Capítulo IV - Armas

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A viagem não durou mais de meia hora, o que fez o sossego do grupo durar pouco.
Melina acordou com Samuel sacudindo seus ombros. A morena bocejou, tapando a boca, e olhou para fora da janela.

- Putz...

Cachoeira Escura estava pior, se possível.
Parece que as pessoas de Belo Oriente haviam fugido para cá, mas não adiantou nada. Carros quebrados na rua, corpos ensanguentados e fumaça estavam aos montes em qualquer direção que se olhasse.
Zumbis gemiam pela rua, andando sem direção.

"Como isso aconteceu?"

A garota tirou seu cinto de segurança, pegando a adaga em sua cintura.

- Tom, vire à esquerda, por favor.

O adolescente obedeceu, virando a esquina.

- Isso não é bom... - Samuel murmurou, atrás de Melina.

A garota meneou a cabeça.

- Não, não é.

Mortos-vivos vagavam em frente à loja de armas, aos montes.

- Não dá pra matar todos! - Beth exclamou, apertando o cabo de sua pistola.

Melina suspirou.

- Beth, Tom. Deixem suas armas na van.

Os irmãos a olharam, confusos.

- O barulho dos tiros só vai atrair mais zumbis. - Ela girou a adaga habilidosamente em sua mão, entregando o cabo para Beth - Tome.

A loira deixou sua pistola na parte de trás da van, pegando a adaga.
Melina pegou sua mochila. Abriu um pequeno bolso na lateral e tirou um canivete.
Ela se virou para Tom, corando.

- Katana ou canivete?

- Katana.

A morena desembainhou sua katana, e entregou-a para Tom.

- Vamos entrar pelos fundos. - Ela abriu seu canivete - Passamos pela frente correndo, vamos para a rua de trás e arrombamos a porta.

A garota sorriu.

- Mamãe, fique aqui. Sabe como usar a pistola, certo?

Sabrina assentiu, puxando Miguel para perto.

- Okay. - A morena abriu sua porta, fazendo os outros adolescentes seguirem-na - Vamos lá.

 Os adolescentes saíram da van e correram por sua vidas. Mataram alguns zumbis, mas chegaram a salvo na porta dos fundos.

 Melina colocou a mão no bolso da calça, pegando um clipe de papel.

- O que você tá fazendo? - Tom perguntou, recebendo um sorriso de Melina.

- Observe.

 A garota esticou o clipe, colocando-o na fechadura da porta. O levantou levemente, ouvindo um "Click". A morena girou a maçaneta, abrindo a porta.

Samuel a olhou boquiaberta.

- Você aprendeu mesmo a abrir.

Melina riu.

- Eu disse.

Os adolescentes entraram na loja, trancando a porta.

- Não tem nada aqui. - Beth olhou ao redor - Nem um zumbi.

Samuel e Melina se entreolharam, sorrindo.

- A loja devia estar fechada quando começou. - A morena respondeu - O estranho é que ninguém veio pegar nada aqui.

Tom foi olhar as pistolas, guardando munição em sua mochila.

- Quer dizer - Melina passou a mão na lâmina de uma faca, olhando para os cantos da loja - Essa é a única loja de armas por aqui.

Samuel entendeu a mensagem, pegando uma pistola e um silenciador.

- Já devia ter passado alguém por aqui.

Beth pegou dois canivetes e guardou algumas armas em sua mochila.

Melina sorriu, pegando uma faca e girando-a.

O barulho do engatilho de armas e uma leve pressão na cabeça de Melina e de Beth fez os adolescentes se assustarem.

- Abaixem as armas. - A voz atrás de Beth disse - Ou matamos elas.

Os garotos colocaram suas armas no chão relutantemente, observando as figuras encapuzadas.

- Bom. - A voz atrás de Melina disse, fazendo a garota arregalar os olhos - Agora...

- Espera aí. - A morena interrompeu o homem - Se você for quem eu estou pensando, vai levar um murro bem no meio da cara por não me reconhecer.

 A garota ouviu o homem engolir em seco.

- E você. - Ela apontou para o outro homem (Adolescente, na verdade) - Abaixe essa porcaria de arma. Se achou que eu não lembraria da sua voz, está muito enganado.

A outra figura a olhou estranhamente, arregalando os olhos depois de dar uma boa olhada na garota.

Ele abaixou a arma, gesticulando para seu companheiro fazer o mesmo.

O adolescente abaixou seu capuz, revelando cabelos e olhos castanho-escuros. Samuel o olhou, espantado.

- Fael?

Rafael, o colega de escola de Melina e Samuel, estava bem na frente dos garotos.

Melina se virou para o outro homem, de braços cruzados. A figura suspirou, abaixando o capuz.

Olhos castanhos encontraram os negros de Melina, e a garota sorriu.

- Wallace-nii! - A garota abraçou o homem, quase fazendo os dois caírem.

- Mel. - Wallace sorriu, abraçando sua "Irmã" de volta.

Os outros quatro adolescentes assistiam a cena, sem saber o que fazer.

- Bem... - Rafael passou a mão pelo cabelo - É bom ver vocês.

Continua...

A/N: Hehueheuehueheuh

Vou postar a continuação amanhã~

O Wallace é como um irmão mais velho pra mim e o Samuel, e o Rafael é um colega nosso.

Espero que tenham gostado :D

Até o/

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