A missão impossível

151 24 5
                                    

Dahyun gemeu de dor em sua face, o soco forte remexeu seu cérebro dentro do crânio, ela balançou a cabeça para tentar fazer a tontura passar. Nayeon riu e chutou suas costelas. A mais nova caiu sobre a lona azul do tatame grunhindo pela dor latejante de seus ossos sucumbindo dentro de si. A luz do sol que entrava pelas janelas atrás da garota tornava difícil ver algo além de sua silhueta escura e sorridente. Kim coçou seu nariz e se equilibrou sobre suas pernas bambas. Desviou do jab que a irmã tentou dar,  Nayeon tentou chutar a lateral de sua coxa. Dahyun tentou contra atacar acertando seu pé oposto do de Im em sua cabeça, mas a garota foi mais rápida. Ela se abaixou segundos antes do golpe atingir sua face, dando uma rasteira para a irmã cair.

O instrutor fora do ringue gritava palavras de ajuda para Dahyun. Pelo menos uma vez ela tinha que ganhar.

Ela rolou para o lado para escapar do soco que Nayeon preparou. Elas levantaram novamente, ficando com os pés devidamente colocados. A de pele pálida se abaixou e escapou do punho da maior, mas não escapou do chute que veio logo em seguida.

— Para de tentar contra-atacar, Dahyun — O treinador fora do tatame disse, encarando seriamente a garota deitada no chão.— Você mão serve para isso!

— Ah, muito obrigada, Hajun — ironizou. Ela foi empurrada para as quinas do ringue, vários socos foram jogados em seu rosto.

Defendeu com seus braços, saindo da armadilha que tinha ficado presa. Acertou um cruzado na têmpora esquerda da maior. Im deu alguns passos para trás, sorrindo pelo canto da boca. Correu para derrubar a caçula com um uppercut, passou um de seus braços no pescoço da menor enquanto o outro empurrava sua cabeça para frente. Dahyun apoiou uma de suas mãos no chão, a outra tentava tirar o aperto de seu pescoço para que o ar passase. Mordeu seus lábios.

— Bate, Dahyun! — o instrutor berrou.

A coreana se negou por alguns segundos, mas seu subconsciente falou mais alto e mandou os sinais para sua mão, até que bateu no chão para que Nayeon parasse. Puxou o ar com força, se apoiou nas ligas enormes do ringue e levantou. Puxou-as para cima e abriu um espaço para passar, pulou dali e sentou num banco de madeira próximo dali. Abanou seu rosto com as mãos, seu corpo parecia está derretendo de tanto calor.

— Ei — Nayeon sorriu, jogando uma garrafa d'água para a caçula. Sentou ao seu lado, estava ofegante, suada e cansada.— Você tá legal?

A menor assentiu, tirou o protetor de boca e colocou ao seu lado no banco. Virou a boca da garrafa em sua boca, gemeu em satisfação quando o gelo da água passou por sua garganta, podia senti-lo percorrendo seu corpo, era um alívio. O homem baixinho e gordo, meio calvo no topo de sua cabeça e com um apito no pescoço se aproximou das duas, ele tinha uma expressão de tristeza em seu rosto.

— Tem que melhorar seu combate corpo a corpo, Kim — o homem disse.— Não é possível que seja tão ruim. Nós treinamos sempre!

A garota assentiu de cabeça baixa. Enxugou o suor de sua testa com uma toalhinha de rosto cor-de-rosa e suspirou. Ela não podia ser tão ruim assim, sua irmã era boa em tantas coisas, tinha qur ser também. Odiava que decepcionar sua mãe, queria só ser boa. Nayeon empurrou seu ombro com o próprio corpo, sorrindo para a caçula. Rodeou seu braço pelo pescoço da menor, abraçando-a de lado. Dahyun deitou para o lado

— Não liga pra isso, Dahyun — ela disse, simpática.— Você foi melhor do que da última vez.

— Ah, cala a boca. Só diz isso porque é minha irmã — levantou num solavanco.

Ela andou para fora daquela área, o sol fervente queimava sua pele. Andava escondendi seu rosto com as mãos para que conseguisse enxergar melhor o caminho. Nayeon correu para alcançar a mais nova, carregava sua mochila e até a da irmã — essa mesma que tinha esquecido para trás. Passaram pelos corredores quase vazios, tinham alguns oficiais e outros recrutas com baldes e esfregões. Foram para o quarto, pegar roupas novas e tomar um banho gelado para aliviar o calor. Kim abriu o armário estreito e verde no canto do quarto, tinha as siglas "K.D" na porta. Pegou sua camiseta junto do calção, colocou sua toalha no ombro e carregou uma bolsinha transparente rosa que tinha todos os produtos de higiene.

