Esse livro é pra você que nunca se encaixou muito em certos lugares, que sabe ser intenso quando o mundo lá fora é raso demais, esse livro é pra você que está cansado de viver em um mundo de robôs onde não há empatia ou o toque humano, é pra você qu...
porque não me contaram que no momento em que alguém desfizesse nossa conexão, aquela que sempre esteve ali desde os primeiros momentos tudo iria sucumbir?
porque não me avisaram que lá fora tudo é sombrio, arde, queima e tudo que toco destrói?
que não há a segurança do seu ventre quentinho onde eu imploro por afeto nas noites frias, porque ninguém me contou que lá fora é cruel?
se ao menos eu soubesse...
eu teria pedido... deixa eu ficar aqui mamãe...só mais alguns minutinhos... deixa eu aproveitar a nossa conexão, que não tem pressa, não tem hora pra partir, que não se desfaz.
- Lá dentro o mundo era melhor.
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Á noite eu leio livros onde a princesa fica com o príncipe
onde os pais aceitam seus filhos como são independente de tudo
onde o Rei almoça com o alfaiate aos domingos
onde os caras da pracinha que se beijam tem o direito de amar
onde o amor é o suficiente para manter uma relação
Ai eu acordo.
-porque sonhos não costumam perdurar.
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A questão é que...
quantas vezes eu vou precisar me perder, pra me encontrar de novo?
e
de
novo
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Eu tenho andado por aí, nessas ruas às escuras da noite com os pensamentos implodindo a cada instante, fugindo do que tem se tornado efêmero e superficial ao meu toque hipersensibilizado, porque existem dias em que tenho toda a certeza do mundo que não existem lugares em que eu frequente, ou infinitas relações sociais que eu faça, eu não me encaixo; eu simplesmente não caibo. Queria entender porque depois de tantas coisas que vivemos e aprendemos ainda sim o sentimento de insuficiência ainda insiste em permanecer ali na parte mais sombria de nós, as vezes queria saber também se eu um dia vou me sentir suficiente de algo ou alguma coisa. Qual é a hora da vida em que finalmente podemos estender nossas almas exasperadas após cada fase com o sentimento de que fomos suficientemente bons uns com os outros? Sem o pesar que mora no peito contando os segundos pra implodir e destruir tudo que dentro de nós ainda resiste arder? A hora em que nos levantamos da cama com a vontade de carregar os cacos que nos restaram pra sobreviverem a mais um dia de sol escaldante, ou aos dias que nem a chuva é capaz de lavar a dor que mora no peito. Como que fica se o meu molde acaba sendo imperfeito demais e incompreensível ao olho humano? Me diz como que a gente fica se o corpo decidir ouvir a nossa cabeça falha, que por vezes nos machuca e destrói Homeopaticamente.
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Talvez a gente ainda se encontre Com o coração mais aberto ou com menos incerteza do futuro Talvez a gente ainda se encontre, ou não. O universo tende a brincar com a gente, mesmo que não estejamos muito a vontade de entrar nessa brincadeira. Talvez daqui há uns anos eu ainda me recorde do seu nome e sinta a mesma sensação que sinto toda vez que ele sai da minha boca como algum tipo de salvação que me resgata do caos que é o mundo lá fora, um mundo sem você, sem nós. E eu me pego pensando se daqui há um tempo seremos próximos o suficiente um do outro para sermos capazes de ainda dar algum conforto nos dias em que eu gostaria de esquecer meu sobrenome, ou seremos apenas conhecidos com memórias? E se eu dissesse que aqui em algum pedaço pequeno e vazio de mim ainda resta esperança de que um dia eu ainda vou poder Tê-lo, porque você fez com que o significado de amar fosse muito além do compreensível e eu não seria capaz de explicar mesmo se tentasse E se eu te dissesse que tudo em mim mudou quando eu abri meu coração machucado pra você descansar? Como se enquanto você se curasse isso também fosse a cura pra mim, você me afetou das formas mais intangíveis, e improváveis, você não precisou me tocar pra criar uma conexão, você me tocou pelas palavras, pelas canções e eu fico pensando se algum dia serei capaz de achar um outro alguém que me toque bem assim. Talvez algum dia a gente se encontre, com o coração mais descansado das loucuras dessa vida, com o olhar implorando o encontro do outro, implorando pra ficar, permanecer. Talvez a gente ainda se encontre, ou não.
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Ele sugou cada gota do perfume que eu acho de essência Enforcou cada palavra dolorida e as prendeu em minhas cordas vocais Arrancou meus olhos num ato de repulsa E depois me disse: isso é para o seu bem.
