Capítulo Oito
Juan Brancaglione conseguiu tomar Leona Trovalim a força enquanto a mesma passeava com o filho mais velho em meio ao bosque da família.
O plano era roubar apenas a mulher, mas seus homens acabaram tomando a mesma junto do menino, que por um infeliz destino foi jogado em um canto de uma sala escura enquanto assistia a mãe sendo rondada por aquele homem como se o mesmo fosse um espirito obsessor ou o próprio demônio encarnado.
Viu quando Leona foi jogada no chão, sob alguns restos de pano, e violentada cruelmente.
Assistiu o horror da mãe enquanto a mesma tinha o vestido erguido, a roupa de baixo arrancada e a boca tapada para que não gritasse muito alto. Leon assistiu o olhar de Leona escorrendo em lágrimas ao olhar para ele, a vergonha de ter o filho presenciando tal cena...
Amarrado, Leon tentava se aproximar para ajudar, mas estava preso por cordas e amordaçado.
— Feche os olhos, Leon, feche os olhos! — A mãe dizia entre as lágrimas quando podia.
O sangue escorria pelos lábios dela e pelo medo de que fosse ainda mais machucada, Leon se calou e apenas fechou os olhos. Leona parou de gritar quando percebeu que o filho recuou, procurando tornar aquilo menos doloroso. O garoto de pouco mais de oito anos não sabia bem o que acontecia, mas podia imaginar... A dor e o sofrimento da mãe estariam para sempre marcados nele a ferro e fogo.
— Porque está de olhos fechados, garoto? — A voz de Juan ecoava no pequeno recinto — É bom aprender desde cedo o que nos torna homens.
Ali Leon aprendeu a não sentir nada.
Naquele dia jurou a si mesmo que um dia acabaria com aquele homem com as próprias mãos, nem que isso lhe custasse à própria vida.
— Feche os olhos Leon, feche os olhos... — Aquela frase ecoaria em seus pensamentos para sempre.
Os dedos de Juan Brancaglione batiam em um ritmo acertado sobre o parapeito da janela. Os olhos escuros encaravam o horizonte de maneira confusa, a expressão era cansada e conturbada.
— Sinceramente, papai... — Tiago, o filho primogênito, falava enquanto caminhava de um lado para o outro atrás do pai — Não consigo entender como seus homens ainda não localizaram Mariana! Ela é só uma menina de pouca inteligência e nenhuma experiência! Para onde pode ter ido sozinha e levando apenas a roupa do corpo?
Juan emitiu um barulho irônico, passando levemente o dedo pela barba grisalha por fazer.
— Mariana pode ser uma menina, mas ao contrário de você, meu filho, é esperta e perspicaz. Puxou a mim, graças a Deus! — Tiago não disfarçou o descontentamento com o comentário e se jogou no sofá da grande sala da casa — Não consigo mais pensar em um lugar para procura-la... Tenho medo do destino que pode ter tomado.
— Você? Preocupado com um dos filhos, ainda mais a filha mulher que sempre desdenhou? — Gabriel, o filho do meio, apareceu trazendo um copo de água e sentou-se junto ao irmão frente ao pai — Essa é nova para mim...
— Mariana é minha filha tanto quanto vocês. A segurança dela me interessa e, ainda mais, a teimosia! Fugiu para me desafiar e não vou descansar até encontra-la e casá-la com Albert Bittencourt — A convicção de Juan fez os filhos mais velhos se entreolharem.
— Confesso que não posso culpar Mariana — Gabriel, sempre mais animado, comentou com Tiago — Eu também fugiria se tivesse que me casar com aquele asqueroso!
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Sol de Minha Vida (Degustação)
RomansFadada a um destino submisso e um casamento forçado, Mariana Brancaglione foge de um pai opressor e se refugia no único lugar onde o mesmo não a procuraria... A casa de seu pior inimigo! Usando o codinome "Sol", a ruiva enfrentará o perigoso "Lobo"...