Novas Espécies: Roborn

Prólogo

À medida que crescemos, nossos sonhos e objetivos passam a mudar aleatoriamente. O meu até os 7 anos era ser veterinária, mas os 4 peixinhos dourados, 2 ratinhos e um gatinho discordam disso. Minha mãe logo tratou de tirar isso da minha cabeça, quando percebeu o mini desastre que tinha em casa. Por isso, acho que devo dar razão a ela, não acredito que os animaizinhos sobreviveriam há uma consulta comigo.

Aos 12 anos, mamãe cansada de me ver procurar diferentes profissões, decidiu dar um basta em minhas traquinagens, sendo uma delas colocar fogo na cozinha.

Lembro-me de ver ela chegando em casa, depois de um longo dia de trabalho, seus olhos brilhavam de uma maneira diferente, suas mãos escondiam algo em suas costas, quando ela decidiu me mostrar, o embrulho retangular já denunciava o que era.

Nunca passamos fome, era somente mamãe e eu contra o mundo, mas as contas de casa não pensavam dessa maneira, por isso mal havia dinheiro para coisas banais.

Chorei a semana toda, por ela ter gastado o que havia lhe sobrado em um presente tão superficial, mamãe considerava isso mais importante que seu aniversário naquela mesmo mês.

Com o passar dos dias, nem havia tocado em meu presente e ao me ver andar chateada pela casa, mamãe me chamou para conversar, seu semblante era sério. Não sabia que naquele dia iria levar uma lição para vida. Com a calma e carinho que toda boa mãe tem, pediu para que sentasse ao seu lado e logo começou a falar.

-Meu amor, você é meu bem mais precioso. Quem eu serei se nem ao menos posso comprar o que você mais deseja, quero que esse livro possa lhe ajudar e aguçar ainda mais essa sua cabecinha. Há muito tempo, alguém me disse que a leitura é a chave para se ter um universo de ideias e uma tempestade de palavras. Espero profundamente que seja real e você possa ter uma ideia de quem quer se tornar no futuro.

Por causa dela, me tornei quem sou hoje, seu apoio foi o maior motivo para nunca ter desistido. Sou grata por tudo que conquistei, sabendo que hoje posso proporcionar uma vida confortável para minha mãe, todo esforço e cansaço valeram a pena.

Ser uma das melhores redatoras do New York times não é para qualquer um. Ao expor as verdades que cercam alta sociedade de Nova York, sua carreira "também fica na reta".

No dia a dia, eu e outros redatores, criamos o conteúdo do jornal, mesmo estando por trás das cortinas, não deixamos de ser alvo da raiva. Muitos já se machucaram gravemente, mas todos tentam abafar as situações de uma maneira que ninguém nunca possa ter idéia que isso já ocorreu, o dinheiro realmente é tudo nessa cidade.

Repórteres ou redatores, para eles somos todos urubus à procura de sua carne podre. As celebridades, os charlatões, estelionatários e políticos tentam ao máximo esconder seus maiores podres da sociedade.

"Ninguém quer que a verdade venha à tona".

Já fazem algumas semanas que um burburinho anda rondando a cidade, algo sobre uma sociedade nova se formando contra a vontade dos magnatas de Nova York. Uma fonte relatou haver testes forçados em cobaias humanas. Isso não me cheirou nada bem, depois de alguns dias, não consegui mais entrar em contato com a fonte e logo ela foi dada como desaparecida. Tentei encontrar mais informações sobre a cidade que até então estava se formando, mas qualquer vestígio que havia, sumiu junto com a vítima.

Alguém estava tentando esconder algo, mesmo que não fosse meu trabalho, aquilo aguçou minha curiosidade de uma maneira nada segura, estavam deixando óbvio, quem metesse o bedelho neste assunto, não seria mais visto.

No entanto, eu sou Isis Hall e sempre consigo achar o que procuro.