O segundo primeiro dia de vida de Momo

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Momo gelou, acabou rindo pelo nervosismo. Resolveu acreditar que era uma das brincadeiras de Sana, que não tinha morrido de verdade.

Mas tudo ao seu redor só faziam parecer que estava errada. Foi ajudada a ficar de pé, se desiquilibrou um pouco, muito tempo sem usar as pernas deixou-as fracas e bambas.

— Que dia é hoje..? — perguntou a Hirai mais velha.— Por quanto tempo apaguei?

— É o mesmo dia, mas um ano depois.

Momo bufou, no começo, até poderia ter sido engraçado, mas agora só queria saber onde estavam e em que dia.

Levantou sua cabeça para olhar um calendário na parede, apertou seus olhos para conseguir enxergar. O dia não não mudou muito, era realmente o mesmo.

O que acertou em cheio seu peito foi o ano, sentiu suas pernas falharam de vez, caiu de joelhos no chão e tapou a boca com as mãos.

— E-eu morri?! — indagou incrédula. Sentiu seus olhos marejados prestes a escorrer. Seu coração estava batendo tão rápido que parecia uma nave.— Eu estou... m-morta?!

Sana segurou o rosto da irmã, limpou as lágrimas que caíam por seu rosto e beijou sua testa.

— Não mais, você tá aqui agora — sorriu.— Vem, vou te levar pro quarto.

Ajudando Momo a levantar, Sana colocou seu braço ao redor da cintura da irmã e sorriu largo para a taiwanesa parada na porta encarando incrédula para aquela cena.

Abraçou fraco a namorada, ficou grudada por alguns segundos no peito aconchegante de Chou enquanto torcia mentalmente para, que se aquilo fosse um sonho, nunca mais acordasse.

— Chewy... Você não tem alguma lanterna aí? — perguntou sem graça, encarando o breu do corredor.

Tzuyu assentiu, tirou sua blusa e abriu seu próprio tórax, iluminou o caminho com as engrenagens brilhantes pela energia que passava pelos fios de seu interior.

Caminhou apenas alguns passos á frente das japonesas, se andasse muito longe sabia que Sana iria ficar com medo. 

O mais difícil foi fazer Momo subir as escadas, a gêmea mais nova teve carregá-la em suas costas senão demorariam horas para subir as escadas.

 Levou-a até um quarto que tinha guardado somente para ela. Tudo que via que lembrasse a irmã, Sana comprava e colocava no quarto, acabou que ela ficou com mais coisas que o seu próprio.  

— Aqui, Momori — A Hirai mais nova colocou a maior no chão e sorriu largo.— Consegue andar até a cama?

Momo assentiu minimamente, andou devagar até a cama, quase caiu várias vezes. Era como se não conseguisse controlar suas pernas mesmo que conseguisse movê-las. 

Suspirou aliviada quando sentou no acolchoado da cama. Viu sua gêmea puxar a droid pelo quarto e abrir um guarda-roupa e vasculhar em meio a bagunça algo que cobrisse seu corpo nu. Vestiu as roupas que lhe foi entregue, deitou na cama, gemendo em alívio.

— Se precisar de algo, é só me chamar — disse Sana, sorrindo para a irmã.— Tenho que ir dormir, amanhã vai ter a rua inteira querendo que eu conserte o gerador.

— Tudo bem..

A mais nova abraçou novamente a gêmea, ficou longos segundos ali. Beijou sua bochecha e saiu do quarto.

Momo encarava o teto, estava tão perdida que parecia um bêbado em tiroteio. Sana nunca tinha sido tão carinhosa consigo, nunca tinha visto ela tão alegre; que ela foi tão cuidadosa assim. E o principal: nunca tinha morrido antes. 

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