2- Nada é como queremos

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As duas irmãs estavam de queixo caído olhando a garota que agora seria a nova irmã das duas. Anastásia sabia muito bem o que era considerado o mais belo em uma garota na sociedade, afinal, ela tinha que saber como ser para conseguir bons pretendentes, mesmo que muitas dessas coisas não fossem algo que ela fosse capaz de mudar. Ela sabia que os cabelos mais cobiçados eram os louros bem brilhantes, assim como os de sua nova irmã, olhos bem azuis, como os de sua nova irmã, pele clara, imaculada e sem manchas ou cicatrizes, assim como os dela, e o corpo magro e delicado, assim como o da garota logo a frente. Sua nova irmã era simplesmente a junção de tudo que era mais cobiçado e adorado em uma mulher. 

Ela se encheu de admiração por ter achado alguém com todas essas dadivas. Mas tinha que reconhecer que sentiu a inveja de tudo aquilo crescer em seu peito.

--- Meninas, se sentem, não é educado fazer isso, esperem abrir a carruagem. --- Tremaine diz para suas filhas, que logo obedeceram sua mãe.

Não demorou muito para a carruagem abrir e elas começarem a sair delicadamente para causar uma boa impressão. Quando finalmente as três estavam uma do lado da outra em frente ao homem e a linda menina, que Tremaine finalmente viu como a garota, agora sua filha postiça, realmente era. A mulher sentiu seu estômago se revirar e um arrepio percorrer toda a extensão de sua coluna, ela sentiu nauseas ao ver os lindos cabelos loiros e os lindos olhos azuis como o céu. A mulher imediatamente se lembrou de sua antiga empregada, Elizabeth, mesmo sabendo que as duas não tinham nenhuma relação uma com a outra, mesmo o cabelo da menina a sua frente sendo mais prateado e os olhos ainda mais azuis que de sua antiga empregada, mas isso não melhorava as coisas, muito pelo contrario. No exato momento em que avaliou a menina, Tremaine pode jurar que jamais conseguiria amar aquela garota, ela não seria capaz, como poderia sentir amor por uma pessoa que a fazia lembrar da mesma pessoa que arruinou sua vida? Ela sabia que teria que ser no mínimo educada com a garota, afinal, ela era filha de Gustaf, mas ela não saberia conseguir demostrar afeto, mesmo se fosse apenas para manter as aparências. Tremaine queria tanto que essa mudança em sua vida desse certo, que a tristeza ficasse para trás e conseguisse ter uma vida boa novamente, mas como poderia sendo que teria uma pessoa que a lembraria de sua antiga dor por todos os seus futuros dias?

--- Gustaf, estas são minhas filhas, Drisella--- Diz e a menina de cabelos escuros faz um leve cumprimento.--- E Anastásia --- A garota de cabelos vermelhos faz o mesmo.

--- É um prazer conhecer vocês meninas--- O homem diz com um sorriso gentil e fazendo uma leve cumprimento em resposta.

Anastásia sorriu feliz, ela nunca tinha recebido um sorriso tão carinhoso de um pai, isso a enchia de esperanças e alegria. Talvez ela estivesse certa e finalmente pudesse ter aquele pai atencioso, gentil e que brincava com ela, assim como ela sempre sonhou. Ela sabia que já não era tão jovem, já tinha feito seus doze anos no mês anterior, mas isso não a impedia de ter a esperança de ser tratada como uma princesa pelo pai, assim como sempre sonhou.

--- Meninas, quero vos apresentar Ella, sua nova irmã--- Diz apontando para a linda garota ao seu lado, que faz um cumprimento digno de uma princesa, o que deixou as meninas admiradas, não que elas fossem admitir.

--- É um prazer conhecer vocês duas, espero que venhamos nos dar muito bem.--- Ella diz com seu luminoso sorriso.

Anastásia realmente estava admirada com o tamanho da beleza de Ella, mas também precisava admitir que estava com grande inveja de sua aparência. Como uma pessoa poderia ter uma aparência tão perfeita? E além de tudo parecer tão gentil? Anastásia se perguntava se as duas realmente iriam se dar tão bem assim, elas pareciam tão diferentes uma da outra. Mas Anastásia pensou que talvez pudesse dar uma chance para ter essa nova irmã.

Será Ella?Onde histórias criam vida. Descubra agora