e continuou a seguir seu caminho no misterioso e cruel mundo em que vivemos.
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O caçador do abismo
FantasyA muito tempo, uma criança abandonada morreu na escuridão, renascido das cinzas, ele trilha o mundo na busca de encontrar seu próprio destino.