O banheiro estava vazio, todas as garotas estavam ocupadas com suas tarefas. Umas cortavam grama, outras faziam exercícios e algumas outras foram escolhidas para missões fora do batalhão.

Dahyun entrou o chuveiro, o painel flutuante mostrava flocos de neve para indicar o quão frio estava água, mas aquilo era muito relaxante num dia de calor extremo. Olhou para o lado, podendo ver a irmã por cima da divisória — que ia apenas até seu ombro. Ela travou seu maxilar, balançando sua cabeça.

— Na próxima eu acabo com você — disse.

— Tá bom — riu.

[...]

Momo bocejou. Sentada na cadeira com seus pés para cima apoiados na mesa, estava aproveitando aquele tempinho ocioso para descansar. A semana tinha sido pacata, nada demais aconteceu. Ela sempre tinha uma coisa ou outra pra fazer, mas naquela semana tudo estava calmo. o ventilador meio ferrado fazia um barulho quase assustador, mas não podia reclamar sendo que aquilo era a única coisa que tinha para fazer naquele dia. Nico miou, pulou no colo da japonesa para se aconchegar em sua barriga. Ela acariciou o bichano pelado e fechou seus olhos.

— Que bonito, hein — Momo olhou por cima de seu ombro. Sana sorria perversa, encostada na quina da porta de seu escritório.— Muito bom saber que a protetora da cidade está trabalhando bem.

A mais velha revirou seus olhos, colocou Nico em sua caminha sobre a mesa e ajeitou sua postura na cadeira.

— Eu e Chewy preparamos um bolo, você quer?

— Agora não, obrigada.

Um homem desesperado passou pela porta, a gêmea mais velha deu um pulo pegando sacando sua arma para ter a precaução caso fosse um ladrão. O homem caiu aos seus pés, chorando e soluçando. As gêmeas se olharam, já tinham presenciado algo parecido antes. Talvez fosse um pai desesperado por conta do sequestro de algum filho, ou saqueadores roubaram sua casa. Ela guardou seu revólver para conseguir ajudá-lo a levantar.

— Por favor, eu preciso de você! — ele berrou.

— O que aconteceu?

— U-um esmagador.. minha filha..

— O que?!

— Minha filha está dentro de uma toca de esmagador a 2 dias!

Momo suspirou, naquele ponto, a chance da criança está viva era menos de 0%. Coçou sua nuca, pensando em como falaria isso.

— Olha.. Ela pode nem est-

— Por favor — ele puxou um saco enorme e cheio se moedas, joias e mais um monte de coisas valiosas.— Eu dou tudo que eu tenho! Ache minha filha e acabe com aquela coisa.

Momo mordeu seus lábios, não podia simplesmente deixar aquele homem desamparado. Pelo menos tinha que ter a certeza que a criança estava realmente morta. Acabou aceitando, o pai a agarrou num abraço apertado e cheio de lágrimas. Ela bateu em suas costas. Ele saiu dali, cambaleando.

Hirai virou seu corpo, vendo a irmã com os olhos arregalados. Tentou passar pela porta, mas o caminho foi bloqueado por Sana. A mais nova empurrou a droid para dentro.

— Você ficou maluca?!

— Eu vou ajudar — Tentou passar, novamente sem sucesso.

— Momo você vai morrer!

— Você me concerta! — empurrou a caçula e caminhou pelo corredor. Foi seguida pelos passos agitadoa da irmã.

Sana puxou seu braço.

— Momo, é um esmagador! Não goblinóides ou um trasmorfo. Se estragarem seu núcleo, você ja era.

— Por favor, Sana! — revirou os olhos.

— Ele te destrói inteira com uma pisada só!

— Eu vou fazer isso! Tenho que da esperança pra aquele coitado, Sana.

A menor bufou quando a garota simplesmente ignorou seus avisos. Ela andou pela casa dando mais e mais avisos, fazendo de tudo para que ela mudasse de ideia, mas nada. A japonesa mais velha pegou suas armas para se preparar para a missão. Não podia mentir, estava com tanto medo quanto a irmã, mas tinha que fazer.

Momo tinha uma coisa forte dentro de si. Uma necessidade imensa de ajudar e amparar os outros. Era assim que ganhava seus trocados do dia a dia. E sempre vinha pessoas de outras cidadea para pedir coisas. Era cansativo, mas a ajudava com essa necessidade em seu peito.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 28, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Artificial intelligenceOnde histórias criam vida. Descubra agora