Vejo muros em minha volta, muros dos mais altos e grossos, onde fica difícil escalar e impossível de pular, já não me resta esperança. Sei que não estou sozinho neste lugar, vejo pessoas vagando, elas vêm e vão, como se fosse fácil sair daqui. Mas ao mesmo tempo, olho e reparo a profunda solidão, coisa que só sinto e vejo com dor no coração. Há saída? Onde a encontro? Pergunto mas não vejo respostas, já que sozinho permaneço, carrego este fardo nas costas. Sei que os muros foram eu quem fiz, eu os coloquei ali, também sei que tive ajuda para isso, e hoje existe essa barreira me separando do resto do mundo. Me encontro diversas vezes pensando sobre, é o que me resta, os pensamentos foram tudo que a solidão me trouxe. Ainda acho muito fácil trocar palavras com as pessoas, difícil seria entender o silêncio, que tantas vezes foi ensurdecedor. Também é fácil caminhar ao lado, difícil seria permanecer, difícil é se encontrar. A solidão me tornou quem sou, talvez um alguém tão cheio de amargor. Me sinto sozinho, a pessoas ao meu redor, mas ainda assim me sinto sozinho, sinto que não posso contar com as pessoas, que todas elas tratam tudo como se fossem coisas bobas, quando só eu quis tentar sair dessa bolha.
Os muros iram demorar a cair, sozinho é complicado derruba-los, mas eu consigo. Algo que a solidão ensina é que você é mais forte do que imagina, mesmo que não perceba. Se não, já teria caído e ninguém teria me segurado, já que o muro é alto e não tem ninguém me esperando lá em baixo.
