7- Peruca

221 31 13
                                        

Anastásia suspirou quando não viu mas sinal de Encantado. Ela gostaria de ve-lo logo, mas infelizmente isso era algo bem improvável.

A menina andou pelas ruas novamente a passos calmos. Sua mente estava pensativa, ela imaginava qual seriam as chances de poder encontrar Encantado novamente. A menina estava tão concentrada em pensamentos, que mal notou as pessoas da rua a olhando de canto de olho, cochichando e fazendo suposições sobre as razões dela estar usando aquele grande chapéu.

Anastásia pensou se talvez Encantado gostasse de vir até a cidade. A animação cresceu em seu peito. Talvez se ela viesse mais vezes até a cidade, ela teria mais chances de o encontrar. Isso deixou Anastásia quase saltitante de esperança em encontrar o seu lindo príncipe novamente.

Anastásia segurava delicadamente o sedoso lenço branco em suas mãos. Um lindo lembrete do seu apaixonante encontro com Encantado, um lembrete que ela guardaria junto de si para todo o sempre.

Já estando na porta da loja onde sua mãe entrou, Anastásia pensou se era melhor entrar e fingir para sua mãe que jamais tinha se afastado, ou esperar que ela saísse. Mas antes de escolher uma das opções, sua mãe saiu da loja.

Tremaine saiu a passos largos e apressados, tanto que Anastásia se assustou um pouco quando a viu. A mulher tinha uma sacola de compras em mãos e tinha um leve ar de pânico em seus grandes olhos verdes. Mas seu olhar pareceu mais aliviado quando viu sua filha parada logo na entrada da loja.

--- Por Deus, Anastásia! Onde é que você estava? Procurei você por toda loja e não a achei, achei que tinha sido roubada--- A mulher diz com um olhar reprovador, mas sem perder seus traços de preocupação.

--- Perdoe-me mamãe, não quis lhe preocupar--- Anastásia diz quase encolhida de culpa.

Tremaine suspira. A mulher quase tinha morrido de preocupação quando se deu conta que sua filha não estava por perto, circulou toda a loja na busca da filha, mas nem sinal dela. Tremaine daria uns tapas na filha por ter lhe dado esse susto, só não o fazia por estarem na rua, e não seria apropriado. Mas que ela merecia, isso Tremaine achava que sim, mas ela logo afastou o pensamento.

--- Onde estava? Por que não entrou na loja da mesma maneira que fiz?--- Pergunta meio aborrecida.

--- Eu...--- Anastasia realmente estava com dificuldades de achar uma mentira adequada. Ela não poderia dizer que foi atrás do chapéu que saiu voando com o vento, não queria que mais ninguém soubesse dessa sua grande vergonha, e também não podia contar sobre Encantado, quem iria acreditar que ela teve uma conversa com ninguém menos que o principle no meio da rua? Provavelmente ninguém.--- Não estava me sentindo bem, achei melhor ficar do lado de fora e pegar um pouco de ar.--- Diz com um tanto de alivio por ter conseguido inventar uma desculpa adequada.

--- Não estava se sentindo bem?--- Tremaine diz com preocupação.--- Será que tem haver com a tinta. Céus, se por causa da tinta você ficar doente, eu caço aquele vendedor por onde for e corto lhe a cabeça por me vender algo tão perigoso.--- A mulher diz em aborrecimento, mas também com preocupação.

--- Não foi nada, mamãe, já estou me sentindo bem melhor.--- Diz sorrindo, mas o sorriso era mais pelo motivo de seu encontro com Encantado do que qualquer outra coisa.

Tremaine suspira em alivio.

--- Menos mal. Mas mesmo assim aquele vendedor irá se ver comigo quando eu o encontrar.--- A mulher diz com certa indignação.

Anastasia apenas confirma com a cabeça para as palavras da mãe, que na verdade não estava tão interesada. Sua mãe culpava muito mais o vendedor do que ela mesma. A menina trata de esconder o lenço em seu bolso do vestido, algo que ela realmente não queria era perder o precioso lenço com as iniciais do garoto que tanto gostava.

Será Ella?Onde histórias criam vida. Descubra agora