À Espera do Amor #3 (NA AMAZON)

Capítulo 4

Estou dando uma olhada no site da Winess, admirando o meu feito e o começo do meu próprio império quando, "inesperadamente", como sempre acontece, alguém entra em minha sala. E não estou contente ao levantar os olhos e ver que é meu pai.

Das duas, uma: ordenação ou convite para um almoço. E vamos nós…

— Oi, pai — dou um sorriso. Ao contrário do meu irmão, não retribuo ódio às pessoas. Pode ter acontecido de o meu velho não ter sido o melhor pai do mundo, mas não fiquei empancado nisso. Desde que entrei na adolescência, a puberdade e as garotas me ajudaram a tirar a atenção de qualquer coisa que não fosse prazer. — Posso ajudar?

— Não tive tempo de vir falar com você antes, mas está correndo um burburinho por aí de que você fez uma cena no refeitório há uns dias atrás — ele parece estranhar as próprias palavras que saem de sua boca, me olhando com olhos cerrados — e que tinha uma mulher se arrastando no chão e segurando a sua perna.

— Então — eu expiro, dando um riso que demonstra meu desconforto —, foi uma moça que estava insistindo comigo e me perseguindo. As pessoas viram isso porque ela me seguiu até o refeitório. Se serve de defesa, não foi culpa minha ela não ter entendido quando eu disse "apenas uma noite".

— Logan — meu pai tem calma na voz —, eu entendo que você gosta muito da coisa de pegar várias mulheres, mas não é prudente que deixe isso vir para o trabalho. O que vão pensar?

Quando estiver focado totalmente na Winess, as pessoas não vão ter que pensar nada. Eu vou levar as mulheres para transar comigo em cima dos barris de vinho, se eu quiser. Vou encher-nos de uvas e saborear suas peles com sabor do suco forte da pura fruta. E, adivinha só, ninguém vai nem saber.

Isso me faz sorrir.

— Foi um deslize acidental, pai — lamento. — Me desculpe. Não vai acontecer de novo.

— Eu espero que não, porque está sendo bem constrangedor isso não passar. Já pensou na situação da pobre mulher? Sabendo que está sendo chacota até o momento? — ele gesticula. — E dizem que alguém filmou e está pelos celulares das pessoas.

— As pessoas hoje em dia se entretém com qualquer coisa, mas depois se esquecem. Vai passar.

— Você não devia encarar isso com tanto desdém — me alerta. — É da vida de alguém que estamos falando.

Meus olhos se estreitam para ele. Hipócrita do caralho. É o meu pai, mas tá sendo hipócrita um hipócrita do caralho. Ferrou tudo com meu irmão e quase com o relacionamento da minha irmã. Destruiu o próprio casamento e fez minha mãe ir morar com a minha tia. Eu acho que o silêncio e vista grossa seriam saídas mais inteligentes para ele do que ficar achando erro em mim e querendo dar lição de moral.

Mas acho que pessoas que querem sempre estar certas, raramente conseguem ver o próprio erro. Não esquento a cabeça com isso, no entanto, porque funciono à base do foda-se.

— Mas sei que vai aceitar meu conselho — ele emenda. — Estou indo almoçar, quer vir comigo?

— Hoje não vai dar, pai — recuso, apontando o computador, onde o site da Winess continua aberto. — Tô cheio de coisas para adiantar.

É uma mentira tremenda porque nem tenho mais o que fazer pelo resto da semana. Em relação à gerência do setor alimentício, já fiz tudo. Inclusive, pedi que fizessem um número maior de pedidos para ter um estoque mais duradouro nos mercados da família, e eu possa dar mais atenção para a Winess. Acho que não passo mais um mês aqui sendo o cabeça do ramo das empresas, já que a parte da logística de distribuição, para também comércios, passei para outra pessoa.