Novas Espécies: Roborn

Capítulo 11

Isis

Cada momento em nossa vida deveria ser contemplado com uma música de fundo. Não como nos filmes, clichês não me definem bem. A música de fundo no entanto deveria ser original, para que o momento se torne-se épico.
Em minha mente a tal música tocava incansavelmente enquanto Justice me observa. Estou levando isso a sério demais, mas fazer o que, não custa tentar.

-Não me olhe deste jeito fêmea, por mais que você seja atraente, eu já tenho uma companheira. -Murmurou ele sorrindo.

-Bom, diga a sua "fêmea", que ela está de parabéns. -Disse a ele.

Justice sorriu com o elogiou subentendido. E logo tomou uma postura séria e mexeu em alguns papéis em sua mesa.

-Senhorita Hall, sinto muito por tudo o que passou. No entanto, em seu meio de trabalho isso dever ser comum.

-Comum? -Pergunto.

Não, aquilo não teve nada de comum, ninguém passaria por isso em seu dia de trabalho, mas para ele deve ser somente mais um dia normal, já que a sua vida toda foi esse ciclo sem fim de desaventuras.

-É.. é, você está certo. -Murmuro exasperada.

-Senhorita Hall, independente de todo o ocorrido, gostaríamos que você permanecesse conosco, para a sua própria segurança é claro. -Disse Justice.

-Justice ..certo? Desculpe, mas não sou como as fêmeas que você conhece. Não irei ficar parada enquanto um maldito lunático tortura minha melhor amiga. Por isso, eu agradeceria imensamente se você pudesse me colocar a par de tudo. -Termino de falar soltando um ruidoso suspiro. 

Os segundos seguintes se passam em silêncio e o mesmo é cortado por uma sonora gargalhada. No entanto ela não estava vindo somente de Justice mas de algo atrás de mim. De olhos esbugalhados, me viro encontrando outro espécime impactante, seu tamanho não é o que me assusta, mas sua semelhança feroz de um animal exótico é de perder o fôlego. 

-Falei a você, essa fêmea humana é totalmente diferente..

Você.. -Sussurrei boquiaberta.

O maldito abriu um sorriso tão grande que mal pude conter minha indignação, ele sabia o quanto aquilo mexia comigo.

-Moranguinho. -Ronronou se aproximando.

-Fique onde está. -Esbravejei. O espécime que perambulava em minha mente nos últimos dias, fez o que eu pedi e estacou no mesmo lugar. No entanto, seus olhos estampavam uma mágoa que eu não compreendia.

-Bom vejo que já se conheceram. -Justice se pronunciou quando percebeu a tensão que se instalou no escritório.

Estava tão cansada de tudo aquilo, minha vida mudou totalmente em um piscar de olhos, mas o pior era ter alguém desconhecido marcando território sobre mim, ele não era ninguém especial ou muito menos importante, aquele espécime estava esgotando o resto de paciência que havia me sobrado e aquilo não ia ser bom.

-Sim, mas não quero esse animal perto de mim. -Murmurei a contra gosto.

-Fêmea.. -Grunhiu dolorosamente.

-Roborn. -Murmurou Justice indicando a porta.

Os olhos do amarelinho estavam quase transbordando, não devia ter falado daquele jeito. Eu pude sentir que ele não queria sair do meu lado. Seus olhos estavam sem foco, perdidos em algum lugar de sua mente. No entanto, mesmo contrariado ele se foi a passos largos quase quebrando a porta ao sair.

-Eu não dev..-Comecei.

-Não se preocupe, ele já passou por muita coisa. Isis não temos informações concretas do paradeiro de sua amiga e por enquanto peço que aguarde em Homeland, você estará mais segura aqui, sei que não está contente, mas é tudo que posso lhe oferecer no momento. -Explica.

Respiro fundo tentando absorver as informações, mas independente de tudo não tenho como voltar atrás, devo seguir com o pouco que tenho e a nova realidade na qual me encontro.

-Eu aceito! -Concordo sem mais opções.

-Fico feliz Isis, aqui somos uma grande família, cuidamos um dos outros, seja bem vinda.

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                                 Roborn

Aquela pequena fêmea e sua língua rápida!

Desde o momento em que meus olhos pousaram sobre ela, eu não pude controlar meus próprios atos, a queria ao ponto de doer, seu cheiro, sua voz e sua presença despertavam meu lado primitivo. Meu medo era não controlar meu lado animal e machucá-la, por isso ao ouvir o que ela disse, muitas coisas passaram pela minha cabeça, mas saí antes que fizesse algo que me arrependesse.

Caminhei para fora da central tão rápido quanto havia entrado, meu sangue corria densamente em minhas veias, aguçando a minha sede por uma caça, mas a reserva estava longe demais e meu controle estava no limite, havia muitos dos meus caminhando pelas ruas de Homeland. No entanto, eu era o único fora de controle. Não queria machucar nenhuma criança, por isso corri para a floresta mais próxima.

Subitamente a temperatura do meu corpo se elevou e isso não era nada bom, sem poder conter meus movimentos rasguei a maldita roupa que estava me incomodando. A floresta daqui não se comparava em nada com a reserva, mas serviria para libertar o animal dentro de mim que rasgava minhas entranhas querendo sair para fora, trinquei o maxilar tentando conter a transformação, ainda estava muito perto da central e poderia facilmente machucar um deles sem querer.

Rosnei tentando ficar no controle, eram poucas as vezes que meu lobo tomava a dianteira, mas a aproximação com a fêmea instigou a dominância dele que antes estava adormecida, eu podia sentir o quanto ele queria abocanhar a pele macia entre seu pescoço até que a mesma se submeteria a nós. Em meio a corrida tropeço em meus próprios pés e meu corpo rolou pelo chão, não tinha mais forças para lutar com o que estava por vir, meus olhos lacrimejaram pela dor excruciante, meus ossos se partiram em mil pedaços e por fim minha consciência se apagou sabendo para onde meu lobo correria.

"O lobo tomou sua gloriosa forma e rugiu alto o suficiente para que sua presa soubesse que ele estava chegando".

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Boa noite

O que estão achando? No momento a história está cheia de erros e com escrita de 2018. Vou depositar todos capítulos e ir editando para ficar completinho. Obrigada por estarem me acompanhando.